Crise afeta PMRN e dívida com locadoras e diárias operacionais ultrapassa R$ 1 milhão
A Polícia Militar do Rio Grande do Norte (PM RN) está tendo que apertar o cinto ainda mais. E mesmo com menos fôlego, vai ter que mostrar serviço. A pouco mais de seis meses capital do estado sediar os jogos da Copa do Mundo, a corporação está usando da criatividade para suprir as carências destacadas pela redução orçamentária destinada à corporação e pela falta de investimentos. Com um déficit de 4.066 policiais (o efetivo previsto em lei é de 13.466), a PMRN conta com apenas 9.400 homens e mulheres de todas as patentes, alguns cedidos a outros órgãos para cobrir todo o estado.
A solução, adotada pelo comandante-geral da PM, coronel Francisco Araújo, é encontrada na criatividade. Por exemplo, para suprir a falta de efetivo em alguns eventos, os policiais de folga são recrutados diante do pagamento de diárias. Mas esse sistema já se mostrou falho algumas vezes. A dívida atual da PM referente apenas às diárias é de R$ 900 mil. Não raro os policiais se recusam a aceitar o serviço sob o argumento de falta de pagamento.
Mas a expectativa do coronel Araújo é das melhores. E a proximidade com o mundial de futebol vem dotando a corporação de equipamentos fundamentais, e outros bem modernos, para a realização do trabalho policial. Mais de cinco mil pistolas foram adquiridas do ano passado para cá. E a agenda que contempla o legado de equipamentos deixados pela Copa é extensa: vai de fardamento e coletes, a roupa anti-bomba e caminhões com capacidade de monitorar comunidades e identificar presença de substâncias ilícitas dentro de carros em movimento. “E acreditamos que com o advento da Copa do Mundo, vamos ter equipamentos de tecnologia de primeiro mundo para os operadores de segurança pública, vai ficar um legado que vai deixar o estado em igualdade de condições com os mais ricos”, afirmou.
O efetivo da PM RN tem um deficit de 4.066 policias. Como é atuar com esse número reduzido?
Quando há um grande evento tipo Festa do Boi, carnaval, Carnatal, Operação Verão ou grandes jogos, convocamos o efetivo de serviço extra com o pagamento de diárias. Um exemplo recente é o Enem.
Quais são as principais mudanças que a PM está fazendo para se adequar ao orçamento, com cortes de despesas?
Para a PM foi estabelecido uma cota de 300 mil litros de combustível. Então dentro de cada área de jurisdição territorial de cada batalhão da PM, com a quantidade de viatura que é designada, estabelecemos cotas. Que varia de 10 litros até completar o tanque. Agora estamos controlando realmente a quantidade de combustível. Se o veículo é de um local distante e necessita percorrer uma quilometragem maior, aumentamos a cota.
Qual era a quantidade de combustível disponível antes?
Não existia uma quantidade estabelecida. Nem nos veículos administrativos, nem nos operacionais. A gente desmembrou esse abastecimento, definiu cotas e faz com que a viatura que esteja quebrada ou em manutenção, tenha o combustível bloqueado. Quando tomamos essa medida, houve falta de combustível em algumas viaturas, porque a gente não tinha controle de quanto necessitava cada veículo desse. Não tinha um parâmetro. A partir do momento em que a gente recebeu um montante de combustível para administrar, estabelecemos parâmetros por cada batalhão. É tanto que há uns 10 dias houve problema de viatura e corrigimos o problema.
Essa foi a única adequação?
Não. Adequamos também a quantidade de diárias operacionais na quantidade de policiais extras que a gente colocava. Só estamos colocando o policial extra quando há condição de se pagar.
Algum projeto deixou de ser implementado ou chegou a ser suspenso por falta de recursos?
Os projetos que a PM tem estão atrelados à Secretaria de Segurança Pública. Temos alguns que estão em andamento, inclusive em parcerias com Ministério Público, Poder Judiciário, Idema e Detran. São recursos que
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