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segunda-feira, 21 de julho de 2014
Eloísa Samy é acusada de ordenar atos violentos e fazer reuniões com ativistas em casa
Advogada é um dos 23 denunciados pelo MP. Ela pede asilo político ao consulado do Uruguai no Rio
POR
BRUNO AMORIM E ELENILCE BOTTARI
21/07/2014 13:38
/
ATUALIZADO
21/07/2014 18:35
RIO - A advogada Eloísa Samy é acusada de ter comandado atos violentos no Rio. Segundo denúncia do Ministério Público estadual, Samy se juntou ao grupo que organizava as depredações para dar assistência jurídica, mas acabou passando a participar ativamente das manifestações, dando, inclusive, orientações aos ativistas. Além disso, a advogada prestou apoio logístico, cedendo a residência onde mora para reuniões do grupo.
Na manhã desta segunda-feira, Eloísa e outros dois ativistas, Davi Paixão e Camila Nascimento, abrigaram-se no consulado do Uruguai, em Botafogo, na Zona Sul, para aguardar uma resposta sobre o pedido de asilo político no país feito por Eloísa. Segundo o advogado do Grupo Coletivo de Advogados, Rodrigo Mondego, eles fizeram o pedido por medo.
Na tarde desta segunda-feira, policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) estiveram na porta do consulado para cumprir um mandado de prisão contra a advogada, mas deixaram o local por volta de 17h. Dois agentes chegaram a tentar entrar no prédio, mas foram impedidos pelas autoridades uruguaias. Do lado de fora, algumas pessoas faziam um protesto a favor dos ativistas.
O advogado de Instituto de Defensores de Direitos Humanos (IDDH), Lucas Sada, disse que a iniciativa de Eloísa ter procurado o consulado foi uma decisão individual dela.
— Que ao menos isso sirva para chamar atenção internacional em relação à criminalização que os advogados militantes estão sofrendo tão somente por exercerem sua função constitucional — disse.
Segundo o Sindicato dos Servidores da Previdência Social do Rio de Janeiro (Sindsprev/RJ), uma das entidades que participa do Comitê Popular Contra o Estado de Exceção — formado após as prisões de ativistas no último dia 12 — o objetivo da advogada é se defender em liberdade das acusações feitas pelo Ministério Público.
Ativistas protestam em frente ao Consulado do Uruguai no Rio, onde está a advogada Eloísa Samy -
Marcelo Carnaval / Agência O Globo
A advogada Eloísa Samy que pediu asilo ao Uruguai -
Reprodução internet
Policiais ficam em frente ao Consulado do Uruguai no Rio: agentes só saíram do local às 17h -
Marcelo Carnaval / Agência O Globo
Já o vice-presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB/RJ, advogado João Pedro Pádua - que está dando suporte aos ativistas -, disse que não a orientou a pedir asilo político ao Uruguai. Segundo ele, um novo pedido de habeas corpus, para revogar a prisão decretada na sexta-feira, já foi protocolado. A decisão deverá sair ainda nesta segunda-feira, de acordo acordo com João Pedro:
— Estamos confiantes de que o pedido que decretou a prisão preventiva tem os mesmos problemas da anterior, que declarou a prisão temporária. O principal deles é que a decisão faz previsão a crimes futuros que não ocorreram.
Procurado pelo O GLOBO, na tarde desta segunda-feira, o consulado do Uruguai não quis se pronunciar.
Em um vídeo
publicado nesta segunda-feira, Eloísa Samy declara que nunca cometeu nenhum crime, mas está sendo vítima das forças coercivas do estado por defender pessoas que foram às ruas se manifestar. Ela pede liberdade e anistia para todos os presos políticos
.
A Comissão da Verdade da OAB-RJ vai reunir parlamentares, advogados e representantes da sociedade civil com o objetivo de encaminhar um pedido para que a embaixada do Uruguai tente resolver o impasse que envolve a advogada Eloísa Samy e Davi Paixão. Segundo o advogado Rodrigo Mondego, Camila Nascimento, que também se abrigou no consulado uruguaio, não está entre os denunciados que tiveram prisão preventiva decretada, mas ela se assustou ao ver o seu nome envolvido em conversas telefônicas interceptadas.
DE 23 DENUNCIADOS, CINCO ESTÃO PRESOS
Eloísa Samy e outras 17 pessoas são consideradas foragidas desde sexta-feira, quando tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Eles são acusados de atos violentos durante protestos na cidade e respondem por associação criminosa armada (formação de quadrilha).
Dos 23 ativistas que tiveram a prisão preventiva decretada, cinco já estão presos. São eles: Eliza Quadros, conhecida como Sininho; Camila Aparecida Rodrigues Jourdan; Igor Pereira D' Icarahy; e os dois acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, Fábio Raposo e Caio Silva de Souza. Outros dois ativistas que também estavam presos e não entraram na lista dos 23 com prisão decretada foram soltos no início da tarde de sábado. Tiago Teixeira Neves da Rocha e Eduarda Oliveira Castro de Souza foram beneficiados por habeas corpus concedido pelo desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal, na sexta-feira. A decisão também incluía os ativistas Eliza Quadros, Camila Jourdan e Igor Pereira D' Icarahy, mas estes não foram soltos devido ao mandado de prisão preventiva.
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