12/09/16 - 11h39 - Atualizado em 12/09/16 - 15h03
Estadão Conteúdo
Foi presa na manhã desta segunda-feira, 12, Thuane Pimenta dos Santos, de 23 anos, acusada de entregar uma criança de 2 anos ao coronel reformado da Polícia Militar Pedro Chavarry Duarte, de 62, preso em flagrante sob a acusação de estupro de vulnerável. Duarte foi encontrado na noite de sábado por dois PMs, no próprio carro, em Ramos, na zona norte do Rio, com menina, que estava nua. Para não ser detido, o coronel chegou a oferecer suborno aos policiais, que não aceitaram e gravaram a oferta.
A delegada Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), assumiu o caso no domingo, e os policiais da delegacia identificaram a mulher que entregou a menina. Neste domingo, foi decretada a prisão temporária de Thuane no plantão judiciário, pela juíza Maria Izabel Pena Pieranti. Na manhã desta segunda, a equipe da Dcav localizou a acusada na comunidade Uga-uga, em Ramos. Ela foi encontra na Travessa Leonor Mascarenhas, na favela. A polícia não informou se Thuane tem parentesco com o bebê.
Duarte tem 42 anos de PM. Ele foi descoberto porque passou numa lanchonete com a criança. Os atendentes estranharam o fato de a menina estar sem roupas e virada para ele. Uma cliente ligou para a polícia, que chegou rapidamente.
O militar fugiu, mas foi abordado mais adiante. Ele foi autuado por estupro de vulnerável e corrupção ativa. A mãe posteriormente contou à polícia que estava trabalhando quando o crime foi consumado. Ela teria deixado a filha aos cuidados de Thuane.
Defesa
A Caixa Beneficente da Polícia Militar do Rio emitiu uma nota defendendo a “presunção da inocência” de Duarte, que preside a entidade.
Em nota assinada pelo presidente em exercício, Robson de Almeida Paulo, a Caixa Beneficente da PM lamentou “o ocorrido” e chamou o coronel de “presidente licenciado”. “Que os fatos noticiados pela mídia serão apurados na instrução criminal, respeitados os princípios constitucionais da presunção da inocência, do devido processo legal e o contraditório”, afirma a mensagem.
As origens da Caixa remontam a 1903, quando a PM ainda era a Brigada Policial da Capital Federal. O presidente Rodrigues Alves autorizou a criação da entidade, que recebe uma parte do soldo dos policiais. Em 1938, Getúlio Vargas assinou a criação da Caixa com o nome atual.
A entidade é sem fins lucrativos e fornece ao policial e a seus familiares serviços como assistência jurídica, assistência funeral, atendimento ambulatorial, odontológico, oftalmológico, além de descontos numa rede conveniada.
Duarte é presidente desde abril de 2010 e, segundo o site da Caixa, “ele se empenha para recuperar a instituição”. “Reuniu profissionais de mercado e aliou-se a parceiros que dão suporte para que a instituição se aproxime cada vez mais do seu associado, oferecendo um relacionamento com a qualidade que ele tem direito. A sua gestão é sustentada por valores como: transparência, responsabilidade, ética, trabalho e valorização do policial militar”, diz o texto.
Ele ingressou na PM aos 19 anos. Hoje tem 62. Passou por diferentes batalhões e “adquiriu experiência necessária para se tornar um homem influente e bem visto dentro da corporação”, conforme o site da Caixa. É formado em direito e tem no seu histórico a passagem pelo gabinete de quatro comandantes-gerais. Foi relações-públicas da Polícia Militar, membro da mesa diretora da irmandade de Nossa Senhora das Dores da PM e diretor social da Caixa, antes de se tornar presidente.
“Nesses anos de gestão, Chavarry revolucionou a Caixa Beneficente, criando um atendimento mais humanizado e colocando o associado como prioridade máxima. A instituição passou por uma verdadeira reformulação que teve como objetivo único trazer a Caixa Beneficente para os momentos de glórias, tal como nos primeiros anos de sua criação, e voltar a ser referência em soluções para o bem-estar do associado”, informa a página na internet.
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