Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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quinta-feira, 3 de maio de 2018

A atitude do Governo do Estado à época, de reprimir o movimento e punir todos os envolvidos, foi correta ou deveria ter havido mais diálogo com a tropa?

01:30 | 29/07/2017
A greve dos policiais civis e militares ocorreu, inicialmente, de forma pacífica e ordeira. Somente com a participação efetiva de praças da corporação, agentes e investigadores da Polícia Civil. Ocorre que, devido ser a primeira greve no setor de Segurança Pública, gerou muitas dúvidas com relação à sua existência. O fato é que vivíamos um governo ditador, neoliberal e que governava o Estado com mãos de ferro, inexistindo, portanto, diálogo com a tropa. Aliás, foi esse um dos motivos da greve. Tasso jamais acreditava numa greve. Alinhado com o Governo Federal de Fernando Henrique (PSDB), foi pego de surpresa e agiu precipitadamente, convocando as Forças Armadas e dando a ordem ao general Vargas para abrir o confronto e acabar com o movimento a qualquer preço. Afastou 70 PMs da corporação e expulsou 13 policiais, sem a ampla defesa e o contraditório, motivo pelo qual quase todos retornaram à PM pela Justiça (desproporcionalidade e ampla defesa e contraditório). A bem da verdade, Tasso nunca abriu canal de negociação, apesar das entidades terem protocolado vários documentos pedindo audiência para expor o que estava acontecendo com a tropa (baixos salários, péssimas condições de trabalho e sobrecarga nas escalas de serviço). Preferiu acreditar nos relatórios substanciais emitidos pela Casa Militar, cujo texto afirmava categoricamente que os grevistas tinham a intenção de invadir a sede da Secretaria da Segurança na marra. Sem ao menos mandar averiguar os fatos, o Governo deu a ordem de abafar o movimento, prender e expulsar os grevistas.
Josué Pereira de Sousa, 55, 1º sargento expulso após a greve

NÃO 

No primeiro semestre de 1997, o sistema policial da maioria dos estados brasileiros entrou em greve, com movimentos de extrema violência, que preocupavam o Governo Federal, os governos estaduais e, particularmente, a população — que se sentia cada vez mais insegura. A situação crítica desencadeada no Ceará com violência, no dia 29 de julho de 1997, exigiu a liderança, a experiência e o tino político, do governador do Estado, Tasso Jereissati, para tomar aquela decisão. Em face da atitude desordenada reinante, o Governo não teve outra alternativa, diante da possibilidade de ocorrência de uma indisciplina generalizada, que colocaria em risco a segurança e a paz social no Estado. O clima de intransigência e violência criado impediu qualquer tipo de diálogo, e a decisão do governador de reprimir e punir os envolvidos foi inevitável. Essa atitude corajosa, inclusive, obteve ampla repercussão nacional, pondo fim à onda de movimentos grevistas violentos de policiais no País. Sem dúvida, as medidas adotadas pelo Governo do Estado, em parceria com o Governo Federal, que disponibilizou à época tropas do Exército Brasileiro, foram adequadas e providenciais no sentido de cumprir a lei, assegurar a preservação do interesse público e garantir a segurança da sociedade – uma das responsabilidades do poder público. Aquela decisão serviu para comprovar a coragem física e moral, a capacidade de decisão e sentido de responsabilidade do governador, Tasso Jereissati, que não permitira que se estabelecesse, ainda que transitoriamente, a anarquia e a desordem no seu Estado.
General Cândido Vargas de Freire, 83, titular da SSPDC de 1997 a 2002

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