Médico denuncia major da Polícia Militar por agressão em Boa Viagem
De acordo com o relato do médico, o militar teria assediado a esposa dele com "carícias libidinosas", e ainda estaria embriagado e sob a posse de arma
Publicado em 26/02/2018, às 17h15
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia Civil de Boa Viagem
Foto: Reprodução/Google Street View
JC Online
Um médico denuncia que foi espancado por um major da Polícia Militar de Pernambuco em um seleto restaurante da Zona Sul do Recife. De acordo com a queixa, o militar estaria embriagado e armado onde seria proibida a posse de arma de fogo, mesmo para alguém com posse e porte de arma permitidos. A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Delegacia de Polícia Civil iniciaram as investigações a partir desta segunda-feira (26), na qual serão ouvidas as partes envolvidas, para assim, tomar as medidas necessárias.
A discussão aconteceu durante um evento de conclusão de residência médica, com cerca de cem convidados da alta sociedade pernambucana, no Restaurante Coco Bambu, em Boa Viagem, na quinta-feira (22). Entre os presentes, militares, médicos e empresários participavam da comemoração, inclusive o profissional de medicina Jones Nogueira, acompanhado da esposa. O comandante da Rádio Patrulha, Alexandre Jorge da Silva, teria ido ao encontro da esposa do médico fazendo insinuações libidinosas. A mulher se incomodou quando o militar acariciou a nuca dela sem pudor algum. “Respeita tua mulher, ela está do outro lado olhando pra cá”, disse a coagida. O comandante, ignorando o fato, declarou que “gosta do rolo”, sem se preocupar com a situação constrangedora.
“Minha esposa se levantou e veio me retratar. Na mesma hora falei com o casal de anfitriões que não poderíamos mais ficar alí, pois um dos convidados deles havia acabado de dar em cima da minha esposa, e que inclusive, ele estaria armado dentro da festa”, conta o médico em entrevista à TV Jornal.
A acompanhante do suposto agressor, delegada da Polícia Civil, pediu para que ele o acompanhasse para casa, mas ele se negou. “Ela se alterou e quebrou um copo de whisky na mesa. Os vidros do copo feriram seis pessoas, inclusive um capitão da Polícia Militar; ela ainda disse que se ele não fosse, ela iria quebrar tudo”, diz o médico. “Por volta das 23h45 saí do restaurante com minha esposa; foi quando fui atingido por um soco no rosto pelas costas. Caí no chão e continuei sendo espancado pelo major e pelo ‘comparsa’ dele com socos e pontapés”, relata. Quando procurado pela reportagem do Jornal do Commercio, o comandante disse que não iria fazer nenhuma declaração, a não ser às autoridades.
Investigação
O doutor conta que mesmo dizendo que iria denunciá-lo à Corregedoria, o militar não se sentiu amedrontado. A nota oficial divulgada pela SDS relata que “as oitivas dos envolvidos e testemunhas já foram iniciadas, de modo a esclarecer os fatos no menor tempo possível. Outros elementos de prova serão analisados para que, ao final, a Corregedoria se pronuncie oficialmente sobre o caso”.
Logo ao sair do restaurante, o pressuposto agredido registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Boa Viagem. De acordo com o delegado Ramon Teixeira, as investigações foram iniciadas e todos os envolvidos e presentes durante o discussão serão intimados a depor; a solicitação das imagens de segurança do restaurante também serão solicitadas. “Há dois registros da mesma ocorrência aqui na delegacia; os dois envolvidos prestaram queixas um contra o outro”, conta o delegado. O responsável pelo restaurante diz que irá colaborar com as investigações e só irá depor aos órgãos responsáveis.
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