Os dois estão presos desde setembro no Presídio Romão Gomes.
Casos são investigados pela Delegacia de Homicídios e Seccional.
Imagens de monitoramento obtidas com exclusividade pelo Diário TV mostram dois policiais militares (presos desde setembro acusados de participar de execuções em Mogi das Cruzes) logo após a última chacina, em 2015. Nesta quarta (3), a Polícia Civil indiciou os policiais por mais este crime que terminou com 5 pessoas foram baleadas no Jardim Universo em julho de 2015: três morreram e dois conseguiram sobreviver.
Para a Polícia Civil os autores do crime são mesmo os dois PMs que aparecem na imagem entrando na lanchonete logo após depois da chacina. A câmera mostra que eles ficaram horas olhando direto para o celular. A coincidência do dia, dos horários e o comportamento deles chamaram a atenção dos investigadores. Pessoas que estavam na lanchonete prestaram depoimento e o inquérito revelou um detalhe que não é possível perceber apenas nas imagens.
Em um dado momento eles mostram fotos de marcas de sangue e de um dos corpos das vítimas para uma outra pessoa. Os policiais dizem que eles receberam as fotos de mais alguém. Outras evidências ajudaram a polícia a apontar a participação dos dois nestes casos. É que no local dos ataques a polícia encontrou vários cartuchos das balas disparadas com o código de identificação raspado. E numa busca na casa do soldado vanderlei, a polícia encontrou vários cartuchos do mesmo calibre também raspados, além disso, Vanderlei foi reconhecido por uma testemunha dos crimes.
Além dos ataques de 8 de julho de 2015, quando três pessoas morrerame de janeiro de 2015, Fernando Cardoso passa a responder por duas chacinas e um homicídio ocorridos em novembro de 2013 e abril de 2014. Os crimes resultaram na morte de cinco pessoas, segundo a Polícia Civil.
Já Vanderlei Messias de Barros que já havia sido indiciado pelos crimes de 24 de setembro de 2014, passa a ser acusado de participar também da chacina do dia 8 de julho de 2015, no Jardim Universo.
A polícia chegou aos acusados por meio de análises na pistola de Cardoso e reconhecimento de testemunhas. Os policiais devem a voltar para o presídio Romão Gomes onde cumprem mandado de prisão preventiva.
As investigações tiveram parceria da Corregedoria da Polícia Militar. A PM aguarda cópia do processo judicial para instaurar processo administrativo que vai avaliar a conduta do policial com possibilidade de expulsão da Corporação.
O advogado, que não revelou o nome, disse à equipe do Diário TV apenas que o caso corre em segredo de Justiça e que os clientes são inocentes.
Relação entre os crimes
O delegado Seccional de Mogi das Cruzes, Marcos Batalha, admitiu pela primeira vez em 15 de julho que os ataques a tiros registrados em Mogi das Cruzes estavam relacionados. O delegado disse ao G1 que, as munições usadas pelos atiradores, além dos veículos e o modo de execução, foram os mesmos.
O delegado Seccional de Mogi das Cruzes, Marcos Batalha, admitiu pela primeira vez em 15 de julho que os ataques a tiros registrados em Mogi das Cruzes estavam relacionados. O delegado disse ao G1 que, as munições usadas pelos atiradores, além dos veículos e o modo de execução, foram os mesmos.
Em janeiro, após um ataque que deixou cinco mortos em Brás Cubas e Jundiapeba, a Polícia Civil havia negado a relação entre os assassinatos.
Em maio, quando duas pessoas morreram em outros dois ataques em Jundiapeba e Brás Cubas, o delegado de Homicídios de Mogi, Luiz Roberto Biló, também havia negado a ligação entre os assassinatos.
"São os mesmos suspeitos que agiram nestas execuções. Todas estas coincidências, além da forma como os crimes foram praticados, levam a crer que foram feitos pelas mesmas pessoas", disse Batalha sem revelar a quantidade de suspeitos identificados.
Questionado sobre uma possível participação de policiais nas execuções, o delegado informou na época que não era possível adiantar informações sobre os suspeitos. "O que posso dizer é que determinei que essa investigação seja feita com todo o rigor, independentemente de quem seja o suspeito. Fizemos uma força tarefa e a Delegacia Seccional está focada neste caso", informou.
Os moradores da Rua Professor Gumercindo Coelho, no Jardim Universo, presenciaram uma chacina que deixou três mortos e dois feridos. Desde então, a rotina deles mudou. Muitos evitam circular na rua com medo de novos ataques. O comércio local também restringiu o atendimento.
Questionado sobre uma possível participação de policiais nas execuções, o delegado informou na época que não era possível adiantar informações sobre os suspeitos. "O que posso dizer é que determinei que essa investigação seja feita com todo o rigor, independentemente de quem seja o suspeito. Fizemos uma força tarefa e a Delegacia Seccional está focada neste caso", informou.
Os moradores da Rua Professor Gumercindo Coelho, no Jardim Universo, presenciaram uma chacina que deixou três mortos e dois feridos. Desde então, a rotina deles mudou. Muitos evitam circular na rua com medo de novos ataques. O comércio local também restringiu o atendimento.
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Balanço
Apenas entre novembro de 2014 e julho de 2015, 20 pessoas morreram em ataques semelhantes. Nesse período, a onda de ataques em Mogi foi responsável por 36% de todas as pessoas assassinadas no município entre novembro de 2014 e abril deste ano.
O G1 procurou a Polícia Militar para questionar se houve alteração no policiamento no endereço após a ocorrência da última quarta-feira. A reportagem também questionou se a Corregedoria da Polícia Militar acompanha o caso, mas até o momento, não houve retorno.
Apenas entre novembro de 2014 e julho de 2015, 20 pessoas morreram em ataques semelhantes. Nesse período, a onda de ataques em Mogi foi responsável por 36% de todas as pessoas assassinadas no município entre novembro de 2014 e abril deste ano.
O G1 procurou a Polícia Militar para questionar se houve alteração no policiamento no endereço após a ocorrência da última quarta-feira. A reportagem também questionou se a Corregedoria da Polícia Militar acompanha o caso, mas até o momento, não houve retorno.
Histórico
O último ataque foi no dia 8 de julho, quando cinco pessoas foram baleadas e três morreram. Segundo testemunhas, dois homens passaram atirando em uma moto por volta das 15h, na Rua Professor Gumercindo Coelho, no Jardim Universo. As vítimas tinham entre 15 e 25 anos.
O último ataque foi no dia 8 de julho, quando cinco pessoas foram baleadas e três morreram. Segundo testemunhas, dois homens passaram atirando em uma moto por volta das 15h, na Rua Professor Gumercindo Coelho, no Jardim Universo. As vítimas tinham entre 15 e 25 anos.
Outro ataque a tiros havia acontecido no dia 27 de maio, em Jundiapeba, quando seis pessoas foram baleadas e duas morreram. Desde novembro do ano passado, a polícia já registrou 17 mortes e outras 13 pessoas foram baleadas e sobreviveram a ataques. Segundo a polícia, as vítimas são homens, a maioria deles jovens.
Um ataque ocorrido no dia 27 de abril, matou seis pessoas e deixou duas feridas. Uma das vítimas foi atingida na Rua Gumercindo Coelho, a mesma onde um jovem de 16 anos foi ferido na noite desta quarta-feira. Na ocasião, além do crime na via, a polícia registrou ataques na Vila Nova União, Caputera e Conjunto do Bosque. A distância entre os endereços é de apenas 12 quilômetros. O intervalo entre os assassinatos foi de menos de duas horas.
Em 24 de janeiro, cinco pessoas foram mortas durante a madrugada em diferentes bairros de Mogi das Cruzes. A primeira ocorrência foi por volta da 1h30 na Rua Waldir Carrião Soares, no Caputera. De acordo com informações do boletim de ocorrência, a PM foi chamada e quando chegou ao local encontrou três pessoas mortas por arma de fogo. Ainda de acordo com a polícia, além dos três mortos, duas pessoas ficaram feridas.
Mais tarde, por volta das 3h10, os crimes foram nas esquinas da Avenida Líbia com a Rua José Pereira, em Jundiapeba. Duas pessoas morreram: um homem de 29 anos e um adolescente de 14.
Na madrugada de 24 de dezembro de 2014, seis pessoas foram baleadas. Os crimes ocorreram em três locais diferentes, no distrito de Jundiapeba e na Vila Cintra, em um intervalo de uma hora. Segundo informações da Polícia Militar, testemunhas disseram que nos três casos os disparos partiram de criminosos que estavam em um gol branco.
Em 21 de novembro de 2014, quatro pessoas morreram e uma ficou ferida após serem baleadas na Vila Natal. De acordo com a Polícia Civil, as vítimas foram atingidas na esquina entre as ruas Vicentinos e Laurentino Alves dos Santos, por volta das 19h30.
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