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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Carla Cepollina vai a júri popular


10/06/2010 11h14 - Atualizado em 10/06/2010 12h54

Pela morte do coronel Ubiratan..

Decisão foi tomada por unanimidade pela 9ª Câmara Criminal do TJ de SP.
Julgamento ainda não tem data marcada.

Paulo PizaDo G1 SP
cepollinaA advogada Carla Cepollina, em foto de
arquivo (Foto: Reprodução/TV Globo)
A advogada Carla Cepollina irá a júri popular pela morte do coronel Ubiratan Guimarães, decidiu na manhã desta quinta-feira (10) a 9ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A decisão foi por unanimidade. A advogada não estava presente na sessão e foi representada por seu advogado, o criminalista Márcio Thomaz Bastos. Ainda cabe recurso. O julgamento pode acontecer até fevereiro de 2011.
Em outubro de 2008, um juiz de primeira instância decidiu que ela não iria a julgamento, mas o Ministério Público recorreu. À época, o juiz considerou que não havia indícios suficientes de que Carla tivesse cometido o crime e arquivou o processo. Para o MP, foi a advogada quem disparou o tiro que matou o coronel, em setembro de 2006. Essa também foi a conclusão da polícia. O assassinato teria sido motivado por ciúmes. Ela sempre negou as acusações.
Os desembargadores Souza Nery, Roberto Midolla e Francisco Bruno, que compõem a 9ª Câmara, decidiram nesta quinta-feira que Carla Cepollina deve ir a júri popular com base naprova pericial, que indica, segundo análise dos magistrados, que a advogada estava no apartamento no momento da morte do coronel. “Ou tudo conspira contra Carla Cepollina ou indícios sugerem o envolvimento direto dela no caso”, afirmou o desembargador Souza Nery.
O defensor da advogada alegou, durante explanação, que sua cliente foi perseguida. “Nada foi investigado, o que se queria era a prova que Carla era culpada”, disse. O advogado acrescentou que diversas pessoas teriam motivos para matar o coronel, comandante da invasão do Carandiru em 1992, que terminou com a morte de 111 presos. Ubiratan chegou a ser condenado a 632 anos de prisão, mas foi absolvido pelo órgão especial do Tribunal de Justiça.
Thomaz Bastos e Vicente CascioneOs advogados Márcio Thomaz Bastos e Vicente
Cascione, responsáveis por defesa e
acusação (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
“Quantas centenas de pessoas tinham a fantasia de matar o coronel?”, questionou Bastos. Ele lembrou que, no ano em que aconteceu a morte, 2006, ocorreram diversos ataques a forças policiais paulistas. O assistente de acusação, Vicente Cascione, criticou a decisão em primeira instância durante sua fala, e ressaltou o trabalho da perícia. “Se a ré não foi a autora do homicídio, foi testemunha ocular da morte. Ela ficou horas dentro do apartamento”, afirmou.
Bastos disse, ao fim da sessão, que “houve falhas deploráveis na investigação” do crime. O defensor afirmou que, apesar da derrota da defesa, considera a decisão positiva porque poderá comprovar essas falhas durante o julgamento. “O juiz natural é o júri. No júri temos visão do juiz cidadão”, disse. O advogado completou que não teme os jurados. “Fui criado no júri. Tenho mais de 700 júris.”
Crime
O coronel foi assassinado em seu apartamento na região dos Jardins no dia 9 de setembro de 2006. Segundo a polícia, o coronel morreu com um tiro no abdome disparado por uma de suas armas - um revólver calibre 38 que não foi encontrado no local do crime.
A advogada sempre negou ter disparado o tiro. Em setembro de 2007, data que o crime completou um ano, ela enviou uma carta com exclusividade ao G1 em que lamentava ter sido acusada pelo crime e afirmava representar “uma solução fácil”. “Não fui eu”, garantiu.

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