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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Sargento cover:Militar do exército se diz perseguido por interpretar a cantora Cassia Eller em banca.

 
 
 
Comportamento

O sargento COVER
Militar do Ex�rcito se diz perseguido por interpretar a cantora C�ssia Eller em banda

RUDOLFO LAGO


 Um tema deveras delicado
No Ex�rcito, o nome de guerra dele � De Ara�jo. Mas, na noite de Bras�lia, o sargento Laci Marinho de Ara�jo se transforma. Veste uma camisa brilhante vermelha e vira o cantor �ron Anderson. Tem at� DVD promocional. O t�tulo � sugestivo: "Eu queria ser C�ssia Eller". �ron, a vers�o artista do sargento, comanda a banda de pop rock Terceira Vis�o, que faz cover da roqueira morta em 2002. Seria mais um caso de militares que buscam trabalho fora do quartel para refor�ar o sal�rio, n�o fosse um detalhe. A vida dupla - ou tripla - tem trazido problemas ao sargento no Ex�rcito. Laci (ou De Ara�jo, ou �ron, como queira) afirma que vem sofrendo discrimina��o. O portavoz da den�ncia � outro militar, o tamb�m sargento Fernando Figueiredo, que al�m de amigo � empres�rio do cantor. Os dois est�o na linha de tiro do Ex�rcito. A hist�ria, no fundo, � mais um caso de um dilema da vida moderna que as For�as Armadas est�o tendo de enfrentar cada vez mais: a sua hist�rica intoler�ncia ao homossexualismo.
Trata-se de algo que n�o chega a ser nenhuma novidade nos quart�is. Alexandre, o Grande, tido como o maior general de todos os tempos, � conhecido tamb�m pelo gosto que nutria por seus soldados. Nas For�as Armadas brasileiras, o assunto sempre foi tabu. No regulamento disciplinar n�o existe proibi��o expl�cita. Tacitamente, o que h� � uma recomenda��o para que militares gays sejam discretos. Mas contornar mentalidades e preconceitos dos homens da caserna parece ser algo ainda distante. De Ara�jo reclama que, no seu caso, a discrimina��o acontece unicamente porque ele incorpora, no palco, um �cone homossexual. A persegui��o, diz, come�ou em conversas informais dentro do quartel. Superiores chegaram a apelid�lo de "Sargento C�ssia Eller". O problema foi se ampliando e, hoje, h� uma sindic�ncia disciplinar em curso e ele pode acabar expulso do Ex�rcito.
O sargento conta que, em 2003, come�ou a ter problemas de sa�de. Dores de cabe�a e vertigens o incapacitavam para algumas atividades militares. Mesmo assim, relata, era destacado por seus superiores para tarefas que n�o conseguia cumprir. Em setembro do ano passado, o sargento foi repreendido por n�o cumprir uma ordem do tenente que o comandava. Logo depois, chegou a ser preso. A doen�a n�o foi identificada, mas a neurologista Regina Caldeira, do Hospital das For�as Armadas, apontou para a possibilidade de esclerose m�ltipla. Em vez de a situa��o caminhar para uma eventual aposentadoria por invalidez, o que houve foi a instaura��o do processo disciplinar, por ordem do general Adhemar da Costa Machado Filho, comandante militar do Planalto.
O Ex�rcito nega que a sindic�ncia tenha rela��o com a atividade extra-quartel de Laci. Em nota encaminhada a ISTO�, informou que o sargento est� h� seis meses sem aparecer no servi�o por alegar problemas de sa�de e que o procedimento, na verdade, tem por objetivo apurar as causas do afastamento. Diz ainda que o sargento De Ara�jo deixou de apresentar laudos m�dicos que comprovassem seu estado de sa�de - e que at� se recusou a receber, em casa, um m�dico especialista enviado pelo comando para averiguar sua doen�a. O sargentocantor, entretanto, diz que tudo n�o passa de persegui��o. "� uma tortura psicol�gica", reclama. "Eu tenho um problema, n�o recebo o devido tratamento e sou perseguido por isso."

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