Jornalista denuncia agressão de policiais militares
Dom, 05/07/2015 às 18:43
Marivaldo levou oito pontos na cabeça; ao lado, local onde ele foi agredido
Da Redação
O jornalista Marivaldo Filho, editor de política do Bocão News, usou a página pessoal do Facebook neste domingo, 5, para denunciar agressão de policiais. A situação ocorreu quando ele saía de um aniversário na casa de um amigo no bairro do Bonfim. "Na saída, presenciei agressões covardes de policiais militares a um amigo somente porque ele tinha colocado um copo de cerveja em cima do carro de um dos policiais que estava sem farda. Além de procurar desentendimento por um motivo tão banal, foi "auxiliado" pelos outros, fardados, que espancaram o rapaz sem nenhum motivo", escreveu.
Ele tentou tirar fotos da ação dos policiais e foi questionado por um dos militares. "Gritou e mandou eu apagar a foto. Respondi que não apagaria porque não tinha feito nada de errado. Ele perguntou se eu era advogado do rapaz agredido. Respondi que era jornalista. Foi a senha para o terror começar", continuou.
Segundo Marivaldo, ele recebeu ordem de prisão pode desacato e desobediência e foi colocado na viatura de forma agressiva. "Recebi, antes, muito socos na cabeça. Muitos. Já atordoado, o policial devolveu meu celular para que desbloqueasse e ele pudesse apagar a bendita foto. Por ter tomado muitos socos, não conseguia acertar a minha senha, completamente baqueado com os murros", relatou. Marivaldo ainda foi agredido com um objeto que ele não conseguiu identificar, provocando um ferimento no qual ele teve que tomar oito pontos. "Vi meus amigos chorando, sofrendo comigo, impotentes", contou.
Ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento de Roma, sendo depois encaminhado para a Central de Flagrantes. "Fui confortado pelo olhar acolhedor da delegada e pensei: "existem os bons! Existem os policiais de bem"', escreveu.
O governador Rui Costa se manifestou sobre o caso também no Facebook. "O meu governo atuará sempre para assegurar que a democracia seja vivida de forma plena, garantindo a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, o direito de o jornalista exercer sua profissão mediante qualquer situação", escreveu. Ele disse ter determinado ao secretário de Segurança, Maurício Barbosa, e ao comandante da PM, coronel Anselmo Brandão, a apuração "rigorosa" do ocorrido.
Em nota, a Polícia Militar disse que, até a tarde deste domingo, 5, não havia "registro formal nos órgãos correcionais da Corporação sobre o fato relatado" pelo jornalista em rede social". Mas, segundo a corporação, circunstâncias do ocorrido serão apuradas, e caso haja a confirmação do relatado, a PM irá aplicar as medidas previstas em lei.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) também se pronunciou e manifestou "profunda indignação contra a brutal e covarde agressão sofrida pelo jornalista". Em um comunicado, a entidade também ressaltou que "vários outros casos de intimidação com filmagem dos jornalistas por policiais militares fardados, ameaças veladas ou reais através de diálogo pessoal , telefonemas, emails e uso de redes sociais se tornaram uma prática corriqueira nos momentos em que a atividade profissional do jornalista choca-se contra interesses escusos daqueles que agem sob o manto de uma corporação, mas que desonram sua farda e até os conceitos mais básicos de civilidade" (Confira abaixo a nota na íntegra).
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