05/07/2014 - 07h50
Filho de vereadora morre alvejado por PM
Versão apresentada pela PM é contestada por família de
estudante morto em Coronel Fabriciano
Wellington Fred
homicídio frederico
Blitz da PM estava montada próximo a uma via de acesso a um
sítio no bairro Alipinho
Atualizada - 12h26
Frederico Alan, de 26 anos, era filho da vereadora Carmem do Sinttrocel
Frederico morava nesta rua, em Coronel Fabriciano
Para a vereadora Carmen do Sinttrocel, mãe de Frederico, a versão apresentada pela polícia apresenta erros
FABRICIANO – Frederico Alan de Souza Paiva, de 26 anos,
filho da vereadora Carmem Rodrigues de Souza Paiva, a Carmem do Sinttrocel
(PCdoB), foi morto por um policial militar. Conforme a polícia, morte ocorreu
após a vítima desobedecer uma ordem de parada em uma blitz. O incidente ocorreu
na noite de sexta-feira, na rua João Teixeira Benevides, bairro Alipinho. O PM
envolvido no crime foi preso.
Militares informaram que por volta das 21h, a Polícia
Militar realizava uma blitz de trânsito nas proximidades da via de acesso a um
sítio, no bairro Alipinho. No momento em que Frederico passou com sua
motocicleta, o cabo PM Fialho deu ordem de parada. O rapaz reduziu a
velocidade, e o militar se aproximou, com o intuito de abordá-lo.
No mesmo instante, o condutor acelerou bruscamente a
motocicleta e seguiu em direção ao militar, que tentou segurar o veículo pelo
guidão. No mesmo instante, o soldado PM Deivid Marcelino dos Santos, de 29
anos, gritou com o condutor, dando ordem de parada.
Frederico desobedeceu a ordem e jogou o veículo em direção
aos dois policiais. O cabo Fialho foi jogado contra um caminhão guincho que
estava parado próximo à blitz.
O motociclista tentou fugir, passando próximo ao guincho. Na
sequência, para evitar que o condutor fugisse, o soldado Deivid efetuou dois
disparos de arma de fogo em direção a Frederico.
Reprodução Facebook
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Frederico Alan, de 26 anos, era filho da vereadora Carmem do
Sinttrocel
Minutos depois, a 300 metros da blitz, a Polícia Militar
recebeu um chamado de populares que informaram que havia um acidente. Ao
verificarem o fato, foi constatada que a vítima era Frederico.
A Perícia da Polícia Civil compareceu ao local e constatou
que Frederico já estava sem vida. Foi constatada também uma perfuração nas
costas da vítima. O delegado de Polícia Civil de plantão, Marcelo Castro,
também acompanhou os trabalhos.
O cabo PM Fialho, que sofreu alguns ferimentos ao ser jogado
contra o guincho, foi socorrido e levado ao Hospital Unimed. Ele foi medicado e
liberado.
Já o soldado PM Deivid foi preso e conduzido ao quartel do
58° Batalhão da Polícia Militar. A pistola calibre .40 e oito cartuchos
intactos que o soldado portava também foram recolhidos. O corpo da vítima foi
conduzido e liberado ao IML de Ipatinga.
Wellington Fred
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Frederico morava nesta rua, em Coronel Fabriciano
Versão da Polícia Militar
No local do crime, a imprensa não pôde se aproximar do corpo
da vítima. Os repórteres ficaram a cerca de 100 metros de distância do cerco
policial e só se aproximaram de Frederico após o corpo ser periciado e retirado
do local. A motocicleta também foi removida do local em que Frederico caiu e
colocada próximo a área em que a blitz estava montada.
O capitão PM Jésus Cássio informou que o soldado autor do
disparo permanecerá no quartel do 58º BPM até que a Justiça Militar defina o
que ocorrerá com ele. “Há a possibilidade de desligamento ou afastamento do
policial, mas a decisão fica a cargo da Justiça Militar. O que sabemos é que a
vítima tentou evadir ao visualizar a blitz, quando acabou colidindo com o
guincho e lançando um policial contra o veículo. Acreditamos que ele evadiu
porque possivelmente o veículo não estava licenciado, uma vez que nenhuma
documentação foi encontrada com ele. Para evitar essa fuga, o militar efetuou o
disparo”, explicou.
A Polícia Militar não repassou informações quanto ao tempo
em que o soldado esta na PM. “Não vamos expor mais o militar. Ele esta há
alguma tempo no 58° Batalhão. Agora ficará a cargo da Justiça Militar decidir o
que será feito. O que podemos informar é que a blitz foi montada naquele local
para dar mais segurança a população que freqüenta os sítios daquela região”,
concluiu.
Wellington Fred
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Para a vereadora Carmen do Sinttrocel, mãe de Frederico, a
versão apresentada pela polícia apresenta erros
Família discorda de versão da PM
Para Carmen do Sinttrocel, mãe de Frederico, a versão
apresentada pela polícia apresenta erros. “Eu e toda a comunidade estamos
revoltados, porque a polícia foi preparada para manter a segurança das pessoas,
e infelizmente, o que aconteceu não demonstra preparo. O policial que atirou no
meu filho tem pouco tempo de farda, mostra o despreparo. Falaram que meu filho
jogou a moto contra a polícia, mas uma testemunha que estava no local falou ao
meu advogado que não foi assim. A PM também disse que uma mulher viu tudo e é
testemunha deles, mas ninguém sabe o nome e quem é essa mulher. Tudo isso só
mostra que a polícia esta acobertando um crime cometido por um militar”,
afirmou indignada.
A parlamentar acrescentou que, diferente da versão
apresentada pela PM, o filho carregava um celular, documentos pessoais e do
veículo. “Nada que deveria estar com ele foi encontrado, nenhum documento ou
celular. Sendo que 20 minutos antes do acidente meu filho falou com o irmão. É
desculpa da polícia, é um crime que está sendo acobertado”, afirmou.
Carmem do Sinttrocel informou que o filho saiu de casa 30
minutos antes do jogo do Brasil. “Ele me disse que iria encontrar com uns
amigos, para ver o jogo. Eu até cheguei a pedir que ele não fosse, mas não me
deu ouvidos e agora ele não vai voltar pra casa. Esse policial não matou só meu
filho, mas matou toda uma família. E eu vou convocar toda a imprensa, porque se
não fosse o meu filho, poderia ser o de outra mãe. Policiais sem preparação não
devem estar nas ruas e armados”, lamentou.
Frederico será velado neste sábado em sua residência e
enterrado no fim da tarde no cemitério Senhor do Bomfim, em Coronel Fabriciano.
Ele tinha um irmão e estava cursando o 3° período de Engenharia Elétrica.
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