Armados com fuzis, eles atacaram nesta quarta-feira (8), em Sumaré (interior de SP)
- SÃO PAULO
Fátima Souza e André Caramante, da TV Record
Geovani Salustriano, 22 , foi baleado por PMs da Rota e do Baep, em Sumaré (SP)
reprodução
Dois integrantes da Rota, suposta tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, e dois membros do 1º Baep (Batalhão de Ações Especiais) foram presos em flagrante na madrugada desta quinta-feira (9) sob a suspeita de promover um atentado a tiros contra um jovem de 22 anos e também de tentar matar outros quatro policiais militares que atuam na cidade de Sumaré (a 120 km de São Paulo).
A bordo de um Celta particular e com as placas adulteradas, os quatros PMs, todos sem farda, começaram a rondar o Parque Salerno, na periferia de Sumaré. Armados com fuzis, pistolas e escopetas, os quatro militares procuravam por Geovani da Silva Salustriano, 22 anos, morador do bairro que já foi preso por receptação de material roubado.
Por volta das 22h45 desta quarta-feira (8), os PMs estacionaram o Celta na rua da casa de Salustriano e viram quando ele estacionou seu carro, um Palio, e desceu. Assim que Salustriano entrou no quintal de sua residência, os PMs invadiram o lugar e o balearam seis vezes (quatro de raspão na cabeça, um nas costas e um no ombro).
Ao voltar para o Celta para fugir, os quatro PMs suspeitos do atentado contra Salustriano viram a chegada de dois carros da Polícia Militar, cada um com dois PMs. Esses quatro PMs de Sumaré faziam patrulhamento rotineiro no Parque Salerno, ouviram os tiros e viram quando os PMs da Rota e do Baep entraram no Celta, todos com armas nas mãos.
Segundo os PMs de Sumaré, após receber ordem para descer do Celta e entregar as armas, os policiais da Rota e do Baep começaram um tiroteio e, mesmo com o carro atingido por vários tiros, o quarteto conseguiu escapar do Parque Salerno.
Enquanto todos os PMs de Sumaré eram alertados sobre a fuga dos homens no Celta, assim como também os militares das cidades vizinhas de Paulínia e Campinas, familiares e amigos de Salustriano o levaram para o hospital e ele foi internado. Até a conclusão desta reportagem, o jovem não corria risco de morte.
Quando o Celta com os PMs da Rota e do Baep estava no Parque da Represa, já em Paulínia, PMs da cidade cercaram o veículo. Assim que desceram, o 2º sargento Israel Nantes Santos, 31 anos, da Rota, e o soldado Muller Paschoal de Oliveira Ferreira, 26, do Baep, se apresentaram como policiais e disseram que os dois amigos deles estavam baleados, dentro do Celta.
Sargento Nantes e o deputado estadual Coronel Telhada (PSDB)
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Ao notarem que os PMs Nantes e Muller não conseguiam explicar como seus amigos, os cabos Joabe Rodrigues Saraiva, 34 anos, da Rota, e Fabio Daniel da Silva, do Baep, haviam sido baleados nas costas, os PMs de Paulínia pediram apoio aos militares de Sumaré e constataram que os quatro eram os responsáveis pelo tiroteio ocorrido minutos antes, em Sumaré.
Levados para um hospital de Paulínia, Saraiva e Daniel foram operados e permanecem internados. Eles não correm risco de morte.
Assim que forem liberados do hospital, os dois PMs feridos se juntarão novamente ao sargento Nantes e ao soldado Muller, que já estão presos no Presídio Militar Romão Gomes, no Jardim Tremembé, zona norte de São Paulo.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o quarteto responderá pelas tentativas de homicídio contra Salustriano e contra os quatro PMs de Sumaré que tentaram detê-los após o atentado.
Até a conclusão desta reportagem, os advogados de defesa dos PMs Nantes, Saraiva, Daniel e Muller não foram localizados.
Profissional destacado
Imagem mantida pelo sargento Nantes, da Rota, em sua página na rede social Facebook
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Em sua página na rede social Facebook, o 2º sargento Nantes se define assim: “Israel Nantes, sargento na PMESP, atua como comandante de equipe de Rota e se destaca profissionalmente no policiamento pela população paulista”.
O 2º sargento Nantes também mantém fotos ao lado do deputado estadual coronel Telhada (PSDB) e imagens de caveiras vestidas com o fardamento da Rota e nas quais afirma: “Policial da Rota não patrulha...caça bandidos”.
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