Polícia
Oficial envolvido injustamente em chacina do Benedito Bentes pede celeridade em inquérito
Investigação que já dura quase dois anos não indiciou o capitão Paulo Eugênio como autor material
Na manhã desta quinta-feira, o capitão Paulo Eugênio Freitas apontado injustamente de ser o autor material do assassinato de quatro jovens, crime que ficou conhecido como a “Chacina do Benedito Bentes”, esteve reunido, com a direção-geral da Polícia Civil com o objetivo de pedir celeridade na conclusão do inquérito policial que investiga o crime ocorrido, em 13 de agosto de 2010.
Segundo alega o oficial, desde que o crime ocorreu há quase dois anos, a ‘saga’ para provar sua inocência ainda continua. Neste sentido, o capitão que foi acusado de ter matado os quatro jovens esteve reunido hoje pela manhã com as delegadas Kátia Emanuelle (adjunta) e Sheila Carvalho, esta última, que teria concluído o inquérito e remetido a Justiça em outubro de 2010, embora devolvido posteriormente para a Delegacia de Homicídios por falta de elementos que apontassem os autores materiais e intelectuais do crime.
“Fui desonrado e alvo de investigações e processos administrativo e judicial, minha residência foi vistoriada e submetida à busca e apreensão judicial; enfim tive uma longa saga para provar a minha inocência”, frisou.“Diversos prazos foram estabelecidos para a conclusão do inquérito, entretanto, não foram cumpridos”, pontua. “O último determinou que a Delegacia de Homicídios realizasse diligências até 30 dias contados a partir do dia 18 de junho passado, prazo este que já foi extrapolado”, emendou o capitão.
“Quero apenas que os verdadeiros culpados sejam encontrados e principalmente que a Justiça seja perpetrada e a dor dos injustiçados amenizada”, reforçou.
A Chacina do Benedito Bentes
A chacina ocorreu no Loteamento Monte Verde, onde Bruno Mendes da Silva, 15 anos, Diego Henrique da Silva Galvão, 15 anos, Lucas Barbosa, 14 anos e Ricardo da Silva, de 24 anos, foram barbaramente assassinados com requintes de crueldade.
O crime que causou grande repercussão em Alagoas apontou o capitão Paulo Eugênio como um dos autores do crime, posteriormente ficou provado que o militar nada tinha a ver com a chacina. A época, o oficial era instrutor de tiros e possuía várias munições em sua residência para ministrar estas aulas, as munições eram as principais evidências de que o oficial seria o autor do crime, segundo investigações.
Os familiares das vítimas disseram na polícia que os jovens não tinham passagem pela polícia e seriam do ‘bem’. Que no dia 13 de agosto, os rapazes tinham apenas ido buscar lenha no loteamento para fazer fogo já que em casa não possuíam fogão. Eles acreditaram que os rapazes teriam sido vítimas de vigias do loteamento.
Também foram presos durante a investigação policial: o cabo Cícero Nascimento, o cineasta e líder comunitário no Benedito Bentes Leonardo Francisco da Silva, este assassinado com tiros na cabeça em fevereiro último.
Diante da situação, a época investigações apontava para um forte indício de que havia na região um grupo de justiceiros, isto é, uma milícia agindo no bairro do Benedito Bentes formada por policiais e ex-policiais militares.
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