Surgem novos fatos na reconstituição do assassinato do surfista Ricardo dos Santos, morto no dia 20 de janeiro na Guarda do Embaú (SC). De acordo com a reportagem de Colombo de Souza, publicada no site do jornal Notícias do Dia, o avô de Ricardinho, Nicolau dos Santos, o irmão do PM tentou impedir os disparos.
Confira abaixo a reportagem na íntegra:
Proprietários de bares do balneário Guarda do Embaú, em Palhoça, confirmaram que na noite anterior ao assassinato do surfista profissional Ricardo dos Santos, 24, o Ricardinho, o PM Luis Paulo Mota Brentano, 25, estava na praia com o som alto no carro. Os bares na guarda fecham às 2h e, segundo os comerciantes, o PM teria ficado bebendo vodka com energético no carro, ao lado do irmão adolescente de 17 anos. Moradores telefonaram para a Polícia Militar, mas nenhuma viatura apareceu.
O PM também teria passado no bar da família de Ricardinho, pedindo música ao vivo e dizendo que era policial e estava disposto a pagar, mas o proprietário falou que teria que respeitar a lei do silêncio. Enfim, está na boca do povo que o soldado Brentano ficou incomodando muita gente naquela madrugada de domingo, 19 de janeiro. Lotado no serviço de inteligência do 8º BPM de Joinville, o PM estava de férias na Guarda do Embaú a convite do pai que tinha alugado uma casa no balneário.
Quando o dia amanheceu, o soldado e o irmão continuaram no Citroën C4, com placas de Joinville, estacionado na trilha de acesso à praia. Passava um pouco das 8h, quando Nicolau dos Santos, 74, descia a trilha ao lado do neto surfista e de Mauro da Silva, 35, tio de Ricardinho. Ao constatarem o carro em local inadequado, próximo aonde seria feito uma obra de drenagem, Ricardinho pediu para o motorista tirar o veículo dali. “Ele não respondeu nada. Do jeito que estava ficou. Então falei para Ricardinho para gente ir em casa buscar as ferramentas", contou Nicolau.
Logo em seguida, os três retornaram com picareta, pá e enxada. Nicolau lembrou que o neto foi novamente chamar a atenção do motorista do Citroën, pois eles precisavam iniciar a obra. "Aqui estou, não vou sair e vou ficar", teria respondido o PM.
“Então, coloquei o meu braço no ombro de meu neto e o tirei dali. Foi só eu dar três passos e ouvi os tiros: pá, pá, pá”, gesticulou o avô do surfista. Nicolau disse que o PM atirou de dentro do carro. Ele disse ainda que viu o irmão do PM tentar impedi-lo de atirar.
Ainda de acordo com o avô, após os disparos o soldado ligou o motor do carro engatou uma primeira marcha e colidiu, lateralmente, no corpo de Ricardinho. Mesmo ferido, o surfista pediu para o tio anotar a placa do veículo. A notícia se espalhou rapidamente pelo balneário, que tem apenas quatro ruas, e o carro suspeito foi localizado pela Polícia Militar em uma pousada na Praia da Pinheira.
Bretano foi levado à delegacia de Palhoça, com capuz bala clava no rosto prestou um depoimento ao delegado Marcelo Arruda Ramos que estava de plantão naquela manhã.
Enquanto o PM era interrogado, o surfista passava por cirurgias. Ricardinho não resistiu à quarta intervenção cirúrgica e morreu no dia seguinte. O assassinato revoltou a comunidade e a onda de clamor contagiou o mundo do surfe.
Fonte: Notícias do Dia – Por: Colombo de Souza
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