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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Página do Facebook vira prova no caso Pesseghini

Crime
Perfil em homenagem a memória do sargento Luis Marcelo Pesseghini foi criado antes mesmo dos corpos serem encontrados.
Bruna Fasano
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Família de policiais militares é encontrada morta dentro de casa, no bairro da Brasilândia, Zona norte de São Paulo
Família de policiais militares é encontrada morta dentro de casa, no bairro da Brasilândia, Zona norte de São Paulo - Reprodução/Facebook
(Atualizado às 19 horas)
Uma página do Facebook poderá ser a prova que a família e a defesa do menino Marcelo Pesseghini precisam para reabrir as investigações sobre o caso. O garoto, de 13 anos, é apontado pela polícia como o responsável pelos assassinatos dos pais, da avó e de uma tia em São Paulo.
O caso foi transferido para a Vara da Infância e Juventude do Ministério Público de São Paulo no início deste mês a pedido dos advogados que representam a família.  A Justiça acatou e a investigação poderá ser reaberta com a apresentação de uma nova prova. 
Uma página criada para homenagear a memória do sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Luis Marcelo Pesseghini, pai do menino, foi criada antes mesmo dos corpos terem sido encontrados no dia do crime, 5 de agosto de 2013. O horário de criação da página é apontado como 16h48 do mesmo dia. Mas os corpos só teriam sido encontrados após as 18 horas, por um familiar e um policial militar amigo da família. 
A advogada Roselle Soglio, que cuida dos interesses da família, aponta que essa e outras falhas de investigação foram apontadas por ela desde o início das investigações. “Segundo me informou o próprio Facebook, o horário de criação de uma página jamais pode ser alterado. Nem mesmo internamente, pela empresa. Por isso, o Marcelo jamais poderia ser o autor dos disparos. Como ele criaria a página se já estava morto?”, questiona Roselle.  
Uma possibilidade seria que o garoto tivesse criado o perfil antes de cometer suicídio. Os laudos da polícia apontam, entretanto, que o computador da casa foi utilizado pela última vez às 18h03 do dia anterior as mortes. Pelos registros da rede social, a página foi atualizada até, pelo menos, 17 de agosto de 2013. E conta, inclusive, com imagens da família morta. 
“Agora, a nossa esperança é que o Ministério Público reabra a investigação. Com o caso na Vara da Infância e Juventude, esperamos que eles se esmerem na defesa de uma criança”, afirma a advogada. Prestes a completar um ano dos assassinatos, o Ministério Público irá designar um novo promotor para acompanhar o processo. A expectativa é que em três ou quatro meses novos detalhes apareçam. 
Relembre o caso – Cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas no dia 5 de agosto de 2013, dentro da casa onde moravam, na Brasilândia, Zona Norte de São Paulo. Entre os mortos, estavam dois policiais militares - o sargento Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e a mulher dele, a cabo de Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos. O filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, também foi encontrado morto, assim como a mãe de Andreia, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e a irmã de Benedita, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos.
A Polícia Civil de São Paulo concluiu o relatório sobre o caso em maio deste ano, indicando que o menino de 13 anos é o responsável por matar o pai, a mãe, a avó e a tia-avó, e depois ter cometido suicídio. 
Diante da repercussão do caso, o autor do perfil se manifestou na tarde desta segunda-feira, dizendo que pode ter lançado a página em cima de outra criada antes de os corpos terem sido encontrados. “Eu tenho várias páginas, inclusive em homenagem a famosos que morreram. Eu não me lembro se eu já havia [criado] uma página e apenas alterei o nome, ou se eu criei à noite com o nome Sargento Pesseghnini [nome da página]”, publicou. Na postagem, o autor se identifica como um garoto de quinze anos que mora no mesmo bairro onde aconteceu a tragédia.

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