Livro relata o desaparecimento da engenheira Patrícia Amieiro no Rio
Família leva flores neste sábado ao local onde ela sumiu há 7 anos. Quatro PMs acusados esperam julgamento em liberdade.
13/06/2015 07h49 - Atualizado em 13/06/2015 07h49
Patrícia Amieiro: a história da engenheira
desaparecida contada em livro (Foto: Divulgação )
desaparecida contada em livro (Foto: Divulgação )
Neste sábado (13), às 9h, pelo sétimo ano, um pai vai depositar flores no último local onde sua filha foi vista com vida, na descida do viaduto, no início da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, sempre na esperança de que, em breve, os acusados pela sua morte, sejam levados a julgamento.
A saga da famíla em busca da Justiça, e os mistérios que envolvem o desaparecimento da engenheira Patrícia Amieiro, no dia 14 de junho de 2008, se transformaram num livro cuja renda será revertida num projeto a ser levado adiante por parentes de vítimas de violência: pintar nas ruas das cidade uma cruz vermelha no lugar onde a vítima perdeu a vida de modo a que o caso nunca caia no esquecimento.
"E também para mostrar à sociedade que vivemos num campo minado", explica o irmão de Patrícia, Adryano Franco.
O livro "Patrícia Amieiro, uma história que não chegou ao fim", de Daniele Barizon, será lançado no fim de julho, num ato que a família fará pelos sete anos sem Patrícia, que serpa realizado numa praça que terá o nome da engenheira, segundo informações do subprefeito da Barra, Alex Costa. As homenagens à jovem tradicionalmente são feitas num jardim na entrada da Barra, bem sob a placa "Sorria, você está na Barra", mas o local está em obras, devido à ampliação da pista. Por isso, o jardim será transferido para as margens da pista e dará origem a uma praça.
Antônio Celso de Franco, pai de Patrícia, diz que o processo em que são acusados por homicídio e fraude processual os policiais militares Marcos Paulo Nogueira Maranhão e Willian Luís do Nascimento, e por fraude processual os PMs Fávio da Silveira Santana e Márcio Oliveira dos Santos, está no Supremo Tribunal Federal e, quando voltar ao tribunao de Justiça do Rio, deverá ser marcada a data do julgamento.
Celso conta que, quando soube da intenção da autora de escrever um livro sobre Patrícia, a família ficou dividada. Pensaram que poderia de alguma forma prejudar o julgamento dos acusados. Mas depois, segundo o pai, a famíla concordou que história tinha que ser contada.
"Mas o livro não vai estar todo completo. Essa edução é antes do julgamento. Vai ter o pós-julgamento, com uma nova edição", explicou Celso.
O livro foi escrito a aprtir de reuniões com a família em que a autora perguntava sobre a rotina da juvem, o que ela gostava de fazer. Para Celso, uma rotina de dor e saudade.
"As datas especiais, como os feriados, é que são mais difíceis. Sempre que tem uma data é complicado, a gente lembra dela", contou.
Em 2014, no sábado, 10 de junho, amigos e parentes de Patrícia Amieiro fizeram no local de seu desaparecimento uma manifestação para pedir mais agilidade da Justiça no julgamento dos quatro policiais suspeitos. Na ocasião, a família disse que esperava que aquela fosse a última manifestação no local pedindo Justiça. Mas o desejo não se concretizou. Eles estarão de volta neste sábado no emsmo local, com o mesmo pedido: Justiça.
Relembre o caso
Segundo a denúncia do Ministério Público, base do processo a que os policiais respondem no 1º Tribunal do Júri, no dia 14 de junho de 2008, por volta de 5h30m, na autoestrada Lagoa-Barra, perto da bifurcação com a Rua Maria Luísa Pitanga, na Barra, Marcos Paulo e Willian Luís, policiais militares em serviço, “livre e conscientemente, em comunhão de ações de desígnios, efetuaram disparos de arma de fogo contra a vítima Patrícia Amieiro Branco de Franco”, que dirigia o Fiat Palio placa KZS 4954.
Segundo a denúncia do Ministério Público, base do processo a que os policiais respondem no 1º Tribunal do Júri, no dia 14 de junho de 2008, por volta de 5h30m, na autoestrada Lagoa-Barra, perto da bifurcação com a Rua Maria Luísa Pitanga, na Barra, Marcos Paulo e Willian Luís, policiais militares em serviço, “livre e conscientemente, em comunhão de ações de desígnios, efetuaram disparos de arma de fogo contra a vítima Patrícia Amieiro Branco de Franco”, que dirigia o Fiat Palio placa KZS 4954.
Segundo a denúncia, “os disparos de arma de fogo fizeram com que a vítima perdesse o controle do veículo no acesso à ponte existente no local e colidisse violentamente contra dois postes e uma mureta”. O MP diz ainda na denúncia que “a ação violenta dos policiais provocou as lesões corporais que foram a causa eficiente da morte da vítima. (...) O ataque inesperado contra a vítima completamente desprevenida impossibilitou qualquer chance de defesa".
Ainda de acordo com o MP, os policiais militares Fábio da Silveira e Marcio Oliveira chegaram ao local d e, ao constatarem a morte de Patrícia, “com o nítido propósito de garantir a impunidade do crime, se associaram aos companheiros de farda Marcos Paulo e Willian Luís (...) alterando o estado do lugar, retirando o corpo do carro e jogando o veículo na ribanceira, de forma a criar falsos fatos, para impedir que o homicídio fosse descoberto. Em seguida, os denunciados, com vontade livre e consciente, mediante prévio ajuste, fizeram desaparecer o cadáver da vítima, ocultando-o em local até hoje não determinado”.
Ainda de acordo com o MP, os policiais militares Fábio da Silveira e Marcio Oliveira chegaram ao local d e, ao constatarem a morte de Patrícia, “com o nítido propósito de garantir a impunidade do crime, se associaram aos companheiros de farda Marcos Paulo e Willian Luís (...) alterando o estado do lugar, retirando o corpo do carro e jogando o veículo na ribanceira, de forma a criar falsos fatos, para impedir que o homicídio fosse descoberto. Em seguida, os denunciados, com vontade livre e consciente, mediante prévio ajuste, fizeram desaparecer o cadáver da vítima, ocultando-o em local até hoje não determinado”.
Em julho de 2103, o juiz Fábio Uchoa Pinto de Miranda Montenegro pronunciou os réus, confimando a denúncia e determinando que fossem levados ao Tribunal do Júri. A data ainda depende de julgamentos de recursos em instâncias superiores. Os réus respondem ao processo em liberdade
Parentes de Patrícia na homenagem em 2014 (Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1)
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