Delegado preso é flagrado com celular dentro de cela em Porto Alegre
Flagrante ocorreu durante revista feita na carceragem na última sexta (25).
Omar Abud foi preso em operação por suspeita de financiar quadrilha.
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Preso por suspeita de financiar uma quadrilha especializada em roubo de cargas, o delegado Omar Abud foi flagrado com um celular dentro de uma cela da Polícia Civil, em Porto Alegre. O aparelho foi descoberto durante uma revista realizada na carceragem policial, que fica no Palácio da Polícia, na última sexta-feira (25).
Por meio de nota, a defesa do delegado diz que "não há qualquer suspeita quanto aos motivos que levaram a eventual uso de tal aparelho". O mesmo texto classifica a prisão preventiva decretada na investigação sobre a quadrilha como "desnecessária e abusiva".
A denúncia sobre o uso de celular era de que um agente da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), que também está preso no local, estava com um aparelho. Durante a revista nas celas, um celular foi encontrado com o agente da Susepe e outro com o delegado.
Eles receberam voz de prisão e, mesmo presos, vão responder por mais esse crime. A Polícia Civil agora vai investigar como os celulares chegaram até eles e para quem foram feitas ligações.
"Desde quando [o celular] estava com ele ou como chegou até lá vai ser apurado", resumiu o delegado Fábio Motta Lopes, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana.
O delegado Omar Abud foi preso na terça-feira (21) da semana passada, na cobertura onde mora, na capital gaúcha. Ele e um comissário de polícia aposentado são investigados por lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional e organização criminosa.
Eles são suspeitos de financiar uma quadrilha especializada em roubo de cargas e estelionato. Segundo na investigação, os dois ficariam com parte do dinheiro do crime.
Leia na íntegra a nota da defesa de Abud
"A defesa de Omar Abud, capitaneada pelos advogados André Luís Callegari e Ariel Weber, em relação às notícias veiculadas quanto a suposto celular encontrado na casa de custodia, vem, após solicitação, manifestar-se publicamente.
"A defesa de Omar Abud, capitaneada pelos advogados André Luís Callegari e Ariel Weber, em relação às notícias veiculadas quanto a suposto celular encontrado na casa de custodia, vem, após solicitação, manifestar-se publicamente.
Houve um registro de ocorrência policial no dia 24 de fevereiro. Ocorre que, no dia seguinte, o juiz plantonista não homologou o flagrante integralmente, e, no mesmo ato, expediu alvará de soltura em relação ao caso.
Não há qualquer suspeita quanto aos motivos que levaram a eventual uso de tal aparelho. Como garantiu o próprio chefe da Polícia Civil em entrevista, não é possível qualquer influência nas investigações a essa altura, ainda mais por se tratar de análises técnicas.
Essa declaração do chefe de polícia demonstra o quão desnecessária e abusiva foi a prisão preventiva decretada, que será devidamente enfrentada por meio dos remédios jurídicos cabíveis."
A entrevista do chefe da Polícia Civil citada pelos advogados na nota foi concedida à Rádio Gaúcha. Questionado se a atitude do delegado em fazer contato com pessoas de fora do presídio, poderia atrapalhar a investigação da relação com a quadrilha de roubo de carga, o delegado Emerson Wendt respondeu:
"Não creio que atrapalhe, já que boa parte das provas são técnicas e já estão sendo analisadas", disse.
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