Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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segunda-feira, 19 de outubro de 2015



Postado em 08/02/2010 às 04:32 por Redação emPolícia

Reação nos quartéis em favor da PEC 300: Greve e aquartalamento

Oficiais elegem inimigos contra a aprovação da lei


Por Redação

Policiais reclusos nos quartéis. Blitz atrás de blitz nas principais cidades do país, por meio da chamada operação padrão. Sonegação de informações a jornalistas. Campanha na internet e nas ruas contra deputados. Dez mil manifestantes na Esplanada dos Ministérios. Essas são as armas que os policiais e bombeiros militares ameaçam sacar do bolso para pressionar o Congresso a aprovar um piso salarial único para a categoria.

Contrariados com a sinalização de que a Câmara vai enterrar a proposta de emenda à Constituição (PEC) 300/08, que atrela o salário inicial dos policias e bombeiros militares aos vencimentos de seus colegas do Distrito Federal, os policiais prometem radicalizar no corpo a corpo com os parlamentares nos estados e explorar o assunto eleitoralmente.

“O clima é de revolta. Se não colocarem na pauta, vai haver radicalização. Será muito difícil segurar. Uma tropa com fome é uma tropa sem comandante. Não sei o que vai acontecer”, diz o soldado Fernando Almança, da PM do Espírito Santo, que coordena uma mobilização na internet em favor da PEC 300. A proposição aumenta para R$ 4,5 mil o salário inicial dos praças e para R$ 9 mil o dos oficiais. Atualmente, a média nacional é de R$ 1.814,96.

Relator da PEC 300 na comissão especial que analisou o mérito da proposta, o deputado Major Fábio (DEM-PB) diz não ter como controlar a reação dos policiais militares com a eventual derrubada da proposição. “Se a PEC 300 não for aprovada, será o caos, o Brasil vai parar”, prevê.
Guerra contra os inimigos do piso dos PMs 

A subida de tom das ameaças é uma resposta da categoria e dos deputados que apoiam a PEC 300 à orientação do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), de engavetar a proposta e submeter ao Plenário a PEC 446/09, que cria o piso salarial para os servidores policiais e remete a definição do novo valor a uma lei federal, a ser enviada pelo governo ao Congresso no prazo máximo de um ano.

“Essa PEC não interessa aos policiais militares. Não define valor do piso, vai apenas empurrar o problema com a barriga”, reclama o deputado Paes de Lira (PTC-SP). Temer entende que a PEC 300 é inconstitucional por criar despesas para o Executivo sem apontar receitas e por incluir na Constituição valores do piso salarial de uma categoria.

Em ano eleitoral, os governadores e o governo federal têm evitado se posicionar sobre o assunto, que interessa diretamente a mais de 700 mil policiais e bombeiros militares em todo o país. Mas, nos bastidores, eles têm se movimentado para convencer seus aliados na Câmara a vetar a proposta por causa do impacto que a mudança terá sobre os cofres públicos.

Isso porque nem todos os estados têm condições de arcar com o novo piso. Para resolver o problema, o texto estabelece que a União terá de completar a conta por meio de um fundo próprio. Uma diferença que, segundo estimativa admitida pelos próprios militares, chegará a R$ 3,5 bilhões.

“Balela”

Coronel da Polícia Militar de São Paulo, Paes de Lira chama de “balela” o argumento de que não há recursos para elevar em até 450% o piso salarial dos policiais e bombeiros militares, como prevê a PEC 300. No Rio Grande do Sul, por exemplo, um PM em início de carreira recebe R$ 850 por mês, o menor valor pago à categoria em todo o país.

“O Brasil não é mais país pobre, caminha para ser a quinta economia do mundo. Os estados têm recursos, basta que não tenham as amarras da Lei de Responsabilidade Fiscal e que os recursos sejam direcionados”, afirma. “A fonte de recursos está na riqueza do Brasil, os impostos pagos pela população brasileira, que deve ter retorno em saúde, educação e segurança”, acrescenta.

Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa dos Policiais e Bombeiros Militares, o deputado Capitão Assumpção (PSB-ES) também diz que dinheiro não é problema do governo. “Se o governo de Sergipe vai pagar R$ 3,2 mil sem repasses da União, por que estados mais ricos não podem pagar o mesmo?”, questiona.

O valor pago por Sergipe é considerado viável pelo Ministério da Justiça. Mas desde que o aumento seja escalonado por período superior a um ano. “O governo criou o piso da educação por lei ordinária. O mesmo vai acontecer agora com os agentes de saúde. Esse é o procedimento legal. Sairá muito mais rápido se apensarmos as duas propostas”, defende o deputado distrital Cabo Patrício (PT), presidente da Associação Nacional dos Praças (Anaspra) e crítico da PEC 300.

Cerca de 5 mil policiais e bombeiros militares lotaram as galerias da Câmara na semana passada nos dois primeiros dias do ano legislativo. Representantes da categoria aguardam a reunião de amanhã (9) entre Temer e os líderes partidários, na qual se definirá a pauta dos próximos dias, para definirem quando voltarão a Brasília. Eles pretendem dobrar o número de manifestantes trazidos à capital federal. Temendo que o quorum na Casa se reduza com a proximidade do Carnaval, os sindicalistas admitem retomar a pressão só depois dos festejos de momo.

“Uma paralisação não é decisão das entidades de classe. Mas não está descartada, depende do desenrolar da votação e do próprio comportamento do presidente Michel Temer”, afirma o sargento Teobaldo de Almeida, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas (Assmal).

Blitz em motel

Como a Constituição proíbe militares e policiais civis de fazerem greve, a categoria estuda outras formas de pressão caso a Câmara não vote a PEC 300 ainda em fevereiro. “Aquartelamento não é greve. Se fizermos operação padrão, não será greve”, diz o soldado Fernando Almaça.

O PM capixaba explica a diferença entre os procedimentos: “Com o aquartelamento, o militar se apresenta para o serviço, mas se recusa a sair às ruas. As esposas dos militares podem bloquear as portas dos quartéis. Podemos apertar parafuso e não deixar passar nada. Intensificar blitz em portas de motéis e no trânsito. Estaríamos cumprindo nossa obrigação, mas também desagradando muita gente. Exigindo todos os equipamentos dos veículos. Isso causaria caos total. Seria uma maneira de protesto”.

O deputado Paes de Lira diz que o momento não é de cruzar os braços, mas de elevar a pressão sobre os parlamentares. “Não aceito nenhuma orientação grevista, porque temos um dever constitucional a cumprir. O PM deve permanecer trabalhando na linha de frente e mostrar à população sua importância, porque assim ela vai apoiá-lo”, defende o coronel. “Mas não abrimos mão que o piso seja definido na Constituição. Do contrário, estaremos ao sabor da vontade do Executivo”, acrescenta o deputado, que chegou à Câmara ao herdar o mandato de Clodovil Hernandez (PR-SP), morto no ano passado
A PEC em Alagoas
O presidente da Associação dos Cabos e soldados , Wagner Simas, que foi a Brasília participar do encontro da Anaspra e acompanhou as mobilizações, explicou que a PEC 300 é importante por fixar o valor do piso nacional. Porém, ele afirmou que a PEC 41, que também contempla os policiais civis, as viúvas, os pensionistas, os peritos e os policiais reformados é a ideal.
““As Pecs foram discutidas no encontro da Anaspra, mas fomos pegos de surpresa com a retirada da PEC 300 da pauta. A difernça é que a PEC 300 estabelece o valor de R$ 4,500 no salário dos praças e R$ 9,000,00 para os oficiais. É por isso que ela foi retirada da pauta, porque só o executivo pode estabelecer o valor do piso, após a criação, pelo legislativo de uma lei complementar. Lideranças de alguns partidos como os deputados federais Coronel Paes de Lira, Major Fábio e Capitão Assumção têm feito mobilizações nos Estados”, contou Simas.
Ele lembrou que a expectativa maior é em torno da aprovação da PEC 41, que tramita de forma mais avançada, já que o presidente da Câmara, Michel Temer prometeu dar celeridade aos trabalhos. “Ele também informou que a PEC 300 precisa ser aprimorada”, explicou Simas.
Simas afirmou que a criação do piso salarial não melhora completamente a situação da polícia em Alagoas, mas destacou que haverá mais auto-confiança, por parte das categorias. “Ainda falta estrutura para o trabalho, mas a sociedade irá ganhar com policiais satisfeitos e valorizados, que poderão ter uma qualidade de vida como em outras profissões. Ninguém quer ter uma função de risco, recebendo pouco como Rio de Janeiro, onde há muitos confrontos com bandidos e os policiais ganham R$ 900,00”, lembrou.
Já a categoria dos policiais civis, que constamente realiza manifestações reivindicando aumento salarial torce para que a PEC 41 passe pela câmara. O vice-presidente do Sindicato dos policis civis (Sindpol), Josimar Melo ressaltou que o suposto piso salarial de R$ 3,200,00 não contempla a categoria.
“A PEC 300 contempla Pms e bombeiros, apesar de estabelecer o piso, enquanto a 41 nos inclue. Nós queremos quatro salários mínimos, de acordo com o Dieese, o que fica em torno de 8 mil, assim como acontece em Brasília. Aguardamos a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro”, destacou Melo

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  • EDUARDO FILGUEIRAS PMERJ

    COMPANHEIROS DE FARDA, SE OS POLÍTICOS ACHAM QUE É INSCONSTITUCIONAL ESTIPULAR VALORES PARA APROVAÇÃO DA PEC 300, ENTÃO PORQUE OS DEFENSORES NÃO MUDAM O TEXTO, COLOCANDO ASSIM: O MENOR VALOR (PISO), PARA PRAÇAS SERÁ DE 10 SALÁRIOS MÍNIMOS E PARA OFICIAIS O MENOR VALOR SERÁ DE 20 SALÁRIOS MÍNIMOS.
  • MEU DEUS

    Parece brincadeira: Policial civil não trabalha, só faz greve e quer ganhar mais que um delegado formado em Direito.Os PM´s querem aumento de 480% (com a PEC 300, pois querem ganhar igual a um policial militar federal). Meus amigos, vocês VÃO QUEBRAR O BRASIL. PELO AMOR DE DEUS, TENHAM CONSCIÊNCIA.
  • sd salustiano

    PERCEBO QUE ESSES DEPUTADOS NÃO LIGAM PARA A SEGURANÇA PÚBLICA, PORÉM DÃO ENFÂSE AS MARACUTAIAS DE OCORRE NO BRASIL E NO MUNDO. ELES, DEPUTADOS, SÃO INDIVIDUALISTAS, ISTO É SÓ QUEREM PRA ELES,VOLTAM DE MANEIRA RÁPIDOS OS PROJETOS QUE OS BENEFICIAM, OS DEMAIS, NO CASO A GENTE PM, SE PLODAM. LAMENTO.
  • Paulo

    Se preparem para o pior!!!
  • Renato Rodrigues

    Eu sou aposentado e também queremos 700% de aumento senão vamos "parar" não não aprovarem uma PEC que nos dê este aumento.
  • Júlio

    É lógico que o militar deveria ganhar mais. Mas o que está acontecendo é q estão indo pelo caminho errado, tudo isso por falta de uma orientação juridica adequada. Apresentaram uma proposta eleitoreira (será aprovada! lógico) inconstitucional para iludir. E pior será a reação dos policiais na decepç
  • Mário

    Só num país muito louco é que até questão salarial de polícia é matéria constitucional. Esse Brasil é surreal! Definitivamente, não vamos a lugar algum desse jeito. Ou melhor, vamos nos enterrando, cada vez mais fundo.
  • CRISTIANO

    JANIO VC ESTA ENGANADO QUE ESTA TRAVANDO A PEC É O PRESIDENTE DA CAMARA O TEMER POSSIVEL VICE DA DILMA E PRESIDENTE DO PMDB.
  • CRISTIANO

    AQUI NA SEDE DE ARAPIRACA AS IRREGULARIDADES SÃO TANTAS QUE E UMA VERGONHA,FUNCIONARIO QUE NAO TRABALHA MAIS RECEBE TODO MES COM CARTEIRA ASSINADA,AS CONSULTAS MEDICAS 70%DESAPARECEM MAIS O DINHEIRO VEM,O DIRETOR MORA NA SEDE COM A FAMILIA A AMBULANCIA NINGUEM SABE MAIS O COMBUSTIVEL É GASTO.
  • CRISTIANO

    O TEMER VAI SER CANDIDATO A VICE DA DILMA, OS POLICIAIS MILITARES DO BRASIL TEM QUE DAR O TROCO CASO ELE NÃO COLOQUE EM VOTAÇÃO E APROVEM A PEC ELE DIZ QUE A PEC E INCONSTITUCIONAL VAMOS DAR A RESPOSTA NÃO VOTANDO NA DILMA,E QUANTO AO SIMAS VENHA INVESTIGAR AS IRREGULARIDADES NA SUB SEDE ARAPIRACA
  • JÂNIO BARBOSA

    E AINDA TEM PESSOAS Q VÃO VOTAR NO TAL JOSÉ SERRA PARA PRESIDENTE DO BRASIL,ESSE TAL DE PSDB E UMA MERDA SE CHEGAREM A GOVERNAR O BRASIL VAMOS A FALENCIA. DILMA E PT NELES PARA APROVAR A PEC. O PSDB TEM E INVEJA DO Q O PT ESTA TRABALHANDO COISA Q O PSDB SÓ GOVERNA PARA OS RICOS.
  • ALISON

    É MUITO IMPORTANTE ESTAMOS UNIDOS PARA PODEMOS REIVIDICAR NOSSOS DIREITO,AQUARTELAMENTO É FAVORECER OS BANDIDO,VAMOS FAZER VALER A NOSSA PRERROGATIVA,E CUMPRIMOS OS DEVERES A SOCIEDADE NA FORMA DA LEI,DOA EM QUEM DOER,LEI P/ TODOS,ALAGOAS BRASIL.
  • ALISON

    É MUITO IMPORTANTE ESTAMOS UNIDOS PARA PODEMOS REIVIDICAR NOSSOS DIREITO,AQUARTELAMENTO É FAVORECER OS BANDIDO,VAMOS FAZER VALER A NOSSA PRERROGATIVA,E CUMPRIMOS OS DEVERES A SOCIEDADE NA FORMA DA LEI,DOA EM QUEM DOER,LEI P/ TODOS,ALAGOAS BRASIL.
  • kleinsyzana

    Se a violência daqui de alagoas tá igual a nova yorke...imagina os PM em greve...NÃO SAIAM DE CASA...OU GRITEM:TEOTÔNIOOOOOOOOOOOOOOOO VIOLELLAAAAAAA POR QUE VOTEI EM VOCê???????????????????
  • Paulo miguel souza silva

    Sao tantas pecs, que eu ja estou achando que isso nao vai da em nada.
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