Nossa Região
Março 14, 2018 - 12:44
Operação prende 20 policiais envolvidos no tráfico de drogas na região
Ao todo, foram expedidos 19 mandados de prisão contra policiais da região
Foto: Divulgação/Polícia Militar
Operação Urupês foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (19); PMs são acusados de integrarem organização criminosa
Lucas Tavares @tavareslucas11
Vinte policiais foram presos após o desencadeamento da Operação Urupês na manhã desta quarta-feira (14). As investigações envolveram o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a Corregedoria de Polícia Militar e o CPI-1 de São José dos Campos. A Operação aconteceu nas cidades de Taubaté, Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Registro.
Ao todo, 19 mandados de prisão preventiva que foram expedidos contra policiais militares da Força Tática de Taubaté. Além disso, um policial do 3º Batalhão de Polícia Ambiental também foi preso na cidade de Registro.
A operação foi deflagrada após um ano de investigações contra uma suposta organização criminosa, que foi alvo do cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão. As ações envolveram 304 policiais militares, além de 80 viaturas que foram disponibilizadas para a Operação.
A comandante da PM na RMVale, coronel Eliane Nikoluk, reforçou que a operação teve como base as denúncias que foram recebidas pela Polícia Militar.
"Esse trabalho teve origem há vários meses, há mais de um ano e o importante é que toda informação e todas as denúncias que nos eram reportadas [...] foram prontamente acolhidas e acabaram compondo esse escopo de informações", declarou.
Segundo os dados divulgados pela Corregedoria da Polícia Militar, uma enorme quantidade de cocaína e crack foi apreendida. Além disso, 650g de maconha também foram recolhidos. Os policiais que participaram da operação também conseguiram apreender 41 celulares, 731 munições, 118 estojos de calibres variados, 12 armas de fogo, 11 simulacros, 14 rádio comunicadores, 11 pendrives, 6 balanças de precisão, 2 máscaras, 1 mira-laser, além de um HD externo e um notebook.
Ainda de acordo com o MP-SP, a organização criminosa foi investigada por diversos crimes, mas principalmente pelo tráfico de drogas. Além disso, os mandados de prisão só foram expedidos pois havia fortes indícios dos crimes cometidos pelos policiais e da existência da organização.
A Corregedoria da PM confirmou, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (14), que os mandados de prisão foram feitos após a comprovação feita por interceptações telefônicas e a ação de agentes militares, que registraram as ações dos policiais envolvidos no tráfico.
O corregedor da Polícia Militar, Marcelino Fernandes da Silva, ressaltou que a função da PM é servir a população. "A Polícia Militar, assim como o cidadão, não pode compactuar com esse tipo de atitude de servidores públicos. Policiais que deveriam proteger a sociedade e se enveredam para o lado do crime", disse.
As investigações começaram após a apuração de um homicídio triplo que aconteceu no dia 8 de fevereiro do ano passado. Na época, três jovens da mesma família foram assassinados no bairro Rancho Grande, em Taubaté. As investigações foram feitas em atuação conjunta do Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Militar e foram iniciadas pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e pela Promotoria de Justiça de Taubaté.
A PM publicou uma nota reafirmando que é "uma Instituição que tem por objetivo a valorização dos bons policiais militares e a rígida depuração interna, não compactuando com ações contrárias ao Estado Democrático de Direito e aos valores e deveres policiais militares, sendo implacável quando constatados quaisquer desvios de conduta de seus integrantes.
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