Abalorixá acusa PM de agressão em abordagem em Lauro de Freitas
Caso já é investigado por sindicância, diz PM
08.04.2013 | Atualizado em 08.04.2013 - 19:53
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Foto: Reprodução
Da Redação
Um babalorixá acusa a Polícia Militar de uma abordagem truculenta no dia 2 de abril em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, por não dar passagem a uma viatura da PM. Em carta aberta, o babalorixá Anderson Argolo, conhecido como pai Anderson de Oxalá, conta o episódio e diz que a ação atingiu o "equilíbrio emocional" de sua casa. Ele é líder do terreiro Obatalandê.
O caso aconteceu na manhã da terça-feira (2) em um estacionamento de um supermercado quando, segundo o babalorixá, ele saia com um veículo depois de pedir passagem. "Um dos carros que vinha na via me deu passagem, mas atrás deste mesmo veiculo vinha uma viatura da PM, que ao perceber a manobra, começou a buzinar de forma excessiva", diz a carta. Segundo ele, como já estava com metade do carro fora do estacionamento, ele continuou rumo a outro mercado.
No outro mercado, cerca de 50 metros do primeiro, o babalorixá diz que percebeu que estava sendo seguido pela viatura da PM, quando foi então abordado. O babalorixá conta que os policiais o abordaram com armas em punho e aos gritos, quando então um deles o pressionou para se abaixar, inclinando seu corpo. Anderson disse ao PM que tinha passado por uma cirurgia na semana anterior e sofre de problemas renais, pedindo cuidado, quando então o policial o pegou pelo pescoço e esfregou o rosto no capô do veículo, mandando que ele só falasse diante de alguma pergunta.
O babalorixá estava acompanhando de dois filhos de santo, Alison e Ricardo, que também foram tratados de maneira desrespeitosa, segundo a denúncia. Os PMs ironizaram quando eles se disseram trabalhadores, ainda que desempregados, e perguntaram qual o vulgo dos dois. O babalorixá disse que eles não tinham vulgos, e sim nomes, e segundo ele nesse momento um terceiro PM encostou uma arma em seu rosto e mandou que ele parasse de falar, pois tinha desacatado um policial.
"Não tenho palavras para descrever o que senti e o que estou sentindo nesse momento. Nunca passei por tamanho constrangimento. Vi nos olhos das pessoas simples, dos comerciantes que me conheciam a revolta e o medo para com aqueles que em tese, estão ali para nos defender", diz o texto da carta, divulgado pelo Facebook.
O caso foi citado nesta segunda-feira (8) na Câmara dos Vereadores pelo vereador Luiz Carlos Suíca (PT), que repudiou as agressões e informou que enviou um ofício exigindo apuração e esclarecimentos para o comandante-geral da PM, coronel Alfredo Castro, e ao secretário estadual de Segurança Pública, Maurício Barbosa.
Procurada, a Polícia Militar disse que o caso já está sendo apurado desde o dia 2, quando o babalorixá foi recebido pelo comandante da 81ª Companhia Independente de Policia Militar, de onde são os policiais acusados, e deu suas declarações. Uma sindicância sobre o caso foi instaurada.
Pai Anderson de Oxala
Realmente é um verdadeiro absurdo, encontrar policias que se comportam como capitais do mato, para perseguir nosso povo, coagindo as famílias e a população nos bairros carente da cidade , que são os verdadeiros quilombos do seculo XXI para onde os descendentes de africanos foram expulsos e abandonados, e hoje sofrem com a violência de varias formas, e inclusive de policiais, que não tem o menor respeito e responsabilidade com suas funções e para com a população Hoje foi eu a vitima, mas todos os dias esta é realidade, a agressão já virou uma coisa comum, absurdo é agora, é não aceitar e denunciar Mas precisamos sim dizer não a violência o racismo, a intolerância religiosa, pois é um crime contra a nossa cidadania e vai de encontro aos direitos humanos Sou um cidadão e um líder Religioso, luto pela Paz, mais só pode se vive em um pais em uma sociedade mais justa e igualitária onde os direitos de fato sejam garantidos a todos sem descriminação de Raça, cor, clero seguimento social ou Religioso.
Sou a favor sim da abordagem rezo pelos bons policias que trabalham pela nossa segurança, mas sou contra a agressão e o racismo institucional contra Policias que nos submetem a condição de bandidos sem nenhum respeito aos nossos direitos.
Sou a favor sim da abordagem rezo pelos bons policias que trabalham pela nossa segurança, mas sou contra a agressão e o racismo institucional contra Policias que nos submetem a condição de bandidos sem nenhum respeito aos nossos direitos.
BAHIA
| ATUALIZADO EM 10.04.2013 - 18H28
Secretário pede desculpas "em nome do Estado" a babalorixá agredido por PMs
Mas que vergonha uma instituição paga com o dinheiro publico para zelar e servir aproveita do poder para causar medo e terror...
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