Pela morte do coronel Ubiratan..
Decisão foi tomada por unanimidade pela 9ª Câmara Criminal do TJ de SP.
Julgamento ainda não tem data marcada.
A advogada Carla Cepollina irá a júri popular pela morte do coronel Ubiratan Guimarães, decidiu na manhã desta quinta-feira (10) a 9ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A decisão foi por unanimidade. A advogada não estava presente na sessão e foi representada por seu advogado, o criminalista Márcio Thomaz Bastos. Ainda cabe recurso. O julgamento pode acontecer até fevereiro de 2011.
Em outubro de 2008, um juiz de primeira instância decidiu que ela não iria a julgamento, mas o Ministério Público recorreu. À época, o juiz considerou que não havia indícios suficientes de que Carla tivesse cometido o crime e arquivou o processo. Para o MP, foi a advogada quem disparou o tiro que matou o coronel, em setembro de 2006. Essa também foi a conclusão da polícia. O assassinato teria sido motivado por ciúmes. Ela sempre negou as acusações.
Os desembargadores Souza Nery, Roberto Midolla e Francisco Bruno, que compõem a 9ª Câmara, decidiram nesta quinta-feira que Carla Cepollina deve ir a júri popular com base naprova pericial, que indica, segundo análise dos magistrados, que a advogada estava no apartamento no momento da morte do coronel. “Ou tudo conspira contra Carla Cepollina ou indícios sugerem o envolvimento direto dela no caso”, afirmou o desembargador Souza Nery.
O defensor da advogada alegou, durante explanação, que sua cliente foi perseguida. “Nada foi investigado, o que se queria era a prova que Carla era culpada”, disse. O advogado acrescentou que diversas pessoas teriam motivos para matar o coronel, comandante da invasão do Carandiru em 1992, que terminou com a morte de 111 presos. Ubiratan chegou a ser condenado a 632 anos de prisão, mas foi absolvido pelo órgão especial do Tribunal de Justiça.
“Quantas centenas de pessoas tinham a fantasia de matar o coronel?”, questionou Bastos. Ele lembrou que, no ano em que aconteceu a morte, 2006, ocorreram diversos ataques a forças policiais paulistas. O assistente de acusação, Vicente Cascione, criticou a decisão em primeira instância durante sua fala, e ressaltou o trabalho da perícia. “Se a ré não foi a autora do homicídio, foi testemunha ocular da morte. Ela ficou horas dentro do apartamento”, afirmou.
Bastos disse, ao fim da sessão, que “houve falhas deploráveis na investigação” do crime. O defensor afirmou que, apesar da derrota da defesa, considera a decisão positiva porque poderá comprovar essas falhas durante o julgamento. “O juiz natural é o júri. No júri temos visão do juiz cidadão”, disse. O advogado completou que não teme os jurados. “Fui criado no júri. Tenho mais de 700 júris.”
Crime
O coronel foi assassinado em seu apartamento na região dos Jardins no dia 9 de setembro de 2006. Segundo a polícia, o coronel morreu com um tiro no abdome disparado por uma de suas armas - um revólver calibre 38 que não foi encontrado no local do crime.
A advogada sempre negou ter disparado o tiro. Em setembro de 2007, data que o crime completou um ano, ela enviou uma carta com exclusividade ao G1 em que lamentava ter sido acusada pelo crime e afirmava representar “uma solução fácil”. “Não fui eu”, garantiu.
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