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Campinas, Terça, 2 de fevereiro de 1999 |
Próximo Texto | Índice POLÍCIA A Polícia Civil do Estado abriu sindicância ontem para apurar o caso; droga estava armazenada em banheiro 300 kg de cocaína somem do IML
LUCIANA FINAZZI da Folha Campinas Pelo menos 300 dos 323 quilos de cocaína em barras apreendidos na semana passada em Indaiatuba (27 km de Campinas), que estavam depositados em um banheiro no IML (Instituto Médico Legal) de Campinas, foram furtados anteontem à tarde. A droga é avaliada em cerca de R$ 3,5 milhões e a apreensão, feita pela Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de Campinas, foi a maior do Estado. O IML funciona dentro do complexo policial onde estão instalados o 1º Distrito Policial, a Delegacia Seccional e a Delegacia Regional, além da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). No momento do furto, pelo menos 16 policiais faziam plantão no complexo e ninguém percebeu nada. Nenhum homem fazia a guarda da droga no prédio do instituto. Não há marcas de arrombamento na porta do IML. O delegado regional de Campinas, João Pinto, afirmou que as portas podem ter sido abertas com chaves falsas. Ele não descarta a possibilidade de policiais terem participado do furto. "Alguém tinha conhecimento de onde estava a droga", disse. De acordo com ele, nenhum homem fazia a segurança do IML anteontem porque o órgão é de responsabilidade da Secretaria de Estado da Segurança Pública e não da Delegacia Regional. "Nós não recebemos nenhuma comunicação pedindo a guarda da droga no IML", disse. O secretário estadual da Segurança Pública, José Alonso da Silva, determinou ontem ao delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Paulo Bragão Braun, a abertura de uma sindicância pela Corregedoria da Polícia Civil para apurar as circunstâncias do desaparecimento da droga e os nomes dos possíveis responsáveis. Silva pede ainda que a corregedoria apure o motivo de a cocaína estar depositada no IML, já que há uma portaria estadual determinando que a guarda da droga é de responsabilidade do departamento que a apreendeu. A Folha tentou falar ontem com o delegado da Dise, Ricardo de Lima, mas ele não comentou o caso. O Ministério Público de Campinas também enviou um ofício à Corregedoria da Polícia Judiciária da cidade, pedindo a abertura de um inquérito para apurar as responsabilidades sobre o furto. De acordo com o diretor do IML, Antonio Francisco Bastos, a cocaína estava guardada em um banheiro no segundo andar do prédio do instituto. Somente grades externas impediam o acesso à droga. "Há pelo menos cinco anos as drogas estão sendo guardadas no IML sob protestos da chefia. Na sexta-feira, eu enviei ofícios ao delegado regional e à Secretaria da Segurança Pública alertando sobre a falta de segurança no IML." A Secretaria da Segurança Pública e a Delegacia Regional negam que tenham recebido qualquer comunicação do IML. Próximo Texto | Índice |
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