Edição do dia 16/12/2012
16/12/2012 21h18 - Atualizado em 23/12/2012 23h00 Em acordo entre policiais e agredido..
José Raimundo Pires levou chutes de policiais e teve uma arma apontada em sua direção. .
Pires leva um chute de um policial. O outro policial saca uma arma, aponta para o trabalhador e depois ameaça dar uma coronhada. O operário é posto no carro da polícia com muita violência. O celular dele cai e é chutado para longe pelo delegado.
Quase um ano e meio depois do que aconteceu, nem o delegado e nem os investigadores envolvidos no caso receberam qualquer punição. Pelo contrário: no relatório interno da Polícia Civil, a conduta deles chega a ser elogiada e colocada como exemplo de atuação. E mais: quem aparece como agressor é o funcionário da companhia de água.
A sindicância diz que as imagens "mostram o empenho dos investigadores de polícia, sob o olhar e auxílio do delegado agredido em sua integridade física e atacado em sua autoridade" e pede o arquivamento do caso.
A atual delegada Geral do Maranhão, Maria Cristiana Menezes, que na época era da Corregedoria, é quem assina o relatório.
"Os exames de corpo de delito do Seu Pires não comprovaram nenhuma agressão, nenhuma lesão. A minha preocupação é que a sociedade entenda que houve um ato de força proporcional, moderado e necessário naquele momento”, sustenta a delegada, apesar de as imagens contradizerem suas palavras.
Perguntada se seria normal o fato de um dos policiais ter sacado a arma e apontado para o operário, a delegada responde: “Nas imagens não consta isso. Consta que o policial - único que está armado - segura a arma no coldre. Analisando as imagens, verificamos que não houve arma apontada". Nas imagens, é possível ver que o policial aponta uma arma.
O delegado fez um registro contra o operário, se dizendo vítima de agressão. Na versão de Alberto Castelo Branco, o operário teria jogado uma mangueira nele.
O operário também fez um registro contra o delegado e dois investigadores. Os dois casos foram analisados na mesma audiência e as partes aceitaram fazer um acordo. Os policiais aceitaram pagar multa. O delegado pagou R$ 1 mil e os investigadores R$ 300 cada um. O operário pagou $200.
“Eu paguei por ter apanhado. É o que os meus colegas dizem", lamenta o operário José Raimundo Ribeiro Pires.
O delegado Alberto Castelo Branco não quis gravar entrevista, nem falar por telefone. "Não tenho nada a me manifestar. E não me ligue mais. Tchau", disse ele à equipe do Fantástico.
“Não fui eu que entrei na área de trabalho dele, ele que entrou na minha área”, afirmou o operário.
O delegado responde ainda a outros dois processos na ouvidoria da polícia por abuso de autoridade.
Nota da redação: A matéria exibida na TV e publicada aqui no site do Fantástico no dia 16/12 foi atualizada no dia 23/12, com as informações do VT exibido no Fantástico neste mesmo dia. Confira aqui a nota de correção exibida no dia 23/12
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