Assassinado durante um suposto assalto, sargento era empresário e ostentava vida de luxo nas redes sociais
O Camaro amarelo que pertencia ao PM Mozar, que tinha R$ 100 mil - Fernando Quevedo / Fernando Quevedo
O Camaro amarelo que pertencia ao PM Mozar, que tinha R$ 100 mil - Fernando Quevedo / Fernando Quevedo
RIO - O sargento da Polícia Militar Mozar Soares da Cunha, de 36 anos, morto na sexta-feira à tarde ao reagir a um suposto assalto, na Rua Bertin, próximo à saída da Avenida Brasil, em Coelho Neto, tinha um alto padrão de vida. Quando aconteceu o crime, ele estava com R$ 100 mil em dinheiro dentro de um Camaro amarelo — o terceiro do mesmo modelo de propriedade do policial —, acompanhado de uma mulher. A quantia foi levada pelos criminosos, assim como a arma do PM, o cordão, a pulseira, o anel e a aliança de ouro do militar. Sobre o fato de o policial ter um patrimônio incompatível com os salários da corporação, a PM informou que o comandante do 5º BPM (Centro), onde Mozar era lotado, vai acompanhar as investigações em conjunto com a Delegacia de Homicídios.
No veículo, comprado há 15 dias, havia um adesivo da loja “O crack da cesta’’, que pertencia ao PM e comercializa cestas básicas em Cosmos, na Zona Oeste. Ontem, o estabelecimento permaneceu fechado, mas alguns dos 20 funcionários estavam de uniforme no local.
Segundo a mulher do PM, Nilva Carla, gerente da loja, o marido tinha acabado de sacar os R$ 100 mil em um banco na Pavuna e ia fazer um pagamento na Ceasa, em Irajá, acompanhado de uma vendedora da loja.
— Meu marido foi morador de rua até ser adotado por uma família. Entrou para a polícia e virou empresário. Era honesto, batalhador. Tudo que conseguiu foi com o suor do trabalho. Ele já foi investigado várias vezes, mas não provaram nada contra ele. Infelizmente, essa morte vai ser mais uma para a estatística. Todo dia morre um PM — disse Nilva, no Instituto Médico-Legal, que era casada com Mozar há dez anos.
Em redes sociais, Mozar ostentava fotos de passeios de lancha, carros importados e joias.
Bando que atacou vítima estava com pistola e fuzil
De acordo com o genro do policial militar Mozar Soares da Cunha, Marcos Paulo, o sargento seguia um caminhão com funcionários da loja. O veículo seria abastecido na Ceasa. Simone Cunha, irma da vítima, contou que os bandidos atiraram quando descobriram que ele era um PM.
— Ele era uma pessoa boa, que ajudava todo mundo. Não era um patrão, era um pai — disse Simone.
Segundo informações do 9º BPM (Rocha Miranda), o sargento estava de folga quando foi rendido por quatro homens armados de pistola e fuzil. Ao sair do carro, antes de levar dois tiros, um no pulmão e um no coração, o policial teria dito aos bandidos: “Não me esculacha’’.
Após o ataque, policiais militares ainda tentaram socorrer Mozar, levando-o para o Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mas ele chegou morto à unidade de saúde. O sargento estava na Polícia Militar desde 2001 e, há dez anos, também atuava como empresário. O policial militar era lotado no 5º BPM (Praça da Harmonia). Mozar já tinha trabalhado também no Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE) e no 3º BPM (Méier).
Polícia busca testemunhas
O filho do casal, de 6 anos, ainda não sabe da morte do pai. O corpo do militar foi enterrado ontem, às 14h30m, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste.
Segundo a Divisão de Homicídios (DH), que investiga o caso, a vendedora que estava no carro com Mozar já prestou depoimento. A delegacia informou que quatro homens teriam participado do suposto assalto ao policial. Os policiais também estão procurando testemunhas que possam ajudar na identificação dos autores do homicídio.
Leia mais: https://oglobo.globo.com/rio/pm-acompanhara-caso-de-policial-dono-de-camaro-morto-12033141#ixzz54uefIhch
stest
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