29/01/2015 15:49
Jornal liga empresário de MS à cocaína roubada de delegacia em Pedro Juan
Helio de Freitas, de Dourados
Sede da Polícia Nacional do Paraguai em Pedro Juan Caballero, de onde cocaína desapareceu (Foto: ABC Color)
Citando fontes do Ministério Público e da polícia paraguaia, o diário ABC Color, mais importante jornal de circulação nacional no Paraguai, aponta o suposto envolvimento do empresário douradense Sizuo Uemura com uma carga de 252 quilos de cocaína apreendidos no dia 11 de janeiro em um hotel fazenda a 20 quilômetros da fronteira com Ponta Porã. Uma semana depois, a droga foi roubada do quartel da Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero. Políticos e policiais paraguaios são suspeitos de envolvimento na ação para “recuperar” a droga do depósito da “Jefatura de Policia”.
De acordo com o ABC Color, a droga foi apreendida por agentes da Divisão de Narcóticos no hotel Kamba Kua, localizado em Colônia Fortuna Guazii Pyta, a cerca de 20 km de Pedro Juan Caballero. A propriedade, segundo o jornal paraguaio, pertence a Sizuo Uemura, que possui funerárias em cidades do Departamento (equivalente a Estado) de Amambay. A família Uemura também explora os serviços funerários em várias cidades de Mato Grosso do Sul e Paraná.
Atribuindo as informações a fontes da Polícia Federal brasileira, o ABC Color diz ainda que Uemura opera em conjunto com o clã de Fahd Jamil, que tem como base a fronteira de Mato Grosso do Sul com a cidade de Pedro Juan Caballero.
O jornal afirma em reportagem publicada no dia 18 deste mês que relatórios confidenciais da Polícia Federal do Brasil apontam que o serviço funerário foi usado várias vezes para transporte de drogas da fronteira até Rio de Janeiro e São Paulo.
Em 2009, Sizuo Uemura, os filhos e funcionários de suas empresas foram presos pela Polícia Federal em Dourados, juntamente com vereadores e secretários e ex-secretários municipais e outros empresários, acusados de fazer parte de um esquema de fraude em licitações. Atualmente os processos da “Operação Owari” estão tramitando no Poder Judiciário, os bens dos acusados foram desbloqueados e algumas provas apuradas através de escutas telefônicas foram anuladas pela Justiça.
Políticos paraguaios – Conforme o jornal ABC Color, políticos e policiais paraguaios são suspeitos de envolvimento com o roubo da cocaína que estava no depósito da Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero. O comando da Polícia Nacional afastou os cabeças de seus principais escritórios no Departamento de Amambay.
O ministro do Interior do Paraguai, Francisco de Vargas, confirmou o desaparecimento de 252 quilos de cocaína que estavam em seis sacos. "É claro que há cumplicidade da polícia, e não estamos falando de classes mais baixas, isso não é feito sem a autorização dos chefes", disse ele.
As mudanças no comando da polícia foram feitas por meio de resoluções assinadas pelo comandante Francisco Núñez Pastor Alvarenga. O comissário Enrique Galeano Darío Isasi foi nomeado chefe do Departamento de Amambay, em substituição ao comissário Sebastian Indalecio Talavera.
O comissário Gregorio Vázquez Walter Alderete foi nomeado chefe de Ordem e Segurança de Amambay, substituindo o comissário Augusto Félix Benítez. Já p deputado paraguaio Jorge Alberto Rios Vidallet foi nomeado chefe da Seção de Investigação Criminal, no lugar de Molinas Toribio. Outros três chefes foram afastados e substituídos.
Na investigação que culminou com a apreensão da droga, estariam envolvidos dois vereadores de Pedro Juan Caballero - José Maria Bogado, do partido ANR, e Cesar Augusto Quevedo Isnardi, do partido PLRA. Bogado é cunhado do deputado Marcial Lezcano, que também teria envolvimento com o narcotráfico.
Isnardi, é presidente da comissão distrital do PLRA em Pedro Juan Caballero, e José Bogado, teriam acompanhado a droga apreendida no hotel fazenda até o depósito da Polícia Nacional.
Fardos com cocaína apreendida dia 11 de janeiro em hotel que seria de empresário douradense, segundo jornal paraguaio (Foto: ABC Color)
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