Comunidade rejeita viés político em audiência pública em Nanuque
Data publicação:21/09/2015 /Autor: Moseiltom /Categoria: Geral
Representantes da sociedade civil em Nanuque demonstraram desagrado com a audiência pública convocada pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais ( Almg) e que ocorreu na cidade no dia 17 de setembro. A reunião - abrigada no Plenário da Câmara Municipal – foi convocada para apurar possível abuso de autoridade por parte de um delegado de polícia civil em Nanuque, mas mostrou caráter difuso. Presidida por um ex-policial militar, o deputado Sargento Rodrigues(PDT), o encontro descambou, inevitavelmente, para uma queda de braço entre integrantes das duas forças policiais. Por um lado o parlamentar pregou para convertidos, a platéia militar, e por outro desagradou policiais civis e populares que perceberam o viés político. Várias pessoas se manifestaram contrárias ao resultado, porque entenderam que o o assunto deveria ser resolvido de forma administrativa e não num evento desta natureza, envolvendo recursos consideráveis.
O delegado, João Marcos de Almeida, lotado na regional de polícia civil de Nanuque – foi o principal alvo da audiência pública. Policiais militares reclamam de ofensas à corporação e que o delegado estaria fazendo críticas ao desempenho dos militares em redes sociais, bem como postagens depreciativas sobre a categoria – Sargento Rodrigues considerou que as publicações, configurariam desprezo a instituição da Polícia Militar”.
João Marco rebateu denúncias de abusos supostamente praticados por ele contra agentes da polícia militar. A condução da reunião pelo Deputado Estadual Sargento Rodrigues causou desconforto. Policiais civis e integrantes da comunidade apontaram falhas na atuação do parlamentar, e a falta de isenção dele para conduzir a reunião, já que visivelmente demonstrou pré-julgamento ou parcialidade sobre o assunto.
O médico Carlos Sarmento , por exemplo, foi enfático. Ele disse que o parlamentar não poderia – sumariamente, apontar para o delegado João Marcos e ameaçar de mover contra ele uma ação penal, demonstrando que já havia feito juízo sobre os fatos que – ainda – estariam para ser apurados.
“ Estamos numa audiência pública, e quem deveria questionar seria a comunidade, não o senhor” – disse o médico ao parlamentar.
- “ Não vejo legitimidade na forma como o senhor está tratando este caso”, disse Carlos Sarmento, ao deputado. Carlos Sarmento ainda elogiou o comportamento e os trabalhos do delegado João Marcos em Nanuque.
João Marcos de Almeida se defendeu dizendo que ao responder a uma tentativa de interpelação judicial por parte de um representante da polícia militar, o Ministério Público considerou que as postagens não teriam conteúdo ofensivo ou indícios de crime. Segundo o delegado, o MP se manifestou pelo arquivamento da denúncia porque entendeu que ele apenas teria exercido o direito de expressão, garantido na Constituição.
Outra acusação feita ao delegado é de uma suposta perseguição que estaria cometendo contra policiais civis casadas com policiais militares. O delegado negou a perseguição e disse que tem boas relações com todos da Polícia Civil, incluindo três mulheres casadas com três PMs e uma irmã de PM. Ele disse, ainda, que seu trabalho tem sido elogiado pela Câmara Municipal, pela imprensa local e pela população.
O chefe do Departamento de Polícia Civil de Teófilo Otoni, Alberto Tadeu Cardoso de Oliveira, disse que tomará as providências necessárias para apurar os fatos. Ele disse que conhece o trabalho do delegado João Marcos. “É excelente profissional”,considerou.
O comandante da 15ª Região da Polícia Militar, coronel Aroldo Pinheiro de Araújo, disse que o mau relacionamento entre militares e civis prejudica a população. Para o advogado da Associação dos Oficiais, Raul Fernando Almada Cardoso, “o povo é o maior interessado no bom entendimento dentro da segurança pública”. O presidente do Centro Social dos Cabos e Soldados, Álvaro Rodrigues Coelho, também acredita que a briga entre as polícias leva prejuízo para a sociedade.
Segundo o deputado Sargento Rodrigues, numa próxima reunião da comissão, ele deverá apresentar requerimento para enviar as notas taquigráficas da reunião para a chefia e a corregedoria da Polícia Civil; a Procuradoria-Geral de Justiça; e o comando-geral da PM para as devidas
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