Crime
Pai lamenta morte do filho atingido na cabeça por um tiro de fuzil disparado pela PM
Comerciante disse que o filho ficou com medo de ser parado pela polícia por ser menor de idade e estar dirigindo
Giovanna Torreão
Do JC Online
Publicado em
O comerciante admitiu que permitia que o filho dirigisse o carro mesmo sendo menor de idade e sem a carteira de habilitação. "Ele insistia bastante para dirigir e ontem [terça-feira], quando a gente chegou em Escada, pedi que ele fosse levar um funcionário meu em casa e Marcelinho aproveitou para ir comer uma pizza com os amigos e depois eles resolveram fazer um passeio", disse o pai que alegou ter tentado ligar para o filho, pois já estava tarde. "Ele não atendeu, acho que já tinha acontecido", lamentou.
Sobre o caso, Marcelo Lauriano disse que o filho mais velho contou que a polícia estava fazendo um bloqueio na avenida. "Quando Marcelinho notou a viatura tentou fazer um retorno. Ele ficou com medo por ser de menor e estar dirigindo. Os policiais mandaram ele parar duas vezes. O meu outro filho e os amigos disseram para ele parar, até fizeram sinal com a mão dizendo que Marcelinho ia parar, mas ele não parou e os policiais atiraram", explica.
"Marcelinho era uma criança, uma criança inteligente, ele queria fazer faculdade de administração, herdar meu comércio. Ele não sabia o todo o mal que o esperava", conta Marcelo. Segundo ele, o adolescente sofreu esfacelamento de crânio e morreu no local.
A Polícia Militar confirmou o caso, mas alegou que o tiro foi disparado acidentalmente. Questionado sobre se ele acreditava nessa versão, o comerciante foi enfático. "Como acidental? O tiro foi com precisão, atiraram para acertar bem na cabeça de quem estava no voltante do carro", disse Marcelo Lauriano.
Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ainda é necessário esperar o laudo dos exames periciais para confirmar de onde partiu o tiro que matou o jovem. "Ainda não temos como precisar de onde partiu esse disparo. As informações iniciais serão aprofundadas", disse o gestor da Força-tarefa, Neemias Falcão, que explicou que o caso será conduzido pela Delegacia de Escada.
Neemias afirmou ainda que as informações de que a polícia abordou o veículo do estudante foi registrado no Boletim de Ocorrência, mas apenas a perícia do Instituto de Criminalística (IC) determinará se o disparo foi feito por um policial militar. "Ficando configurada a participação de um policial ou de qualquer pessoa, será a ela atribuída a condenação legal", disse. A caminhonete S10, que está na Delegacia de Escada, também passará por perícia.
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