PM atira contra sua cabeça e acerta a mulher em Betim
PM atira contra sua cabeça e acerta a mulher em Betim
Família da mulher diz que ela foi atingida quando o homem atirou contra a própria cabeça para se matar; mais cedo ele tinha sido alvo de um BO por ameaça
PUBLICADO EM 01/05/18 - 08h48
Natália OIiveira e Mariana Nogueira
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Um policial militar atirou na mulher e se matou em Betim, na região metropolitana da capital, na manhã desta terça-feira (1). De acordo com a Polícia Militar (PM), o crime ocorreu no bairro Niterói por volta de 3h06 da madrugada.
A vítima, de 35 anos, foi socorrida para o Hospital Regional de Betim com um tiro nas costas e o estado de saúde dela é estável.
Um pouco antes de atirar contra a mulher, o cabo da PM, Richard Wagner Santana Benjamim, se envolveu em uma outra ocorrência de ameaça dizendo que tinha sido traído pela mulher. Esse pode ter sido o motivo para o crime.
Família diz que ele atingiu a mulher ao tentar se matar
Segundo o irmão da vítima, o policial militar Fábio Miranda, 37, o cunhado não tentou matar a mulher. Miranda, que chegou ao local dos fatos logo após o ocorrido, afirmou que a própria irmã, que estava consciente, contou que por volta das 2h30 o casal começou uma discussão.
Benjamin estaria deitado na cama do casal e a mulher estaria em pé organizando algumas coisas em uma escrivaninha, quando o policial militar atirou contra a própria cabeça. O tiro, segundo Miranda, teria atravessado a cabeça do policial e atingido as costas da mulher.
Ainda segundo Miranda, logo após o ocorrido, o filho do casal, de 13 anos, teria corrido até a casa dos avós maternos, que moram próximo à residência, para pedir ajuda. O casal também tem uma filha, de 5 anos, que estava na casa no momento do tiro.
Segundo Miranda, a vítima foi levada para o Hospital Regional de Betim e passou por uma cirurgia. A bala perfurou as costas da mulher, atingindo a bexiga, o intestino e os rins.
De acordo com o irmão, contudo, o quadro da mulher é estável e ela está consciente em um Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) do hospital.
Para Miranda, o caso pegou a família toda de surpresa. Ele afirmou desconhecer que um boletim de ocorrência relacionado a ameaças tenha sido feito pela irmã. O corpo do militar foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML).
Ameaça
Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, antes de atender a ocorrência de suicídio, os militares atenderam uma outra ocorrência de ameaça envolvendo o cabo. Benjamin chamou um homem para a sua casa dizendo que ele era amante da sua mulher.
Na casa ele agrediu o homem com chutes e socos e chegou a disparar contra ele, mas o tiro não atingiu ninguém. O cabo disse na ocorrência que a namorada do homem agredido espalhou no bairro que Benjamin era chifrudo.
Ele disse ainda que ficou sabendo que esse homem, junto com outros dois rapazes, passariam o carro em cima do militar, quando o encontrassem na rua.
O agredido negou que fosse amante da mulher e que passaria o carro em cima do militar. A ocorrência ainda está em andamento.
O que diz a PM
A Polícia Militar confirmou a informação do irmão da mulher de que o cabo teria atirado contra a própria cabeça e atingido as costas da mulher.
A corporação também confirmou a informação de que um boletim de ocorrência contra o militar teria sido registrado por volta de 17h do último domingo.
No boletim, consta que Benjamin teria ameaçado um homem por ciúmes, após ser chamado de “chifrudo” em um bar próximo a sua casa.
Na ocasião, Benjamin chegou a prestar depoimento afirmando que de fato havia sido chamado de “chifrudo”, mas negou que teria ameaçado o suposto amante da esposa. Ele afirmou que teria sido informado de que o homem estaria planejando atropelá-lo.
Ainda segundo a Polícia Militar, Benjamin era policial há 10 anos e nunca apresentou alteração de comportamento. Nos últimos meses, contudo, ele teria começado a frequentar o serviço psicológico ofertado pela corporação. A PM não entrou em detalhes de qual seria o diagnóstico do policial.
Investigação
O caso será investigado pela Polícia Civil. Apesar do crime ter ocorrido em Betim, o policial não trabalhava na cidade, ele era lotado no 22º Batalhão da PM, no bairro Santa Lúcia, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
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