Que matou seu filho de ‘assassino de farda’...
O repórter da Rádio Santa Cruz FM e do site Cruz na Tela, Ueviton Santana, veiculou, na manhã desta quinta-feira (4), no Programa Jornal da Santa Cruz, uma entrevista com José Fiúza, pai de Paulo Fiúza, morto na noite de terça-feira (2), no bairro Coplan, em Cruz das Almas, após receber um tiro de calibre .40 de um policial de prenome Robério, lotado na 27ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM).
Ele revelou que estava jantando, após o trabalho, quando foi avisado. “Corre que seu filho está mal na UPA porque um policial atirou nele. Quando eu cheguei tinha mais de 50 policiais na frente da unidade”, disse. “Eu só acreditei quando abracei meu filho e vi que ele estava morto”, contou.
“Nada me conforma. Caso a versão deles [polícia] seja verdadeira, eles poderiam ir atrás do garoto”, reclamou. O motorista e pai do garoto pede justiça ao comandante da 27ª CIPM. “Ele não tem um profissional, ele tem um criminoso com farda. Não pensou duas vezes antes de atirar no meu filho”.
“Ele [policial Robério] vai dizer que o menino fez várias coisas. Ele vai inventar tudo. Eu quero que a delegada diga o que foi que meu filho fez para ele tirar a vida do meu filho. Quero que a comunidade saiba o que ele fez. Eu quero uma explicação. Nada traz meu filho de volta. A vida para mim acabou”, desabafou.
“Filho nasceu para enterrar pai, mas pai não nasceu para enterrar filho. Ele acabou com minha vida e da mãe dele”, acrescentou. José Fiúza contou ainda que Paulo estava reformando seu quarto e agora a lembrança será “terrível”.
“Trabalhou oito anos no Depósito Martins. Saiu porque optou pela opção de motorista”. Segundo o pai da vítima, ele iniciaria no Mercadão Ribeiro no dia em que morreu.
VERSÃO DO POLICIAL
À imprensa, o comandante da 27ª CIPM, major David Lanzilotti, informou que o policial “Robério” tem 19 anos de corporação e considerou o crime em um “fato lamentável”. Ele revelou que os inquéritos militares e na delegacia de Cruz das Almas. “É preciso juntar todas as peças do quebra-cabeça”, disse, acrescentando que a viatura, o corpo e o policial serão periciados.
A versão contada pelo policial Robério, segundo o major, é que Paulo Fiúza tentou escapar de uma abordagem no bairro da Coplan. Ainda conforme Lanzilotti, a vítima investiu com a moto contra o policial e a arma disparou acidentalmente. “Se não foi fatalidade e houve dolo na ação, com certeza ele será penalizado”, prometeu. “Pedimos, inclusive, ajuda caso exista testemunha”. Foto: Reprodução Facebook
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