São afastados, diz PM...
Com a punição, PMs deixam de trabalhar nas ruas e fazem trabalho interno. Torcedora agredida relatou que a situação ‘foi constrangedora’.
Os policiais militares que agrediram a torcedora Ana Paula Lima antes da partida do Coritiba contra o Vasco da Gama no sábado (17), em Curitiba, foram afastados do serviço operacional. A informação foi confirmada pela Polícia Militar nesta quarta-feira (21).
Parte da agressão foi filmada por outra torcedora que participava da escolta realizada pela PM até o estádio. As imagens mostram um policial batendo a cabeça da vítima contra um portão de ferro.
De acordo com a assessoria de imprensa da PM, com a punição, os policiais deixam de atuar nas ruas e passam a trabalhar em serviços internos da corporação.
Além dos que aparecem na imagem, toda a equipe que participou da escolta também foi afastada dos serviços operacionais. A assessoria não soube confirmar a quantidade de policiais.
Relembre o caso
Ana Paula disse ao G1 que a situação ‘foi bem constrangedora’. Ela contou ainda que a atitude violenta dos policiais começou na Praça Santos Andrade, após um evento organizado chamado de “Caminhada pela paz”, e horas antes da partida de futebol. “Nós juntamos torcedores e resolvemos fazer uma caminhada pacífica em homenagem a colegas que faleceram recentemente”, relatou.
Ana Paula disse ao G1 que a situação ‘foi bem constrangedora’. Ela contou ainda que a atitude violenta dos policiais começou na Praça Santos Andrade, após um evento organizado chamado de “Caminhada pela paz”, e horas antes da partida de futebol. “Nós juntamos torcedores e resolvemos fazer uma caminhada pacífica em homenagem a colegas que faleceram recentemente”, relatou.
O vídeo também mostra outro policial retirando do local a torcedora que filmou a agressão, e não há registros de imagens do que acontece na sequência. “Eles continuaram me batendo, mais umas cinco ou seis vezes. Ameaçavam me levar presa, eu perguntava um motivo para me levarem, e diziam que eu estava desobedecendo ordem policial. Mas com esse tipo de ordem eu não concordo”, questionou a vítima. Ela conta que o celular continuou gravando o áudio das agressões de dentro da roupa, mas que ela não pretende divulgar o material por conta do constrangimento.
A fotógrafa Ana Paula Ribeiro estava no local e confirmou a versão da vítima. “Chegou uma viatura da polícia mandando o pessoal calar a boca, que lugar de cantar é no estádio. A galera obedeceu, ficou quieta reunida ali na praça. Sem tumulto algum, nenhuma algazarra, tinha até crianças de colo”, relatou. Ambas relatam que na sequência os policiais mandaram os participantes se encaminharem ao Couto Pereira.
Nota oficial
A Polícia Militar se manifestou sobre o caso através de nota oficial na segunda-feira (19), confira na íntegra:
O vídeo já chegou ao conhecimento do Comando do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), o qual está determinou a abertura de um procedimento administrativo para apurar o que realmente houve. E caso fique comprovado que os policiais agiram irregularmente, eles serão punidos conforme prevê a Lei.
O Comando do BOPE também esclarece que não compactua com nenhum tipo de atitude que vá de encontro a todo e qualquer direito dos cidadãos, mas por “estarmos em um estado democrático de direito, e respeitando os dispositivos constitucionais, os policiais têm direito a ampla defesa e ao contraditório”.
O Comando do BOPE reitera que tem sido enfático em relação aos direitos dos cidadãos, mas somente será sabido o que realmente aconteceu ao término do procedimento instaurado. Do G1