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Publicado por Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (extraído pelo JusBrasil) - 1 ano atrás
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Quatro policiais civis e um delegado denunciados por extorsão mediante sequestro pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), foram presos, nesta manhã, por policiais e delegados da Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol). O quinto denunciado, o policial civil Hélio José Ribeiro Rodrigues, está foragido. Segundo a denúncia do GAECO, em 10 de dezembro de 2010, o contador Odilon Soares Motta foi sequestrado no bairro Extensão do Bosque, em Rio das Ostras, depois que os agentes, à época lotados na Divisão de Capturas da Polinter, descobriram que ele teria participação em um suposto milionário esquema de fraudes de recolhimento de ICMS. Investigações da Coinpol revelam que os policiais prepararam um "dossiê" com informações do suposto desvio de verbas e fotos de familiares, com a intenção de ameaçar a vítima. O delegado Tullio Antônio Pelosi e os inspetores Alex Martins de Oliveira, Hélio José Ribeiro Rodrigues, Paulo Cesar Ramos, Ricardo Luiz Fernandes e Silva e Marco Antônio Ribeiro de Carvalho tiveram a prisão preventiva decretada pelo Juízo da 1ª Vara de Rio das Ostras.
De acordo com a Ação, o grupo chegou em Odilon depois que o policial Alex, acompanhado de outros homens não identificados, em viatura da Polícia Civil, abordou a mulher da vítima que andava de bicicleta elétrica perto de casa, sob o pretexto de que ela não poderia estar sem capacete e ordenou que o marido fosse ao local resolver. Assim que o contador chegou, narra a denúncia, Alex informou que havia um "dossiê" contra ele, o colocou algemado dentro da viatura e seguiu para a sede da Polinter, no Rio, exigindo R$ 110 mil para não acusá-lo de envolvimento na suposta fraude.
No trajeto até o Rio, segundo investigações, Odilon, na tentativa de arrecadar o dinheiro da propina, pediu a um amigo que vendesse dois carros da família. O amigo desconfiou do pedido feito por telefone e fez contato com policiais da 128ª DP (Rio das Ostras), que acionaram a Corregedoria Interna da Polícia Civil. Quando chegou na Polinter, Alex, de acordo com a denúncia, avisou ao delegado Pellosi e ao inspetor Marco Antônio, que determinaram então que o agente Paulo Cesar tomasse o depoimento do contador, com declarações já prontas que o envolviam no suposto esquema de fraudes, que renderiam R$ 12 milhões. Segundo a denúncia, Paulo Cesar afirmou AP contador que as declarações haviam sido armazenadas em pen drive e seriam inutilizadas depois do acerto do pagamento.
Segundo a denúncia do GAECO, após ser ouvida, a vítima fez contato novamente com o amigo e combinou encontro na Rodoviária Nova Rio para a entrega do dinheiro. Os homens que acompanhavam Odilon até o local desconfiaram da presença de policiais da COINPOL e o levaram de volta à Polinter, contando o fato para o policial Hélio. Odilon foi obrigado a marcar outro encontro, desta vez, nas proximidades do Hospital do Andaraí, local definido, de acordo com investigações, pelo policial Hélio. Ao chegar perto da unidade, novamente, os homens desconfiaram de que havia agentes e o liberaram.
Seis dias depois do seqüestro, narra trecho da denúncia, ainda suspeitando de que a COINPOL havia descoberto o crime, os policiais tentaram dar uma "roupagem oficial" e transformaram o "dossiê" numa Verificação Preliminar de Informação (VPI). No mesmo dia, de acordo com investigações, a vítima recebeu em casa uma intimação formal, assinada pelo delegado Pellosi e pelo inspetor Paulo Cesar, para que fosse à Polinter prestar depoimento. Pouco depois, baseado nas apurações, a Coinpol conseguiu na Justiça medidas cautelares que resultaram na apreensão do "dossiê" e do pen drive. Em 17 de dezembro de 2011, Odilon foi assassinado em Rio das Ostras, fato que está sendo investigado em inquérito policial. Atualmente, Pellosi estava lotado no Departamento Geral de Administração e Finanças da Polícia Civil e os inspetores na Seção de Pessoal em Situações Diversas (SPSD).
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