Quatro PMs são presos pela morte de cinco jovens no Rio
Dois deles eram menores. Policiais foram presos por homicídio e fraude processual
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Na noite de sábado (28), cinco jovens morreram após serem baleados no carro em que estavam, na comunidade da Lagartixa, que fica no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, informa o Extra.
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Parentes das vítimas relatam que os rapazes tinham voltado de um passeio no Parque Madureira e resolveram sair novamente para fazer um lanche, quando foram surpreendidas pelas dezenas de tiros disparados por policiais militares do 41º BPM (Irajá) na Estrada João Paulo. O caso foi registrado na 39ª DP (Pavuna).
Ainsa segundo o Extra, Wilton Esteves Domingos Júnior, de 20 anos, dirigia o Palio que foi fuzilado. Também estavam no carro o irmão dele Wesley Castro Rodrigues, de 25 anos, e os amigos Cleiton Corrêa de Souza, de 18 anos, Carlos Eduardo da Silva de Souza, de 16 anos, e Roberto de Souza Penha, de 16 anos.
Quatro policiais do 41º BPM foram presos em flagrante por homicídio e fraude processual. Segundo a 39ª DP (Pavuna), os policiais militares Thiago Resende Viana Barbosa, Marcio Darcy Alves dos Santos e Antonio Carlos Gonçalves Filho foram presos em flagrante por homicídio doloso e fraude processual, e o policial Fabio Pizza Oliveira da Silva por fraude processual.
O Extra informa que eles serão levados ainda neste domingo para o Batalhão Especial Prisional (Bep), antiga Penitenciária Vieira Ferreira Neto, em Niterói, na Região Metropolitana. A ocorrência chegou à delegacia como auto de resistência, mas a Polícia Civil entendeu que foi fraude processual, quando a cena do crime é alterada.
De acordo com a 39ª DP, foi realizada a perícia no local e os corpos das vítimas foram encaminhados para exame de necropsia no IML. As armas dos policiais militares foram apreendidas e os veículos estão sendo periciados. Testemunhas estão sendo ouvidas. A Polícia Civil informou que dois dos cinco jovens têm passagem pela polícia. Wesley tinha uma anotação criminal por tráfico e Cleiton, por furto.
O comando do 41º BPM (Irajá), segundo a Polícia Militar, abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para esclarecer as circunstâncias da ocorrência em Costa Barros, envolvendo policiais do batalhão. Segundo a PM, os policiais responderão perante à Justiça comum e perante à Justiça Militar.
As famílias estão revoltadas com o crime. Érica Esteves Domingos, de 35 anos, tia de Wilton, diz que os policiais impediram o socorro das vítimas. “Eles foram comemorar o primeiro salário que um deles tinha recebido e tinham programado de ir à praia neste domingo. Quando soubemos dos tiros, corremos ao local e encontramos Wilton ainda agonizando, mas os policiais não deixaram a gente socorrer, porque não poderia alterar a cena do crime”, conta a mulher.
As testemunhas que chegaram logo após o crime disseram que os policiais tentaram forjar um auto de resistência. “Disseram que não poderia alterar a cena do crime, mas pegaram a chave do carro, abriram a mala do carro e colocaram lá dentro uma pistola de mentira. Eles tentaram forjar que os jovens eram bandidos, mas eles não eram. Eu conhecia todos eles muito bem” disse um morador da comunidade.
Segundo a família, outros dois irmãos de Wilton e Wesley estavam em uma moto e seguiriam o grupo. Quando os policiais começaram a atirar, eles se jogaram no chão e ficaram levemente feridos por causa da queda.
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