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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Filho de vereadora morre alvejado por PM

05/07/2014 - 07h50
Filho de vereadora morre alvejado por PM
Versão apresentada pela PM é contestada por família de estudante morto em Coronel Fabriciano


Wellington Fred
homicídio frederico
Blitz da PM estava montada próximo a uma via de acesso a um sítio no bairro Alipinho
Atualizada - 12h26



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Frederico Alan, de 26 anos, era filho da vereadora Carmem do Sinttrocel



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Frederico morava nesta rua, em Coronel Fabriciano


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Para a vereadora Carmen do Sinttrocel, mãe de Frederico, a versão apresentada pela polícia apresenta erros


FABRICIANO – Frederico Alan de Souza Paiva, de 26 anos, filho da vereadora Carmem Rodrigues de Souza Paiva, a Carmem do Sinttrocel (PCdoB), foi morto por um policial militar. Conforme a polícia, morte ocorreu após a vítima desobedecer uma ordem de parada em uma blitz. O incidente ocorreu na noite de sexta-feira, na rua João Teixeira Benevides, bairro Alipinho. O PM envolvido no crime foi preso.

Militares informaram que por volta das 21h, a Polícia Militar realizava uma blitz de trânsito nas proximidades da via de acesso a um sítio, no bairro Alipinho. No momento em que Frederico passou com sua motocicleta, o cabo PM Fialho deu ordem de parada. O rapaz reduziu a velocidade, e o militar se aproximou, com o intuito de abordá-lo.

No mesmo instante, o condutor acelerou bruscamente a motocicleta e seguiu em direção ao militar, que tentou segurar o veículo pelo guidão. No mesmo instante, o soldado PM Deivid Marcelino dos Santos, de 29 anos, gritou com o condutor, dando ordem de parada.

Frederico desobedeceu a ordem e jogou o veículo em direção aos dois policiais. O cabo Fialho foi jogado contra um caminhão guincho que estava parado próximo à blitz.

O motociclista tentou fugir, passando próximo ao guincho. Na sequência, para evitar que o condutor fugisse, o soldado Deivid efetuou dois disparos de arma de fogo em direção a Frederico.



Reprodução Facebook
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Frederico Alan, de 26 anos, era filho da vereadora Carmem do Sinttrocel


Minutos depois, a 300 metros da blitz, a Polícia Militar recebeu um chamado de populares que informaram que havia um acidente. Ao verificarem o fato, foi constatada que a vítima era Frederico.

A Perícia da Polícia Civil compareceu ao local e constatou que Frederico já estava sem vida. Foi constatada também uma perfuração nas costas da vítima. O delegado de Polícia Civil de plantão, Marcelo Castro, também acompanhou os trabalhos.

O cabo PM Fialho, que sofreu alguns ferimentos ao ser jogado contra o guincho, foi socorrido e levado ao Hospital Unimed. Ele foi medicado e liberado.

Já o soldado PM Deivid foi preso e conduzido ao quartel do 58° Batalhão da Polícia Militar. A pistola calibre .40 e oito cartuchos intactos que o soldado portava também foram recolhidos. O corpo da vítima foi conduzido e liberado ao IML de Ipatinga.



Wellington Fred
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Frederico morava nesta rua, em Coronel Fabriciano

Versão da Polícia Militar

No local do crime, a imprensa não pôde se aproximar do corpo da vítima. Os repórteres ficaram a cerca de 100 metros de distância do cerco policial e só se aproximaram de Frederico após o corpo ser periciado e retirado do local. A motocicleta também foi removida do local em que Frederico caiu e colocada próximo a área em que a blitz estava montada.

O capitão PM Jésus Cássio informou que o soldado autor do disparo permanecerá no quartel do 58º BPM até que a Justiça Militar defina o que ocorrerá com ele. “Há a possibilidade de desligamento ou afastamento do policial, mas a decisão fica a cargo da Justiça Militar. O que sabemos é que a vítima tentou evadir ao visualizar a blitz, quando acabou colidindo com o guincho e lançando um policial contra o veículo. Acreditamos que ele evadiu porque possivelmente o veículo não estava licenciado, uma vez que nenhuma documentação foi encontrada com ele. Para evitar essa fuga, o militar efetuou o disparo”, explicou.

A Polícia Militar não repassou informações quanto ao tempo em que o soldado esta na PM. “Não vamos expor mais o militar. Ele esta há alguma tempo no 58° Batalhão. Agora ficará a cargo da Justiça Militar decidir o que será feito. O que podemos informar é que a blitz foi montada naquele local para dar mais segurança a população que freqüenta os sítios daquela região”, concluiu.



Wellington Fred
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Para a vereadora Carmen do Sinttrocel, mãe de Frederico, a versão apresentada pela polícia apresenta erros

Família discorda de versão da PM

Para Carmen do Sinttrocel, mãe de Frederico, a versão apresentada pela polícia apresenta erros. “Eu e toda a comunidade estamos revoltados, porque a polícia foi preparada para manter a segurança das pessoas, e infelizmente, o que aconteceu não demonstra preparo. O policial que atirou no meu filho tem pouco tempo de farda, mostra o despreparo. Falaram que meu filho jogou a moto contra a polícia, mas uma testemunha que estava no local falou ao meu advogado que não foi assim. A PM também disse que uma mulher viu tudo e é testemunha deles, mas ninguém sabe o nome e quem é essa mulher. Tudo isso só mostra que a polícia esta acobertando um crime cometido por um militar”, afirmou indignada.

A parlamentar acrescentou que, diferente da versão apresentada pela PM, o filho carregava um celular, documentos pessoais e do veículo. “Nada que deveria estar com ele foi encontrado, nenhum documento ou celular. Sendo que 20 minutos antes do acidente meu filho falou com o irmão. É desculpa da polícia, é um crime que está sendo acobertado”, afirmou.

Carmem do Sinttrocel informou que o filho saiu de casa 30 minutos antes do jogo do Brasil. “Ele me disse que iria encontrar com uns amigos, para ver o jogo. Eu até cheguei a pedir que ele não fosse, mas não me deu ouvidos e agora ele não vai voltar pra casa. Esse policial não matou só meu filho, mas matou toda uma família. E eu vou convocar toda a imprensa, porque se não fosse o meu filho, poderia ser o de outra mãe. Policiais sem preparação não devem estar nas ruas e armados”, lamentou.


Frederico será velado neste sábado em sua residência e enterrado no fim da tarde no cemitério Senhor do Bomfim, em Coronel Fabriciano. Ele tinha um irmão e estava cursando o 3° período de Engenharia Elétrica.



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