Outros dois PMs réus no caso foram absolvidos no julgamento
Publicado em 23/06/2017 às 15h54
Dois policiais militares, o major Edson Raimundo dos Santos e o soldado Newland de Oliveira e Silva Júnior, foram condenados, na noite desta quinta-feira (22), por atrapalharem as investigações sobre a morte do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em 2013. Outros dois réus no caso, o soldado Bruno Medeiros Athanassio e o tenente Luiz Felipe Medeiros, também PMs, foram absolvidos. A condenação do Major foi revelada na coluna do jornalista Lauro Jardim.
Edson e Newland receberam sentenças de dois anos em regime aberto por coagirem duas testemunhas do caso. Em fevereiro do ano passado, Edson e Medeiros foram condenados pelos crimes de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual. O primeiro recebeu uma pena de 13 anos e 7 meses de reclusão; o segundo, de 10 anos e 7 meses de prisão.
No caso julgado nesta quinta-feira, o Ministério Público estadual pediu a condenação de três dos policiais. Promotores sugeriram a absolvição de Medeiros porque não havia provas suficientes do envolvimento direto dele no crime de coação das testemunhas.
A promotora Carmen Eliza Bastos afirmou que Edson, Newland e Bruno fizeram pagamentos a uma moradora da Rocinha e seu filho, um criminoso condenado, para que os dois mentissem aos investigadores da Polícia Civil que apuravam o desaparecimento e a morte de Amarildo, indicando um falso envolvimento de traficantes de drogas no homicídio. Escutas telefônicas apontaram que houve acerto do recebimento de dinheiro. Além disso, de acordo com o processo, em algumas ocasiões, os PMs combinaram buscá-los em carros-patrulha.
Desaparecidos
Os advogados dos policiais alegaram cerceamento de defesa por não terem interrogado as testemunhas — a moradora da Rocinha e o filho — que teriam recebido vantagens para imputar a morte de Amarildo aos traficantes. Ambos estão desaparecidos desde 2014 e a Justiça não conseguiu localizá-los.
Os cinco julgadores da Auditoria de Justiça Militar, contudo, consideraram que as provas anexadas aos autos eram suficientes para o processo, mesmo sem a presença das testemunhas.
Bruno Athanásio foi considerado inocente pela Justiça por estar apenas cumprindo função inerente ao trabalho como policial militar. Os julgadores entenderam que ele não teve qualquer envolvimento com a trama utilizada para corromper as duas testemunhas.
O ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, de 42 anos, desapareceu no dia 14 de julho, quando foi levado para averiguação por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, após uma operação na comunidade. Na época, a UPP era comandada pelo major Edson dos Santos. No entanto, policiais militares afirmaram que ele foi liberado depois de ter passado pela unidade. Os parentes do ajudante de pedreiro acusaram os PMs lotados na UPP Rocinha de terem matado e ocultado o corpo de Amarildo. As viaturas da unidade estavam com o GPS desligado, o que impossibilitou que a Polícia Civil verificasse a trajetória dos veículos.
Os policiais foram condenados, a princípio, a dois anos em regime aberto por coagirem duas testemunhas do caso. Edson já havia sido condenado a 13 anos e sete meses de prisão na Justiça comum pelo assassinato do pedreiro.
O Ministério Público pediu a condenação de três dos policiais e a absolvição de Luiz Felipe Medeiros, já que, no entender da promotora, não há provas suficientes do envolvimento direto do agente no crime.
A promotora Carmen Eliza Bastos afirmou que os três policiais realizaram pagamentos a uma moradora da Rocinha e seu filho, um criminoso condenado, para que os dois mentissem aos policiais que investigavam o desaparecimento e morte de Amarildo, indicando um falso envolvimento do tráfico de drogas no homicídio. Escutas telefônicas apontam o acerto do recebimento de dinheiro, fraldas, aluguel em outro local fora da comunidade e até locomoção em viaturas para a dupla.
Vídeos
Condenados 2 PMs no caso Amarildo - YouTube
https://www.youtube.com/watch?v=yWHrAgU35JQ
23 de jun de 2017 - Vídeo enviado por Rede TVT
No Rio de Janeiro, o major da Polícia Militar Edson Raimundo dos Santos e o soldado Newland de ...
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