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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Justiça do Rio retoma votação sobre indenização da família de Amarildo

Justiça do Rio retoma votação sobre indenização da família de Amarildo

Família de Amarildo luta na Justiça por indenização
Família de Amarildo luta na Justiça por indenizaçãoArquivo/Agência Brasil
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro retoma nesta terça-feira (28) o julgamento dos recursos solicitados pelo Estado do Rio de Janeiro após condenação no caso do pedreiro Amarildo, que despareceu na Rocinha em 2013. A sessão, iniciada no último dia 14 de agosto, foi interrompida após o desembargador Eduardo Gusmão pedir vistas do processo.
Cinco anos e um mês após o desaparecimento do pedreiro, o Estado, réu no processo, pede, entre outras coisas, a nulidade da sentença proferida pela Justiça em 2016 e, em caso negativo, a redução das indenizações previstas.
Na última sessão, os desembargadores Lindolfo Marinho e Marco Aurélio Bezerra de Melo, da 16ª Câmara Cível do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), já votaram pela manutenção da decisão que determinou a indenização da viúva, dos seis filhos de Amarildo e de quatro irmãos do pedreiro. 
Os desembargadores se posicionaram ainda pela correção monetária retroativa dos valores até a data do desaparecimento e pela restituição da gratuidade das custas judiciais, retirada em outubro de 2016. Eles também negaram o pedido, feito pelos advogados da família, de incluir uma sobrinha e a mãe de criação de Amarildo entre os beneficiários das indenizações.
Relembre o caso
No dia 14 de julho de 2013, o ajudante de pedreiro saíra para comprar limão e alho para temperar os peixes que havia pescado para a família, quando foi detido por policiais e levado para interrogação na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no alto da Rocinha, favela em São Conrado, na zona sul carioca.
Quase três anos depois, em fevereiro de 2016, a Justiça condenou doze dos 25 policiais militares denunciados pelos crimes de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual.
No mesmo ano, o governo do Estado do Rio foi condenado a indenizar a família de Amarildo em R$ 3,9 milhões - R$ 500 mil para cada um de seus seis filhos e para sua companheira e R$ 100 mil para cada um de seus quatro irmãos - e mais uma pensão mensal equivalente a dois terços do salário mínimo para a viúva.
Cinco anos após sua morte, porém, a família continua lutando na Justiça para receber a indenização. O Estado está recorrendo contra a determinação judicial.
O corpo de Amarildo até hoje não foi encontrado.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Odair Braz Jr.

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