04/08/15 10:2005/08/15 07:48
MP denuncia ex-comandante de Operações Especiais da PM do Rio
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ofereceu denúncia nesta terça-feira contra o ex-comandante do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Alexandre Fontenelle, pelo crime de lavagem de dinheiro. Maria Mércia Fontenelle de Oliveira e Maria Paula Fontenelle de Oliveira, respectivamente mãe e irmã do oficial, também foram denunciadas pelo MP.
Além disso, o MP realiza operação nesta manhã para cumprir dez mandados de busca e apreensão em vários pontos do Rio. A Corregedoria da Polícia Militar e a Subsecretaria de Inteligência dão apoio à ação, que, nesta nova fase, recebeu o nome de Operação Profilaxia.
Também foi oferecida denúncia contra o ex-subcomandante do 14º BPM (Bangu), major Carlos Alexandre de Jesus Lucas; o ex-chefe da P2 (Serviço Reservado) do 14º BPM, capitão Walter Colchone Netto; e o ex-coordenador operacional do 14º BPM, major Edson Alexandre Pinto de Góes. Todos são acusados pelo crime de lavagem de dinheiro.
De acordo com a denúncia, o coronel Fontenelle é o real proprietário de dois apartamentos registrados em nomes de terceiros e de uma casa em área nobre de Búzios, na Região dos Lagos. O primeiro apartamento, localizado no Grajaú, tem 200 metros quadrados, está avaliado em R$ 995 mil e foi registrado no nome da irmã, Maria Paula. O segundo, uma cobertura em Jacarepaguá, está registrado nos nomes da mãe, do major Lucas e do capitão Colchone. O imóvel vale R$ 750 mil e tem 300 metros quadrados. As escrituras dos dois apartamentos foram feitas na mesma data, à época em que os oficiais atuavam no 14° BPM (Bangu). Além dos dois imóveis, Fontenelle também adquiriu no mesmo período um veículo Toyota Corolla.
No decorrer das investigações, R$ 287,6 mil em espécie foram apreendidos na residência do major Edson. O dinheiro estava escondido em sacos plásticos, dividido em maços de R$ 5 mil, dentro de um armário. Também foram encontrados 400 euros, joias em ouro e um bilhete manuscrito, que demonstrava uma divisão de quantias em dinheiro entre coronel Alexandre, major Edson e capitão Colchone.
Ainda segundo a denúncia, Fontenelle incorreu no crime de lavagem de dinheiro três vezes e pode pegar pena de reclusão entre três e dez anos, por cada incidência, mais multa. Também foram encaminhadas cópias dos autos para a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva, para que se apure crime de improbidade administrativa por incompatibilidade patrimonial.
Amigos S.A
A Operação Amigos S.A. foi deflagrada no dia 15 de setembro de 2014. Foram denunciados pelo crime de associação criminosa armada 26 policiais militares do 14° BPM (Bangu), dentre eles, seis oficiais que integraram o Estado-Maior do batalhão. Um mototaxista que fazia parte do esquema de arrecadação de propina também foi preso. A quadrilha exigia pagamento de propina de comerciantes, mototaxistas, motoristas e cooperativas de vans, além de empresas transportadoras de cargas na área do batalhão. O processo tramita na 1ª Vara Criminal de Bangu.
Como desdobramento das investigações iniciadas durante a Operação Amigos S.A., o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), em parceria com a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro (SSINTE/SESEG) cumpre dez mandados de busca e apreensão, na manhã desta terça-feira (04/08), em vários pontos do Rio. A Corregedoria da Polícia Militar dá apoio à ação, que, nesta nova fase, recebeu o nome de Operação Profilaxia.