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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Um delegado e quatro inspetores são presos por sequestro

Rio de Janeiro


Crime aconteceu em 2010, na Região dos Lagos, de acordo com a Polícia Civil

Policiais presos na Operação Purificação chegam ao Quartel Central da PM, no centro do Rio
Policiais presos na Operação Purificação chegam ao Quartel Central da PM, no centro do Rio (Estefan Radovicz/Ag. O Dia)
Um delegado e outros quatro policiais civis foram presos neste sábado, em Rio das Ostras, cidade da Região dos Lagos, por sequestro. O crime ocorreu em 2010.
O delegado Túlio Antonio Pelosi e os inspetores Marco Antônio Ribeiro de Carvalho, Ricardo Luiz Fernandes e Silva, Alex Martins de Oliveira e Paulo Cesar Barros, eram lotados na Delegacia de Capturas e Polícia Interestadual quando praticaram o crime. O quinto denunciado, o policial civil Hélio José Ribeiro Rodrigues, está foragido.
Os policiais foram presos por agentes da Corregedoria Interna da Polícia Civil, que cumpriram mandados expedidos pela 1ª Vara Criminal de Rio das Ostras.
O caso - Segundo a denúncia do Ministério Público, em 10 de dezembro de 2010, o contador Odilon Soares Motta foi sequestrado, em Rio das Ostras. Os policiais descobriram que ele teria participação em um esquema de fraudes de recolhimento de ICMS e resolveram extorqui-lo. Investigações da corregedoria interna revelam que os policiais prepararam um "dossiê" com informações do desvio de verbas e fotos de familiares, com a intenção de ameaçar a vítima.
Odilon foi algemado e sequestrado pelos agentes, que o levaram para a Polinter, no Centro do Rio. No percurso, os policiais exigiram que a vítima pagasse 110.000 reais para não ser acusada de participação na fraude. No trajeto entre Rio das Ostras e o Centro do Rio, Odilon telefonou e pediu a um amigo que vendesse dois carros da família. O amigo desconfiou do pedido, procurou a polícia e a Corregedoria Interna foi acionada. 
Na Polinter, Odilon foi obrigado a assinar um depoimento previamente feito pelos policiais, admitindo envolvimento no esquema que renderia 12 milhões de reais. O depoimento seria inutilizado após o pagamento dos 110.000 reais.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, a vítima falou novamente com o amigo e combinou encontro na rodoviária para a entrega do dinheiro. Os policiais que acompanhavam Odilon desconfiaram da presença de policiais da corregedoria e voltaram com a vítima para a Polinter. Um novo encontro foi marcado, no Andaraí, Zona Norte do Rio. Mas a presença dos policiais da corregedoria novamente foi percebida e Odilon foi libertado.
Em 17 de dezembro de 2011, Odilon foi assassinado em Rio das Ostras. A polícia investiga o crime.
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