‘Policiais com o diabo no corpo mataram meu filho’, diz mãe de jovem morto em Benfica
A mãe do estudante Elizeu Santos Trigueiro da Silva, de 15 anos, não esconde a revolta com a morte do filho, na noite da última sexta-feira, durante operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope), na Favela do Arará, em Benfica. O corpo do jovem é velado na manhã deste domingo, no Cemitério do Caju, na Zona Portuária.
“Meu filho pediu para jogar a chave e eu joguei, mas aqueles policiais com o diabo no corpo mataram covardemente meu filho”, disse Áurea Cristina da Silva Santos, de 41 anos, emocionada. O clima é de revolta no sepultamento do rapaz e cerca de 40 pessoas, entre familiares e amigos, prestam as últimas homenagens.
A polícia vai investigar as circunstâncias da morte de Elizeu, morto com três tiros. Parentes da vítima acusam policiais de executá-lo e atirar contra a mãe dele. No Twitter, postado às 9h39, a corporação alega ter encontrado o jovem ferido e o levado para o Hospital Geral de Bonsucesso. Em nota, o Bope manifestou pesar pela perda da família “reafirmando a confiança na polícia da pacificação, para que casos como esse não voltem a ocorrer”.
De acordo com o pai da vítima, o carregador de supermercado João Batista Trigueiro da Silva, 42, seu filho estava numa festa num prédio vizinho e, por volta de 23h30, foi em casa buscar gelo. “Minha esposa chegou na janela do terceiro andar e jogou a chave para o Elizeu. Assim que ele abaixou para pegar a chave, policiais do Bope apareceram e dispararam. A gente luta para criar os filhos e a polícia, que deveria protegê-los, os mata”, desabafou João.
Elizeu foi morto com três tiros — na testa, no rosto e no peito. Áurea diz que gritou e um policial atirou na direção dela, atingindo o teto do apartamento. “Ainda vi meu filho sendo arrastado pelos pés e colocado dentro do caveirão. Não sei se vou aguentar tanta dor”, desabafou Áurea, que estava em casa com outros dois filhos.
João denunciou ainda que ficou entre 1h e 4h tentando registrar queixa contra os PMs na 37ª DP (Ilha), onde estavam os militares que tinham participado da ação, mas não conseguiu.
O caso foi registrado como auto de resistência na 37ª DP (Ilha) e transferido para a 21ª DP (Bonsucesso), o
Nenhum comentário:
Postar um comentário