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domingo, 6 de maio de 2018

Manifestante detido em protesto contra Copa denuncia agressão policial

Fábio Hideki Harano está preso há 37 dias no Presídio de Tremembé, no interior do Estado

Detido em São Paulo sob acusação de comandar atos de vandalismo em um protesto contra a Copa do Mundo, o técnico de laboratório Fábio Hideki Harano, de 27 anos, afirmou em depoimento que foi agredido e humilhado por policiais civis, horas após ser preso.
Ele diz ter recebido socos no rosto, pontapé nas costas e tapas na cabeça. Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma que não há registro sobre o caso.
No relato, dado ao Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) e juntado ao processo que tramita na Justiça contra Harano, o manifestante também disse que foi chamado de "terrorista" e "comunista", além de vários palavrões.
O técnico de laboratório, que trabalha e estuda na USP (Universidade de São Paulo), foi preso há 37 dias e hoje está na Penitenciária do Tremembé, a cerca de 140 km da capital paulista.
De acordo com Harano, as agressões foram de policiais do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Os agentes também teriam machucado o manifestante dentro da viatura que o levou da avenida Paulista, onde houve o protesto, à delegacia. "Eles bateram no Fábio depois que ele começou a conversar com o Rafael (Lusvargh, outro detido no mesmo ato)", diz Rildo Marques, presidente do Condepe.
No depoimento, Harano reforçou que não é black bloc, afirma Marques.
— Os policiais batiam e pediam informações sobre os Black Blocs, mas ele nunca se envolveu com esse grupo.
Os mesmos agressores teriam levado Harano ao IML (Instituto Médico Legal) para o exame de corpo de delito.
— Era um constrangimento. Se o Fábio contasse o que de fato houve, apanharia mais.
Denúncia
Fábio Harano foi denunciado pela Polícia Civil à Justiça por suspeita de incitação ao crime, associação criminosa armada, desobediência e posse de artefato explosivo. O manifestante, entretanto, defende que sempre teve postura pacífica nos protestos e que o flagrante foi forjado.

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