Policial aparece em imagens disparando quatro vezes contra pessoas que estavam dentro de uma ambulância. Caso aconteceu após tumulto no Centro de Uruguaiana.
Jorge Quadros
Um dos homens feridos por disparos de balas de borracha dentro de uma ambulância criticou a conduta do policial responsável pelos disparos. “É um órgão que está ali para nos servir, nos dar proteção”, disse, sem se identificar. O caso aconteceu após um acidente de trânsito em Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, na última terça-feira (29).
Tudo começou após um motociclista se envolver em um acidente no Centro da cidade. Parentes passavam pelo local no momento em que o rapaz recebia atendimento médico, e teve início um tumulto.
Imagens mostram o momento em que o policial se aproxima da ambulância e efetua quatro disparos contra o interior do veículo onde estavam o médico, o irmão e o pai do motociclista acidentado (veja no vídeo acima).
“Eu não apresentava risco nenhum. Eu era apenas uma pessoa ali. Eles eram dois brigadianos muito mais fortes que eu, podiam muito bem me imobilizar a qualquer momento, mas ele preferiu fazer do jeito dele”, criticou o irmão.
O médico não se feriu, mas o pai e o irmão do motociclista ficam com as marcas dos tiros nas pernas. Depois de receberem atendimento médico, eles foram presos, prestaram depoimento e foram liberados. Já o motociclista passa bem.
“É INEXPLICÁVEL. UMA PESSOA QUE ESTÁ ALI PARA CUIDAR E NOS PROTEGER (…) O QUE ESTÁ ACONTECENDO NESSA CIDADE, COM ESSA POLÍCIA?”, INDAGOU O PAI.
O médico que realizava o atendimento dentro da ambulância também criticou a forma como o policial agiu. “Eu poderia ter me machucado porque, no momento do primeiro disparo, estava dentro da ambulância. Foi uma situação totalmente desnecessária”, afirma Júlio Cesar Valduga Junior.
O comando da Brigada Militar de Uruguaiana afastou o policial que aparece nas imagens atirando, e abriu uma investigação para apurar a conduta do soldado. Ele alegou que houve desacato, e que por isso reagiu para conter o tumulto.
“Demonstra ali o não uso da melhor técnica policial, até porque houve disparos dentro de uma ambulância”, avalia o comandante regional da Fronteira, Kleber Rodrigues Goulart.
O caso também é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, que apuram a possibilidade de lesão corporal e abuso de autoridade. A advogada que representa a família afirmou que ingressará com um processo contra o estado, exigindo indenização.
(G1)
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