por Danillo Ferreira30 ago 2012
Recebi por email o texto abaixo de um amigo, tenente coronel de uma Polícia Militar brasileira. Segundo ele, trata-se do discurso de posse de um oficial seu amigo assim que assumira o comando de um batalhão operacional. Destacável:
Caro Comandados,Foi com satisfação que soube da minha nomeação para comandar este Batalhão. Uma unidade histórica para a nossa polícia e, assim, para a sociedade do nosso estado. Os homens que aqui já serviram, e os que atualmente servem, já salvaram vidas, garantiram a ordem, cumpriram a lei, promoveram a paz. Enfim, foram e são policiais na essência do que é ser policial: ter o cidadão como cliente e filho, entidades a quem devemos satisfação e proteção incondicional.Quero desenvolver aqui uma gestão democrática, eficiente, justa e humana. Democrática porque pretendo ouvir o amplo da tropa: do soldado menos antigo ao subcomandante. Preciso entender as razões de cada um, as dificuldades, os incômodos. Vocês também irão me ouvir, e desde já peço que se disponham ao entendimento. Não há barreiras para o diálogo, sendo esta a forma que vou conduzir as decisões.A eficiência é a economia de meios, a praticidade na realização de procedimentos que sejam ou estejam desnecessariamente onerados. Sempre que for possível ser simples, rápido e dinâmico não tentaremos ser burocráticos, lentos e complexos.Chamo a atenção dos meus oficiais para um outro parâmetro, indispensável no equilíbrio de qualquer gestão: nesta unidade não pode haver espaço para privilégio. Tudo o que for interesse de muitos deve ser distribuído sob critérios matemáticos, objetivos, específicos. Para isto faremos consulta à lei, e, no silêncio desta, à própria tropa, que democraticamente contribuirá para definir por que cada bônus ou ônus será distribuído de tal forma.Em minha carreira encontrei muitos policiais que admitiam abusos contra o cidadão: de execuções até pequenas agressões ou insultos. Não é o caso deste oficial. Ao contrário, entendo que posturas deste tipo são inadmissíveis, intoleráveis. Não vou aceitar indícios de abusos, corrupções e desumanidades, pois estas são condutas que diminuem o conceito da nossa polícia, e da visão que temos perante a sociedade.Ao mesmo tempo, estarei atento a qualquer exagero cometido contra nossa tropa. E por isso digo que pretendo desenvolver uma gestão humana: com os nossos e com aqueles para quem prestamos serviço. Nenhuma tradição ou cultura organizacional pode justificar a diminuição da nossa condição humana, e isso implica inclusive o respeito irrestrito às diferenças individuais.Confiante na dedicação e empenho de todos, me disponho a tornar este Batalhão uma unidade cada vez mais harmônica, saudável e divertida.Contem conosco!
Danillo FerreiraContato: abordagempolicial@gmail.com