RODRIGO PEREIRA - O ESTADAO DE S.PAULO
31 Dezembro 1969 | 21h 00
Comandante diz que as investigações não apontaram para execuções
O Comando Geral da Polícia Militar afastou ontem mais 19 policiais suspeitos de integrarem suposto grupo de extermínio em Osasco, na Grande São Paulo. O comandante da PM, coronel Roberto Antonio Diniz, confirmou que agora são 25 policiais afastados - três presos preventivamente - por suposta participação em chacinas em Osasco e Ribeirão Pires, onde oito pessoas foram executadas às 23h30 do dia 15. O coronel, no entanto, afirmou que até agora nenhum Inquérito Policial Militar identificou a atuação de esquadrões da morte com a participação de PMs nessas regiões. ''''Até hoje, pelas investigações que foram feitas e estão em andamento, nós não constatamos em nenhuma dessas situações grupo de extermínio'''', disse. ''''Temos como política afastar do policiamento ostensivo o policial que é alvo de investigação'''', prosseguiu, para justificar as medidas. Acusado de assassinato e de pertencer a um grupo de extermínio em Osasco, o soldado Natanael Viana, de 38 anos, foi preso preventivamente na quinta-feira por ordem judicial. Ele já havia sido acusado à Ouvidoria da Polícia em 2001, por suposta participação em um outro grupo de extermínio, mas o caso foi arquivado e Viana voltou à ativa. ''''Até hoje não há prova de que ele tenha matado alguém. Em 2001, o processo foi o mesmo, de uma denúncia que exaustivamente se buscou provas e não se conseguiu essa prova'''', disse o coronel, que não descartou um novo retorno do policial. ''''Se não for comprovado nada, não podemos expulsá-lo da polícia'''', disse, destacando que foram iniciativa da Corregedoria da PM o pedido da prisão preventiva de dois irmãos, um policial do 18º Batalhão (Freguesia do Ó) e outro do 30º (Ribeirão Pires), e a punição administrativa para os demais PMs suspeitos. O coronel destacou que a corporação ''''expulsou ou demitiu'''' 121 policiais neste ano - e voltou a negar que tenham sido motivadas por participação em grupos de extermínio. ''''Temos 90 mil policiais no Estado, que realizam 1,5 milhão de intervenções por mês. ''''
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