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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Policial do Centro Presente atira e mata homem desarmado durante confusão na Presidente Vargas

Policial do Centro Presente atira e mata homem desarmado durante confusão na Presidente Vargas

Confusão aconteceu dentro de ônibus
Confusão aconteceu dentro de ônibus Foto: Rafael Soares
Celia Costa e Rafael Soares
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Um homem foi baleado e morto, no final da manhã desta segunda-feira, por um policial do Centro Presente, no Terminal Procópio Ferreira, na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. De acordo com testemunhas, um casal estava brigando dentro de um ônibus da linha 323 (Bananal-Castelo), que estava parado nas proximidades da Central do Brasil. Agentes do Centro Presente, que estavam no local, foram intervir. Após ter sido abordado, Bruno Estrella de Souza Martins, de 25 anos, teria colocado a mão no bolso, e o agente, acreditando que o homem estava armado, disparou um tiro em seu peito.
A vítima, que estava desarmada, ficou ferida e foi levada para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, Bruno já chegou morto à unidade. Ele era cabo da Aeronáutica, trabalhava no setor de farmácia do Hospital da Força Aérea do Galeão (HFAG) e deixa um filho de 9 anos de um relacionamento anterior. O agente do Centro Presente responsável pelo disparo é lotado no 14º BPM (Bangu), atuava na UPP Batan e estava no Centro Presente voluntariamente.
Bruno Estrella foi morto com um tiro no peito
Bruno Estrella foi morto com um tiro no peito Foto: Reprodução Facebook
De acordo com a namorada do cabo, Caroline Sperlli Chambarelli, de 21 anos, o agente do Centro Presente entrou no ônibus com a arma apontada para Bruno.
— Eu falei para ele não ir e ficar porque a gente estava conversando. Mas, como ele estava chateado comigo, ele virou as costas e subiu no ônibus. Quando ele subiu, eu tentei segurar ele para ele voltar para gente terminar nossa conversa, porque ele ia sair brigado comigo. Quando eu subi no ônibus, eu tropecei na escada. Ele passou por cima de mim para poder conseguir se soltar. Ele estava na frente e eu estava atrás. Foi quando chegou o policial já apontando a arma para ele, mandando ele descer. A única coisa que ele fez foi exaltar a voz e dizer: 'Eu não tive culpa. A culpa não foi minha. A culpa foi minha?', falou assim para o policial. Aí o policial atirou — contou.
Questionada sobre se o policial chegou a falar algo para o casal, ela negou.
— O policial não perguntou o que estava acontecendo e não perguntou nada. Ele já chegou atirando. Já estava com a arma destravada. Ele já estava com a arma apontada para a cara dele (Bruno). Ele pediu para a gente descer e a gente já estava descendo do ônibus e foi quando ele abriu fogo. Ele estava de frente, tomou um tiro no peito e eu estava atrás dele — disse.
Caroline ainda negou a versão de que Bruno teria colocado a mão no bolso, o que teria feito com que o policial se sentisse ameaçado.
— O policial estava completamente despreparado. Ele não chegou nem a abordar a gente direito. Não se apresentou, não perguntou nada. A gente ia descer do ônibus. O PM estava se sentindo ameaçado por quê? Ele não fez nada. A PM não é preparada para cuidar de seres humanos. Era uma briga normal de casal e não teve agressão nenhuma — falou.
Caroline Sperlli Chambarelli, de 21 anos, ia morar com o cabo Bruno Estrella no fim de dezembro
Caroline Sperlli Chambarelli, de 21 anos, ia morar com o cabo Bruno Estrella no fim de dezembro Foto: Rafael Soares
A versão também foi questionada por um amigo da vítima, que preferiu não se identificar. Segundo ele, Bruno estava deixando o local para encontrá-lo na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio.
— Combinamos de nos encontrar na Ilha por volta das 13h. Ele era uma pessoa maravilhosa. Não tem uma anotação, nenhum inquérito na aeronáutica contra ele. Tinha cara de militar, barba feita, cabelo cortado e era forte. Ele não tinha nem celular. Por isso, essa versão de que ele estava colocando a mão no celular não faz o menor sentido — falou.
Caroline e Bruno tiveram um relacionamento por oito anos. Em setembro, o casal terminou o namoro. Nas últimas semanas, os dois estavam se reaproximando e, sem que as famílias soubessem, estavam alugando um imóvel em Santa Teresa, para onde iriam se mudar no fim do ano. Nesta segunda-feira, o casal estava indo buscar as chaves do imóvel e Caroline iria começar a mudança. Segundo ela, no meio do caminho, os problemas pessoais que levaram o casal a terminar foram discutidos, o que teria motivado a confusão.
A Delegacia de Homicídios da Capital foi acionada para o caso e encaminhou a namorada da vítima, testemunhas e o policial responsável pelo disparo para serem ouvidos. Após o depoimento, Caroline foi levada para o Instituto Médico Legal, onde irá passar por exame de corpo de delito. A Corregedoria da Polícia Militar foi acionada para apurar o caso.
Delegacia de Homicídios foi acionada para o local
Delegacia de Homicídios foi acionada para o local Foto: Rafael Soares
Em nota, o Centro Presente confirmou que o policial interviu em uma briga de casal e que as investigações estão a cargo da Polícia Civil.
Leia a íntegra da nota do Centro Presente:
"Por volta das 10 horas desta segunda-feira (27), agentes da Operação Centro Presente presenciaram uma discussão envolvendo um casal no Terminal Rodoviário Procópio Ferreira, na Central do Brasil, ao intervir na briga um dos agentes atirou contra o rapaz, que foi socorrido para o Hospital Municipal Souza Aguiar. As investigações estão a cargo da Polícia Civil."


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