Todos os PMs presos serão expulsos, afirmou coronel Erir Ribeiro.
Segundo investigação, envolvidos recebiam 'arrego' de R$ 2,5 mil do tráfico.
Renata Soares
Do G1 Rio
Serão expulsos da corporação os 59 policiais militares presos durante a "Operação Purificação", contra o envolvimento de PMs com o tráfico de drogas, realizada na manhã desta terça-feira (4) em diversas comunidades da Baixada Fluminense e também do estado do Rio. Todos eles trabalhavam no 15º BPM (Duque de Caxias) no início da investigação. O comandante do batalhão, tenente-coronel Claudio Lucas Lima, foi substituído por Maurício Faria da Silva. As informações foram divulgada pelo coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, comandante geral da PM, durante uma coletiva no Quartel General da corporação, no Centro do Rio.
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"Esta é a segunda operação e a ordem com certeza é que virão mais ainda. O PM tem que ter a certeza que acabou a corrupção. Nós não vamos mais aceitar sermos humilhados por desvio de conduta praticados por alguns policiais. Temos um prazo de 15 dias e no máximo 30 para que eles deixem de ser policiais militares. O comandante do batalhão de Duque de Caxias já foi substituído pelo coronel Maurício ", disse o comandante.
Em entrevista ao RJTV o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, reforçou que todos serão expulsos. "Pelo conjunto de provas, não tem como eles não serem demitidos. Nossa intenção é que isso aconteça de forma muito rápida. Não posso ter outra expectativa se não colocar essas pessoas na rua. O problema da corrupção no Rio de Janeiro não é de hoje, é histórico”, disse Beltrame.
De acordo com ele, por determinação da Justiça, os presos serão encaminhados para o presídio de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. já que a Unidade Prisional da PM, o Bep, está interditada após a divulgação das fotos das celas luxuosas.
A investigação começou pela Polícia Federal em abril deste ano após ser detectado um esquema de corrupação entre policiais e traficantes.
'Arrego' de R$ 2,5 mil
Cada carro da PM recebia R$ 2.500 de arrego, por turno trabalhado, de pelo menos 13 comunidades da Baixada Fluminense. Além dos 59 policiais presos envolvidos no esquema , um outro PM também foi preso com uma arma. Totalizando 60 PMs presos.
Cada carro da PM recebia R$ 2.500 de arrego, por turno trabalhado, de pelo menos 13 comunidades da Baixada Fluminense. Além dos 59 policiais presos envolvidos no esquema , um outro PM também foi preso com uma arma. Totalizando 60 PMs presos.
A “Operação Purificação", contra o envolvimento de policiais militares com o tráfico, tinha o objetivo de cumprir 65 mandados de prisão e 112 de busca e apreensão contra PMs suspeitos.
A ação contou com a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro, a Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar e a Polícia Federal.
Segundo a força-tarefa, os policiais militares não se limitavam apenas em receber “arrego” para deixar de reprimir o tráfico. As apurações revelaram que os PMs também sequestravam criminosos e seus familiares, apreendiam veículos do tráfico exigindo dinheiro para devolução, negociavam armas e realizavam operações oficiais quando o pagamento da propina atrasava.
Segundo o Ministério Público do Rio, o principal alvo dos policiais era a favela Vai Quem Quer, mas eles agiam também nas comunidades Beira-Mar; Santuário; Santa Clara; Centenário; Parada Angélica; Jardim Gramacho; Jardim Primavera; Corte Oito; Vila Real; Vila Operário; Parque das Missões e Complexo da Mangueirinha.
De acordo com investigações da SSINTE, PF e CI/PMERJ, os policiais militares não tinham um comando único e dividiam-se em 11 células autônomas. O Gaeco denunciou os acusados pelos crimes de formação de quadrilha armada, tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa, corrupção passiva e extorsão mediante seqüestro.
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