Mãe de menino morto no Alemão afirma que foi ameaçada por PM
"Já matei o filho, posso matar a mãe também", teria dito policial à Terezinha Maria de Jesus
atualizado às 21h59
A diarista Terezinha Maria de Jesus, 40 anos, mãe do garoto morto no Complexo do Alemão afirmou nesta sexta-feira (3) que foi ameaçada por um policial militar quando se deparou com o filho morto na porta de casa.
“Ele disse: já que matei o filho, posso matar a mãe também. Eu gritava que ele tinha acabado com a vida do meu filho e cheguei a agredi-lo. Eles atiraram menos de 10m e sabiam que era uma criança”, disse Terezinha chorando.
Em entrevista por telefone, ela afirmou ainda que reconhece o policial que atirou contra seu filho.
A versão de que Eduardo de Jesus Ferreira estaria armado com a pistola durante a ação foi negada por Terezinha. “Meu filho não é bandido. Ele não estava com arma. Ele tinha um celular na mão quando foi morto”.
O garoto, de 10 anos, morreu quando brincava na porta de sua casa no povoado Areal. Os tiroteios sucessivos entre PMs e traficantes vêm assustando a comunidade nos últimos três meses. Quatro pessoas morreram em 48 horas.
Natural do Piauí, Terezinha mora há 16 anos no Rio de Janeiro e disse que deixará a cidade após a morte do filho.
“Eu não quero deixar um pedaço de mim nesse lugar. Tenho cinco filhos e não quero perder mais filhos”, desabafou a doméstica.
O governo do Rio de Janeiro ajudará no transporte do corpo para a cidade de Corrente, interior do Piauí, terra natal da família. O governo do Piauí divulgou nota de pesar e ligou para a piauiense se colocando à disposição para ajudar.
“O Governo do Estado do Piauí manifesta seu mais profundo pesar pela morte de Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, filho da piauiense Terezinha Maria de Jesus. Eduardo morreu durante conflito no Rio de Janeiro”, diz a nota.
O corpo de Eduardo foi liberado do IML por volta das 19h de hoje e será transportado de avião na manhã deste sábado.
Especial para Terra
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