“Só para ocupar lugar”, diz policial militar
Desde a gestão de Lúcio Alcântara no governo do Ceará, o posto de observação da Av. Raul Barbosa dá a sensação de segurança para os fortalezenses que diariamente trafegam na região. Infelizmente, a expectativa da população com a instalação do equipamento não foi alcançada. Os delitos na área continuam frequentes e o local ainda é conhecido como uma dos mais perigosos de Fortaleza. A partir de denúncias de policiais militares à Associação dos Cabos e Soldados Militares do Ceará (ACSMCE), foi possível constatar o porquê da baixa eficácia do posto de observação.
Uma equipe da ACSMCE foi até o local para apurar várias irregularidades relatadas por policiais. Já nos primeiros minutos da visita, foi observado que o equipamento, praticamente, não passou por nenhuma reforma ou manutenção: a escada e a porta de acesso estão completamente enferrujadas, sendo apoiadas por tijolos e pedras; os equipamentos de monitoramento, como câmeras e monitores de vídeo, já não existem mais; o único banheiro está inutilizado; a central de ar foi desinstalada; a iluminação interna encontra-se quebrada e com a fiação exposta.
Os denunciantes também relataram que a caixa d’água nunca passou por limpeza, sendo um local propício como nascedouro dos mosquitos transmissores da dengue. Além de colocar em risco a vidas dos policiais, oferecendo água de má qualidade para higiene pessoal, a instituição que administra o posto, a BPMA (Batalhão da Polícia do Meio Ambiente) não fornece água potável para o consumo. Copos plásticos, papel higiênico ou qualquer utensílio de uso dos trabalhadores tem que ser providenciados por eles mesmos.
Os protagonistas das denúncias procuraram a Associação revoltados com o descaso, afirmando que estão cansados de esperar que sejam cumpridas as promessas do comando da BPMA, que há cinco meses prometeu sanar os problemas do local.
“Só para ocupar lugar” foi o que um policial comentou sobre o objetivo de manter efetivo no posto de observação. Conforme os denunciantes, Os PMs, geralmente, compõem equipes de três policiais durante o dia e dois à noite. Ainda segundo os praças, as equipes não dispõem de viaturas ou motos para atender ocorrências. Logo, nos dois turnos, os policiais que prestam serviço no equipamento não atendem ocorrências por falta de estrutura básica. A ponte do Lagamar, na Av. Raul Barbosa, a cerca de 200 metros do posto de observação, fica totalmente à mercê da ação de assaltantes que atuam livremente pela deficiência da Polícia Militar.
O presidente da ACSMCE, Flávio Sabino, lamentou o descaso do BPMA com os praças. “A falta de estrutura básica para que os policiais desenvolvam os trabalhos prejudica a categoria como um todos, pois sociedade que não tem essas informações julga erroneamente os profissionais”, indignou-se.
O assessoria de comunicação da ACSMCE entrou em contato com a BPMA que afirmou não estar ciente das situação do posto de observação da Av. Raul Barbosa. O Ten. Cel. Mendonça, comandante do batalhão, afirmou que nos próximos dias vai averiguar a situação do local.
Salientando que não é a primeira vez que a ACSMCE denuncia a falta de condições do posto da Raul Barbosa, em Julho de 2013 o mesmo já tinha sido alvo de denúncias da associação
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