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sexta-feira, 18 de abril de 2014

SP vai investigar apologia à tortura

16/04/2014 20h02 - Atualizado em 16/04/2014 20h15

contra suspeitos em redes sociais

Vídeo mostra suspeitos agonizando após troca de tiros com PMs. 
Secretário da Segurança Pública quer que polícia esclareça crimes.

Do G1 São Paulo
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Reprodução de imagem do vídeo que circulou nas redes sociais. (Foto: Reprodução/Facebook)Reprodução de imagem do vídeo que circulou nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook)
O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, disse nesta quarta-feira (16) ao SPTV que a Polícia Civil vai investigar o uso de redes sociais para a prática de apologia ao crime. A declaração ocorre após o vazamento de um video que mostra suspeitos agonizando após uma troca de tiros com policiais. A Corregedoria da Polícia Militar (PM) investiga se policiais fizeram a gravação. As imagens foram divulgadas na página do Facebook "Polícia do Estado de São Paulo", que não é a oficial da corporação. A filmagem foi retirada do ar, mas nesta quarta-feira (16) fotos da operação ainda eram divulgadas no perfil.
O vídeo que circula na rede social mostra três vítimas no chão após um tiroteio ocorrido na sequência de um assalto no bairro Itaim Paulista, Zona Leste da capital, no dia 8. Um dos baleados teria morrido no confronto.
"Vai ficar famoso, ladrão, morrendo aqui", afirma um homem que está próximo dos baleados enquanto ele agoniza. "Vai demorar aí para morrer?", pergunta outro homem. No início da gravação, é possível ver um calçado que se assemelha a um coturno e uma calça cinza, que poderia ser do uniforme de um integrante da corporação.
A Ouvidoria das polícias pediu providência.  "Nós estamos cobrando a Corregedoria da Polícia Militar para que penalize esse cidadão. Para que, se possível, tire esse cidadão que filmou do quadro, que está manchando a corporação", disse o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo.
Segundo o comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, 12 policiais foram ouvidos pela Corregedoria na manhã desta quarta-feira. Os policiais pertencem ao 29° e ao 48° Batalhão da Polícia Militar.
O que não se pode fazer é
aquilo que foi postado: são as imagens de uma pessoa morrendo, agonizando, com sangue saindo,
[e outras] filmando e fazendo
sátira ou gozações com a pessoa. Isso é inadmissível"
Benedito Roberto Meira,
comandante da PM de São Paulo
Meira disse que o IP (protocolo de internet) usado pelo responsável por postar o vídeo na rede já está sendo investigado. De acordo com o comandante-geral, policiais envolvidos no caso podem sofrer sanções administrativas e até ser expulsos da corporação. Meira afirmou, ainda, ter orientado novamente seus subordinados sobre a proibição de captura de fotos ou vídeos em ocorrências.
"O objetivo neste momento é tentar identificar quem foi o policial, se é que foi um policial que fez aquelas imagens, que são imagens que nós abominamos, com as quais não concordamos e repudiamos. Isso não se faz para ninguém, para qualquer pessoa, em nenhuma hipótese", destacou o comandante-geral.
"Se não for descoberto [o autor], vamos pedir quebra do sigilo telefônico de todos os policiais. Temos condições de identificar quem fez o vídeo e as postagens no Facebook, por meio dos IPs", completou Meira.
"O que não se pode fazer é aquilo que foi postado: são imagens de uma pessoa morrendo, agonizando, com sangue saindo, [e outras] filmando e fazendo sátira ou gozações com a pessoa. Isso é inadmissível", reforçou o comandante-geral da PM.
Página investigada
O perfil, o conteúdo e os administradores da página "Polícia do Estado de São Paulo" já são investigados pela Polícia Militar. Nesse perfil, são comuns elogios às ações violentas da PM e críticas à defesa dos direitos humanos.  
 
A corporação informou que policiais, como qualquer cidadão, podem postar o que quiserem nas redes sociais, mas podem ser responsabilizados "nos campos civil, criminal e administrativo em caso de postagens que ofendam pessoas e instituições, que sejam contrárias à lei ou atentatórias à dignidade humana".

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado reiterou que a Polícia Militar não compactua com o desvio de conduta de seus integrantes.
Caso registrado em delegacia
O caso foi registrado pelo 22º Distrito Policial, em São Miguel. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a perseguição começou após uma vítima de roubo informar a polícia que teve um uno preto levado por assaltantes.
PMs iniciaram buscas e conseguiram abordar o veículo. Segundo os policiais disseram em depoimento, um dos criminosos tentou atirar, mas foi baleado por um dos agentes. O homem morreu. Outros disparos atingiram os comparsas, que foram socorridos pelo Samu.
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/04/sp-vai-investigar-apologia-tortura-contra-suspeitos-em-redes-sociais.html

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