Fábio Hideki Harano está preso há 37 dias no Presídio de Tremembé, no interior do Estado
Ele diz ter recebido socos no rosto, pontapé nas costas e tapas na cabeça. Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirma que não há registro sobre o caso.
No relato, dado ao Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) e juntado ao processo que tramita na Justiça contra Harano, o manifestante também disse que foi chamado de "terrorista" e "comunista", além de vários palavrões.
O técnico de laboratório, que trabalha e estuda na USP (Universidade de São Paulo), foi preso há 37 dias e hoje está na Penitenciária do Tremembé, a cerca de 140 km da capital paulista.
De acordo com Harano, as agressões foram de policiais do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Os agentes também teriam machucado o manifestante dentro da viatura que o levou da avenida Paulista, onde houve o protesto, à delegacia. "Eles bateram no Fábio depois que ele começou a conversar com o Rafael (Lusvargh, outro detido no mesmo ato)", diz Rildo Marques, presidente do Condepe.
No depoimento, Harano reforçou que não é black bloc, afirma Marques.
— Os policiais batiam e pediam informações sobre os Black Blocs, mas ele nunca se envolveu com esse grupo.
Os mesmos agressores teriam levado Harano ao IML (Instituto Médico Legal) para o exame de corpo de delito.
— Era um constrangimento. Se o Fábio contasse o que de fato houve, apanharia mais.
Denúncia
Fábio Harano foi denunciado pela Polícia Civil à Justiça por suspeita de incitação ao crime, associação criminosa armada, desobediência e posse de artefato explosivo. O manifestante, entretanto, defende que sempre teve postura pacífica nos protestos e que o flagrante foi forjado.
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