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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Carla Cepollina é absolvida


Pela morte do coronel Ubiratan..

  • Júri acolheu a tese da defesa, de que ela não estava no apartamento na hora do crime
LEONARDO GUANDELINE (EMAIL)
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 Carla Cepollina chega a delegacia em São Paulo (2006) Foto: Agência O Globo / Eliária de Andrade

Carla Cepollina chega a delegacia em São Paulo (2006) Agência O Globo / Eliária de Andrade
SÃO PAULO – A advogada Carla Cepollina foi absolvida na noite desta quarta-feira pelo assassinato do coronel reformado da Polícia Militar (PM) e ex-deputado estadual Ubiratan Guimarães, em setembro de 2006. Conhecido pela atuação no massacre do Carandiru, que deixou 111 mortos em 1992, Ubiratan foi morto com um tiro no abdômen, dentro do apartamento dele, nos Jardins, em São Paulo.
Por unanimidade, os jurados - seis homens e uma mulher - acolheram a tese da defesa, de que Carla não estava no apartamento da vítima no dia do crime. A mãe dela, Liliana Prinzivalli, uma das defensoras, salientou que Ubiratan morreu no domingo, 10 de setembro, e não na noite do dia 9, entre 19h e 19h30m, como sustentou a acusação. Ela usou como provauma mensagem enviada por Carla ao coronel no domingo de manhã, e recebida posteriormente, após o celular dele ter sido ligado.
- São seis anos que estou sofrendo e lutando para compensar uma injustiça. Lamento que o assassino do Ubiratan esteja livre e impune – disse Carla, na saída do Fórum Criminal da Barra Funda.
Ela, no entanto, não respondeu aos jornalistas quem teria motivo para matar o coronel.
- Confio na Justiça, sempre confiei na Justiça. Vou recomeçar minha vida, finalmente, do zero – acrescentou.
Os advogados de Carla comemoraram a decisão:
- No interrogatório, ela mostrou muita firmeza. Quem fala a verdade transmite lealdade. O argumento principal da defesa foi o horário da morte – ressaltou o outro advogado Eugenio Malavasi.
Para o Ministério Público (MP), Carla matou o namorado por ciúmes, após um desentendimento do casal por conta de um caso amoroso de Ubiratan com a delegada da Polícia Federal (PF) Renata Madi. O promotor de Justiça João Carlos Calsavara acrescentou que não irá recorrer da decisão.
- Ele (Ubiratan) foi julgado de novo. O coronel Ubiratan ficou estigmatizado pelo massacre do Carandiru e assumiu todo o caso. Hoje, foi condenado de novo – disse.
O júri popular que absolveu Carla Cepollina teve início na segunda-feira com atraso de três horas. O motivo foi o pedido de adiamento feito pela acusação pelo não comparecimento da delegada Renata Madi, testemunha arrolada pela Promotoria. Em seu depoimento à Justiça, lido na terça-feira, a delegada afirmou ter conhecido Ubiratan de um clube de tiro e admitiu que era apaixonada pelo coronel. Disse, ainda, que dois tiveram um relacionamento amoroso superficial. No mesmo dia, Carla foiretirada do plenário, a pedido do juiz Bruno Rocnhetti de Castro, após se manifestar durante o depoimento de uma testemunha.
Nesta terça-feira, a sessão teve início com mais de duas horas de atraso por conta de um problema nas instalações elétricas do fórum, que deixou o plenário sem energia. No mesmo dia, durante interrogatório, Carla Cepollina negou a autoria do crime, considerou “absurda” a acusação contra ela e disse que quando saiu do apartamento, na noite do sábado, o coronel Ubiratan estava dormindo. A advogada disse, ainda, que o namorado estava “estranho” perto da época do crime, falando de insegurança e cogitando a possibilidade de ser assassinado.
Durante os debates entre acusação e defesa, nesta quarta-feira, o assistente de acusação Vicente Cascione criticou o fato de a advogada nunca ter sido presa. Falou também de uma suposta proteção que a ré teve, na época do crime, do então delegado geral de Polícia Civil Marco Antônio Desgualdo, amigo da família, e do desembargador Alberto Marinho Junior, companheiro de sua mãe, a advogada Liliani Prinzivalli, uma das defensoras dela no plenário.
Já a defesa tentou argumentar que Carla não estava com o coronel quando ele foi morto.
- No domingo, o coronel estava vivo e a prova cabal disso é que a Carla mandou uma mensagem de texto para ele às 8h21m de domingo e a mensagem chegou às 11h27m. Ou seja, o celular foi ligado - salientou Liliana Prinzivalli.
O coronel Ubiratan Guimarães chegou a ser condenado a mais de 630 anos pelo massacre, mas acabou absolvido pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Carla foi indiciada em inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas o processo foi arquivado, em 2008, pelo juiz Alberto Anderson Filho, que entendeu que não havia provas suficientes para incriminá-la. Em junho de 2010, no entanto, a Câmara Criminal do TJ-SP decidiu que a advogada fosse submetida a júri popular


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