Dos 16 presos na Operação Ferrari, acusados de envolvimento com o narcotráfico, 11 são transferidos para Curitiba
Chefe do 2º Comando Regional, Marco Rolim de Moura foi indiciado por corrupção passiva: PM diz que abriu sindicância para apurar o caso
JUN. 17, 2015
Curitiba – O comando-geral da Polícia Militar (PM) do Paraná confirmou ontem o afastamento do tenente-coronel Mauro Rolim de Moura, chefe do Estado-Maior do 2º Comando Regional. Responsável por cinco batalhões e três companhias independentes do Norte do Estado, o oficial foi indiciado por corrupção passiva, durante as diligências da Operação Ferrari, desencadeada pela Polícia Federal (PF). Segundo o delegado da PF responsável pelo caso, Elvis Secco, ele não tem envolvimento direto com o narcotráfico e a lavagem de dinheiro, foco principal das investigações, no entanto, mantinha uma "relação estreita" com um dos chefes da organização criminosa.
Em nota, a PM informou que, logo após ser ouvido em Londrina, Rolim de Moura oficiou o comando-geral, "pedindo uma apuração rigorosa sobre os fatos e seu afastamento das funções", o que já teria ocorrido. A corporação também contou que determinou a abertura de uma sindicância para apuração da situação. A FOLHA tentou contato com o tenente-coronel, entretanto, ele não foi encontrado. No 2º Comando, a informação repassada pela atendente foi a de que o oficial saiu de férias anteontem, não sendo possível contatá-lo.
PRISÕES
Quatro pessoas investigadas pela PF seguiam foragidas até o fechamento desta edição. De acordo com Secco, dois dos suspeitos são de Mundo Novo (MS), cidade que fica próxima à fronteira com o Paraguai, um de Salvador (BA) e um de Indaiatuba (SP). Nenhum deles, porém, teria papel de destaque no esquema. "Os dois primeiros, do núcleo fornecedor de drogas, eu acredito que não estejam mais em solo nacional. O da Bahia, do núcleo comprador, também tem fácil mobilidade e obtenção de documentos falsos. Apesar dos esforços da PF, vai ser difícil capturá-los", afirmou.
O quarto acusado, natural do município paulista, fazia parte do núcleo de logística, responsável pelo transporte do dinheiro e das substâncias. "Não vamos cessar as diligências, mas esses quatro não prejudicam em nada a operação", completou. Os nomes dos integrantes da quadrilha não foram divulgados pela PF.
Por outro lado, o delegado disse que os coordenadores das organizações criminosas já estão inseridos no sistema carcerário. Dos 16 homens cujos mandados de prisão foram expedidos anteontem, pela 4ª Vara de Lavagem de Dinheiro de Curitiba, 11 foram transferidos de avião, no mesmo dia, para a capital paranaense. Os outros cinco foram levados para Campinas (dois), em São Paulo, Bahia e Sergipe. Além dos 20 mandados de prisão preventiva, foram expedidos 22 de busca e apreensão e sete de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento, como ocorreu com Rolim de Moura.
INVESTIGAÇÕES
A Operação Ferrari resultou ainda na apreensão de 100 veículos de luxo, dinheiro em espécie, joias e outros itens que faziam parte do patrimônio dos integrantes do grupo, avaliado em R$ 40 milhões. As investigações foram conduzidas nos últimos 14 meses e envolveram mais de 100 policiais. Já as ações criminosas ocorriam, conforme a PF, há pelo menos dez anos.
Segundo Elvis Secco, o esquema era coordenado por dois empresários de fachada que moravam em um condomínio de luxo na zona sul de Londrina. A pasta base de cocaína era adquirida no Paraguai em pequenas porções, para não despertar a atenção dos agentes de fiscalização. Depois, era repassada semanalmente ou a cada 15 dias para a quadrilha. Londrina teria sido escolhida como cidade-sede do esquema justamente devido a sua ‘posição privilegiada’, próxima da fronteira e também de dois dos demais Estados participantes - São Paulo e Mato Grosso do Sul (os outros são Bahia e Sergipe).
Em nota, a PM informou que, logo após ser ouvido em Londrina, Rolim de Moura oficiou o comando-geral, "pedindo uma apuração rigorosa sobre os fatos e seu afastamento das funções", o que já teria ocorrido. A corporação também contou que determinou a abertura de uma sindicância para apuração da situação. A FOLHA tentou contato com o tenente-coronel, entretanto, ele não foi encontrado. No 2º Comando, a informação repassada pela atendente foi a de que o oficial saiu de férias anteontem, não sendo possível contatá-lo.
PRISÕES
Quatro pessoas investigadas pela PF seguiam foragidas até o fechamento desta edição. De acordo com Secco, dois dos suspeitos são de Mundo Novo (MS), cidade que fica próxima à fronteira com o Paraguai, um de Salvador (BA) e um de Indaiatuba (SP). Nenhum deles, porém, teria papel de destaque no esquema. "Os dois primeiros, do núcleo fornecedor de drogas, eu acredito que não estejam mais em solo nacional. O da Bahia, do núcleo comprador, também tem fácil mobilidade e obtenção de documentos falsos. Apesar dos esforços da PF, vai ser difícil capturá-los", afirmou.
O quarto acusado, natural do município paulista, fazia parte do núcleo de logística, responsável pelo transporte do dinheiro e das substâncias. "Não vamos cessar as diligências, mas esses quatro não prejudicam em nada a operação", completou. Os nomes dos integrantes da quadrilha não foram divulgados pela PF.
Por outro lado, o delegado disse que os coordenadores das organizações criminosas já estão inseridos no sistema carcerário. Dos 16 homens cujos mandados de prisão foram expedidos anteontem, pela 4ª Vara de Lavagem de Dinheiro de Curitiba, 11 foram transferidos de avião, no mesmo dia, para a capital paranaense. Os outros cinco foram levados para Campinas (dois), em São Paulo, Bahia e Sergipe. Além dos 20 mandados de prisão preventiva, foram expedidos 22 de busca e apreensão e sete de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento, como ocorreu com Rolim de Moura.
INVESTIGAÇÕES
A Operação Ferrari resultou ainda na apreensão de 100 veículos de luxo, dinheiro em espécie, joias e outros itens que faziam parte do patrimônio dos integrantes do grupo, avaliado em R$ 40 milhões. As investigações foram conduzidas nos últimos 14 meses e envolveram mais de 100 policiais. Já as ações criminosas ocorriam, conforme a PF, há pelo menos dez anos.
Segundo Elvis Secco, o esquema era coordenado por dois empresários de fachada que moravam em um condomínio de luxo na zona sul de Londrina. A pasta base de cocaína era adquirida no Paraguai em pequenas porções, para não despertar a atenção dos agentes de fiscalização. Depois, era repassada semanalmente ou a cada 15 dias para a quadrilha. Londrina teria sido escolhida como cidade-sede do esquema justamente devido a sua ‘posição privilegiada’, próxima da fronteira e também de dois dos demais Estados participantes - São Paulo e Mato Grosso do Sul (os outros são Bahia e Sergipe).
Mariana Franco Ramos
Reportagem Local
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