quinta-feira 20 de abril de 2017| Edição do dia
A Chacina da Messejana que aconteceu em novembro de 2015 marcou a história de Fortaleza e de todo estado do Ceará, como um dos casos mais brutais de assassinatos em série que policiais são acusados de ter cometido. Em um ato frio e covarde de vingança pelo menos 44 policiais teriam se envolvido na organização do assassinato de 11 jovens e na tortura física de mais 7, as vítimas tinham entre 17 e 19 anos.
Segundo as investigações, o genocídio teria sido articulado em resposta ao assassinato do policial militar Alterberg Chaves Serpa. Foram utilizados carros de polícia e veículos descaracterizados, com placas adulteradas, que foram conduzidos por policiais que estavam de serviço, de folga e alguns homens encapuzados.
Segundo a justiça os 8 polícias, acusados de homicídio e tortura, foram liberados da prisão preventiva pois não oferecem riscos por serem “réus primários, de bons antecedentes, com residência fixa e exercício de atividade laboral lícita”. Os policiais militares também receberam durante a estadia na prisão a visita de ninguém menos que o reacionário Eduardo Bolsonaro, que soltou declarações públicas a favor do policiais.
No Brasil quatro a cada dez presos seguem encarcerados sem receber julgamento. No Ceará este índice chega a 99%. Sendo a grande maioria destes casos crimes leves, o encarceramento compulsório é uma prática corriqueira aplicada contra a população pobre. Ou seja, segundo a justiça brasileira uma pessoa que comete furto é mais perigosa que uma quadrilha organizada de policiais que praticou genocídio por que não possui emprego ou endereço fixo. Os policiais genocidas respondem por liberdade, enquanto a população pobre e negra segue presa sem nem se quer receberem julgamento. Mais uma vez a justiça dos ricos mostra sua verdadeira face, deixando explícito que não é neutra, não é imparcial, e tão pouco esta do lado dos trabalhadores e da população pobre.
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