Após suposta ameaça, PM mata mulher por engano na Grande SP
Os tiros de policial militar, de 21 anos, também atingiram um adolescente que foi socorrido e encaminhado para hospital Ferraz de Vasconcelos
Plínio Aguiar, do R7
Um policial militar de 21 anos é suspeito de matar a tiros uma jovem no Jardim Santo Antônio, em Poá, na região metropolitana de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (2). O PM teria confundido a vítima com uma pessoa que supostamente estava lhe ameaçando.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, o policial Johnatas Almeida Lima e Lima registrou possíveis ameaças de morte que vinha sofrendo desde quinta-feira (28), dia em que fez uma operação em que muitas pessoas foram presas. Segundo o relato, depois dessa data, passou a observar um casal que ficava trafegando, de moto, em volta de sua casa.
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No último domingo (1°), a mãe do PM também observou um casal de moto e acionou o 190. Horas depois, Jhonatas informou que ouviu gritos “vai morrer, policial cagueta”, o que lhe causou preocupação. Por volta de 22h, o PM foi surpreendido com uma bomba que foi arremessada para dentro de sua casa.
Em seguida, disse ter ficado atento na sacada da residência. Um casal de moto passou pela rua neste momento e, segundo o PM, o jovem condutor fez um gesto similar ao de sacar uma arma. Como consequência, atirou na dupla — o rapaz foi atingido nas costas e a menina, no peito. Brenda Lima de Oliveira, de 20 anos, morreu no local. O menino foi encaminhado para o Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos. Ambos não possuem antecedentes criminais.
Após matar a jovem, Johnatas contou que foi ao local e pediu para que populares ligassem para o resgate e, depois, para a polícia. O piloto da moto, informou o boletim de ocorrência, chegou a perguntar “que merda eu fiz?”. Segundo o boletim, o jovem disse que estava com a namorada procurando uma casa para alugar na região.
O PM, acompanhado de seu tenente, entregou a arma usada no crime. Disse não saber quantos disparos fez, uma vez que estava “nervoso”. Johnatas não foi preso em flagrante, porque ele se apresentou à delegacia e ainda solicitou o resgate. Mas o boletim aponta que, de fato, houve homicídio cometido pelo policial, mas “não há elementos para afirmar se ele agiu em legítima defesa”.
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Foi requisitada uma cópia do registro interno da ocorrência em que um casal tinha sido abordado na frente da residência do PM, mas não correspondem com as vítimas feitas por Johnatas.
O policial trabalha na região do Jardim Robru, é solteiro e não tem filhos. Procurada pela reportagem do R7, a defesa do PM não se pronunciou. O espaço está aberto para manifestação.
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