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quarta-feira, 9 de maio de 2018

Delegado preso por financiar quadrilha é flagrado com celular dentro de cela da Polícia Civil




Aparelho foi encontrado durante revista de rotina na carceragem

Delegado foi preso em operação policial no dia 21 de fevereiro. 
Foto: Luiz Armando Vaz /Agencia RB





Foto: Luiz Armando Vaz /Agencia RBS


Preso por suspeita de financiar uma quadrilha de roubo de cargas, o delegado Omar Abud foi flagrado com um celular dentro de uma cela da Polícia Civil, em Porto Alegre. O aparelho foi descoberto com o policial durante uma revista que foi feita no local na sexta-feira (25).

A delegada plantonista autuou o policial pedindo que ele fosse preso em flagrante por causa da atitude. Abud não assumiu ser o dono do celular, e ficou em silêncio no depoimento. Em contato com a reportagem, a defesa acredita que o aparelho tenha sido usado para falar com parentes.

No Judiciário, o juiz plantonista Volnei dos Santos Coelho entendeu que Abud não precisaria permanecer preso por portar o celular. Porém, como tem um mandado de prisão preventiva em vigor, não poderia ser solto.

O delegado foi preso durante cumprimento de mandados da "Operação Financiador". Deflagrada no dia 21 de fevereiro, a ação do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Civil trouxe à tona um esquema de roubo de cargas. A investigação coloca Abud no topo da quadrilha, junto com o comissário Luis Armindo de Mello Gonçalves - preso no mesmo dia.

Conforme o chefe da Polícia Civil, delegado Emerson Wendt, a informação repassada informalmente é de que o aparelho celular foi levado por Abud no dia em que foi preso. O telefone estaria camuflado nas roupas que ele vestia. 

Questionado se o preso pode ter atrapalhado a investigação fazendo contato com pessoas de fora do presídio, o chefe de Polícia garante que não. "Não creio que atrapalhe, já que boa parte das provas são técnicas e já estão sendo analisadas", declarou. 

Wendt relata que o encontro do aparelho se deu em uma revista de rotina feita na carceragem do Grupamento de Operações Especiais, que fica no Palácio da Polícia. Ele afirma, inclusive, que no mesmo dia, um agente penitenciário que se encontra preso no local também foi encontrado com um celular. 

Uma apuração interna foi aberta para saber como o delegado preso teve acesso ao celular. A Polícia Civil não revelou para quem Abud ligou, e que isso vai ser mostrado durante o inquérito.

Defesa acredita que celular foi usado para falar com parentes
O advogado de Abud, André Luiz Callegari, afirma que o celular não era do policial. Ele acredita que o aparelho tenha sido usado por Abud para falar com parentes e contratar o trabalho da defesa. O advogado questiona que o delegado tenha entrado com o aparelho na cela. Callegari comenta que, por ser um agente experiente, Abud não seria "ingênuo" de utilizar o telefone para entrar em contato com investigados que provavelmente estão com escutas autorizadas para destruição de provas. 

"Isso é natural das pessoas que estão isoladas. A explicação é conversar com sua esposa, com seu filho, que ele sente falta, com a sua família. O delegado jamais utilizaria para outra finalidade. Porque, com toda experiência que ele tem, o telefone não seria destinado para outro fim. Até porque ele sabe que existe monitoramento das linhas telefônicas. Que há uma investigação em curso", diz Callegari.

O advogado também contesta as alegações da delegada plantonista, que citou que Abud cometeu receptação dolosa ao falar ao telefone. Segundo Callegari, para ter praticado esse crime, o delegado teria que ter certeza que o aparelho foi adquirido de forma ilícita. Esta incoerência teria sido fundamental na interpretação do juiz, que não concedeu a prisão em flagrante. 

Callegari também questiona o crime que o juiz cita que o delegado teria cometido, de ingressar com o celular na cela, fato este que não está confirmado. O advogado afirma que é responsabilidade da Polícia Civil fazer revista nos presos para impedir que isso ocorra.



Fonte: Rádio Gaúcha

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