Papo de Homem - Espaço Exploratório
Muito se tem debatido à respeito dos fatos ocorridos após a divulgação da divulgação recente de dois casos envolvendo militares gays. O caso do transsexual que entrou na Justiça para ser reincorporado às Forças Armadas.
E agora, a prisão de um dos sargentos gays durante uma entrevista no programa da Luciana Gimenez (a quem, ao contrário do senso comum, me recuso a chamar de burra, porque para engravidar do Mick Jagger, burra ela não é mesmo).
E tome discussão, preconceito e homofobia daqui, “exército não é lugar para boiola” dali. Resolvi então dar o meu pitaco.
Por dois anos servi como médico do Exército Brasileiro, lotado no Hospital Central do Exército, no Rio de Janeiro, onde moro.
E confesso uma coisa para vocês, vi muito homossexual por lá. Seja trabalhando, seja como paciente. Alguns eram inclusive afetados, você percebia facilmente os trejeitos. Mas partindo da premissa que suas funções fossem bem cumpridas e sua conduta em serviço estivessem de acordo com o Regulamento disciplinar, sem problemas.
Pegamos cinco na bala… err… matamos cinco na batalha ontem.
A Marinha inglesa, considerada uma das melhores do mundo, tem um programa em associação com o Stonewall, um grupo que defende direitos de gays e lésbicas, para atrair estes grupos para suas fileiras.
Mas, especialmente no caso do sargento que foi preso, eu apóio tal prisão. Não é porque a presença gay nas Forças Armadas é tolerada (e isso eu vi com meus próprios olhos) que a coisa vai se tornar uma Parada Gay em farda.
As Forças Armadas baseiam-se em dois pilares básicos : Hierarquia e DISCIPLINA. Cumpra as ordens superiores e comande os subordinados, respeite o regulamento, e você será um bom militar. Ao entrar para o mundo fardado, o militar é mais do que informado a respeito disto, e existe um regulamento expresso a cumprir. E em diversos aspectos, distinto da legislação civil a qual estamos acostumados.
Por várias vezes, vi colegas meus de farda afrontando superiores e “exigindo direitos”. Tá certo no meu caso (médicos), nós somos pegos para servir à força, e como as Forças Armadas precisam de médicos, eles acabam abrindo as pernas um pouco para nós. De qualquer forma, o regulamento tem que ser cumprido.
Se a pessoa sumir sem dar satisfação ou justificativa aceitável por 8 dias, é considerado desertor. Desertores, além de cumprir pena em prisão militar, posteriormente não conseguem tirar passaporte, prestar concursos públicos e outras restrições civis. Dura lex, sed lex.
O sargento alega que apresentou atestados médicos particulares, mas esquece que o Exército tem médicos em seus quadros, e atestado no meio militar, só serve se for de um médico militar (era uma das coisas mais chatas para fazer no serviço, a pessoa vinha com um atestado de fora, e eu tinha que transcrevê-lo).
Chegou o final de semana, soldados!
Defensores dos direitos civis entraram em polvorosa taxando de arbitrária a ação da Polícia do Exército indo prender o sargento na sede da Rede Record.
Ora, se ele é desertor e o quartel já emitiu ordem de prisão, a PE tem autoridade para buscá-lo em qualquer lugar. Sem contar que a deserção foi emitida em 2007, quando o sargento tinha vários anos de farda. Se ele já era gay esse tempo todo, sua prisão não foi por isso, ao contrário do que a mídia tenta empurrar.
Tudo é preconceito, você fala um “ai” contra e é taxado de preconceituoso. Entidades de direitos humanos, aquelas mesmas que só aparecem para defender bandidos, argumentam que está ocorrendo perseguição por homofobia.
Mas o que tem que ser avaliado é o seguinte: Exército é regulamento. Ou se enquadra, ou vai ser mandado pra rua. Prova disso são os outros inúmeros gays que pertencem às Forças Armadas e ali continuam. Provavelmente se os sargentos ficassem quietinhos, jamais teriam sido incomodados durante seu tempo de serviço.
Mas parece que o glamour foi mais forte, e pediram para aparecer. Ainda mais num programa de TV cuja especialidade é criar polêmica (de baixo nível, diga-se de passagem). E o “pobre” sargento ainda foi pouco sagaz, pois havia desertado e achava que tudo ficaria bem. Quanto aos laudos psiquiátricos que alega apresentar, isso não o impediu de ir ao Programa, onde parecia bem animadinho.
Fiquei extremamente puto de ter que trabalhar num lugar onde não queria, mas percebi que se não o fizesse, seria pior para mim. Foi uma verdadeira merda, mas passou. Perdi a tal oportunidade, mas outras sempre surgem. Hoje posso olhar para o meu certificado de reservista e dormir tranquilamente, posso tirar passaporte, prestar concurso. Coisa que o sargento não poderá.
Mas enfim, a corporação militar têm regras. Se você está nela, cumpra as regras. Não está satisfeito, pede baixa. Não cumpriu, é punição (cana, no caso), e nem adianta vir com esse ranço de vida civil onde “tudo é festa”.
Esquilo expulso da tropa por falta de disciplina. Saqueou o refeitório.
Agora não adianta chorar.
E para pensar, o preconceito nunca é maior do que o que nós achamos dele. Se a pessoa se sente discriminada, existem dois problemas. Um na cabeça de quem discrimina, o outro em quem SE SENTE discriminado. Muito do exagero na atual questão dos preconceitos tem embasamento nisto.
E agora, a prisão de um dos sargentos gays durante uma entrevista no programa da Luciana Gimenez (a quem, ao contrário do senso comum, me recuso a chamar de burra, porque para engravidar do Mick Jagger, burra ela não é mesmo).
E tome discussão, preconceito e homofobia daqui, “exército não é lugar para boiola” dali. Resolvi então dar o meu pitaco.
Por dois anos servi como médico do Exército Brasileiro, lotado no Hospital Central do Exército, no Rio de Janeiro, onde moro.
E confesso uma coisa para vocês, vi muito homossexual por lá. Seja trabalhando, seja como paciente. Alguns eram inclusive afetados, você percebia facilmente os trejeitos. Mas partindo da premissa que suas funções fossem bem cumpridas e sua conduta em serviço estivessem de acordo com o Regulamento disciplinar, sem problemas.
I don´t ask, you don´t tell
É uma política semelhante à atual adotada pelo Exército americano sobre a entrada de homossexuais em suas fileiras : “I don´t ask, you don´t tell” (Eu não pergunto, você não fala).Pegamos cinco na bala… err… matamos cinco na batalha ontem.
A Marinha inglesa, considerada uma das melhores do mundo, tem um programa em associação com o Stonewall, um grupo que defende direitos de gays e lésbicas, para atrair estes grupos para suas fileiras.
Mas, especialmente no caso do sargento que foi preso, eu apóio tal prisão. Não é porque a presença gay nas Forças Armadas é tolerada (e isso eu vi com meus próprios olhos) que a coisa vai se tornar uma Parada Gay em farda.
As Forças Armadas baseiam-se em dois pilares básicos : Hierarquia e DISCIPLINA. Cumpra as ordens superiores e comande os subordinados, respeite o regulamento, e você será um bom militar. Ao entrar para o mundo fardado, o militar é mais do que informado a respeito disto, e existe um regulamento expresso a cumprir. E em diversos aspectos, distinto da legislação civil a qual estamos acostumados.
Por várias vezes, vi colegas meus de farda afrontando superiores e “exigindo direitos”. Tá certo no meu caso (médicos), nós somos pegos para servir à força, e como as Forças Armadas precisam de médicos, eles acabam abrindo as pernas um pouco para nós. De qualquer forma, o regulamento tem que ser cumprido.
Justamente aí está a falha do casal
Primeiramente, para ter ido ao programa conceder a entrevista, eles necessitariam de autorização expressa do Comandante de sua Unidade. Primeira transgressão, agravada com o teor da declaração de um deles, dizendo que,“Não há coisa melhor que tomar banho junto com um monte de homens sarados.”Um militar é militar durante 24 horas (isso eu ouvi muito), tal declaração é incompatível com a conduta moral prevista para os militares. Não tenho dúvidas que o Ministério Público Militar tentará encaixar tal ato no Código Penal Militar, como crime de pederastia ou ato libidinoso, apesar do que, teriam que provar que tal fato ocorreu no âmbito dos quartéis. E não me venham com argumentos civis, pois para crime militar, vale o CPM, sem discussão.
Deserção
Mais grave que isto, vem o real motivo da prisão do sargento. Para quem não sabe, a pena de morte no Brasil existe sim, em um único caso: Deserção em tempo de guerra é igual a morte por fuzilamento.Se a pessoa sumir sem dar satisfação ou justificativa aceitável por 8 dias, é considerado desertor. Desertores, além de cumprir pena em prisão militar, posteriormente não conseguem tirar passaporte, prestar concursos públicos e outras restrições civis. Dura lex, sed lex.
O sargento alega que apresentou atestados médicos particulares, mas esquece que o Exército tem médicos em seus quadros, e atestado no meio militar, só serve se for de um médico militar (era uma das coisas mais chatas para fazer no serviço, a pessoa vinha com um atestado de fora, e eu tinha que transcrevê-lo).
Chegou o final de semana, soldados!
Defensores dos direitos civis entraram em polvorosa taxando de arbitrária a ação da Polícia do Exército indo prender o sargento na sede da Rede Record.
Ora, se ele é desertor e o quartel já emitiu ordem de prisão, a PE tem autoridade para buscá-lo em qualquer lugar. Sem contar que a deserção foi emitida em 2007, quando o sargento tinha vários anos de farda. Se ele já era gay esse tempo todo, sua prisão não foi por isso, ao contrário do que a mídia tenta empurrar.
A farra do preconceito
E por falar nisso, mesmo eu, que já entrei em inúmeras discussões com amigos sobre os direitos dos homossexuais, dos quais sou defensor (defendo sim a união civil dos homossexuais, por isso mesmo muitas vezes taxado de enrustido por alguns seres mais acéfalos, fazer o quê), começo a ficar irritado com o que chamo de “farra do preconceito”.Tudo é preconceito, você fala um “ai” contra e é taxado de preconceituoso. Entidades de direitos humanos, aquelas mesmas que só aparecem para defender bandidos, argumentam que está ocorrendo perseguição por homofobia.
Mas o que tem que ser avaliado é o seguinte: Exército é regulamento. Ou se enquadra, ou vai ser mandado pra rua. Prova disso são os outros inúmeros gays que pertencem às Forças Armadas e ali continuam. Provavelmente se os sargentos ficassem quietinhos, jamais teriam sido incomodados durante seu tempo de serviço.
Mas parece que o glamour foi mais forte, e pediram para aparecer. Ainda mais num programa de TV cuja especialidade é criar polêmica (de baixo nível, diga-se de passagem). E o “pobre” sargento ainda foi pouco sagaz, pois havia desertado e achava que tudo ficaria bem. Quanto aos laudos psiquiátricos que alega apresentar, isso não o impediu de ir ao Programa, onde parecia bem animadinho.
Minha experiência
Eu mesmo passei por uma situação complicada, pois pedi baixa devido a uma oportunidade de trabalho fora, e tal baixa não me foi concedida (inconveniência para o Exército), e eu teria que cumprir meu tempo de serviço. Processei o Exército, mas o resultado só saiu depois do término do meu tempo de serviço.Fiquei extremamente puto de ter que trabalhar num lugar onde não queria, mas percebi que se não o fizesse, seria pior para mim. Foi uma verdadeira merda, mas passou. Perdi a tal oportunidade, mas outras sempre surgem. Hoje posso olhar para o meu certificado de reservista e dormir tranquilamente, posso tirar passaporte, prestar concurso. Coisa que o sargento não poderá.
Mas enfim, a corporação militar têm regras. Se você está nela, cumpra as regras. Não está satisfeito, pede baixa. Não cumpriu, é punição (cana, no caso), e nem adianta vir com esse ranço de vida civil onde “tudo é festa”.
Esquilo expulso da tropa por falta de disciplina. Saqueou o refeitório.
Agora não adianta chorar.
E para pensar, o preconceito nunca é maior do que o que nós achamos dele. Se a pessoa se sente discriminada, existem dois problemas. Um na cabeça de quem discrimina, o outro em quem SE SENTE discriminado. Muito do exagero na atual questão dos preconceitos tem embasamento nisto.
Mauricio Garcia
Flamenguista ortodoxo, toca bateria e ama cerveja e mulher (nessa ordem). Nas horas vagas, é médico e o nosso grande Dr. Health.Outros artigos escritos por Mauricio Garcia
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